Neymar mantém influência na seleção mesmo longe desde trauma na Copa
Colunista do UOL
19/07/2023 08h32
Neymar não joga pela seleção brasileira desde 9 de dezembro de 2022. A última imagem do camisa 10 em campo é a do choro após a derrota para a Croácia nos pênaltis, nas quartas de final da Copa do Mundo do Qatar.
Desde então, ele perdeu a reta final de temporada do PSG devido a uma lesão no tornozelo direito, foi operado, viu de fora o time sofrer mais uma queda prematura na Champions League, e não pode defender a seleção em três amistosos — derrotas para Marrocos e Senegal, e vitória contra Guiné.
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Neymar foi liberado para retornar aos treinos em campo essa semana. Antes do sinal verde, o PSG fez mistério sobre a recuperação do astro e não fez atualizações sobre o assunto.
A seleção se reúne novamente no início de setembro, para enfrentar Bolívia e Peru, pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa de 2026. Se a presença do camisa 10 para esses dois jogos ainda é dúvida, o que não se questiona é a importância que ele ainda tem no ambiente da seleção brasileira.
Entre os jogadores, Neymar é unanimidade. Na Data Fifa de junho, sempre que ele foi assunto em entrevistas, os atletas mostraram reverência. A palavra "ídolo" é a mais usada para se referir ao atacante. Um ídolo que os demais jogadores querem ter por perto.
Após a derrota para a Croácia, Neymar colocou em dúvida sua permanência para o ciclo do Mundial de 2026. "Não fecho as portas para a seleção, também não digo 100% que vou voltar", disse.
O atacante Richarlison, que tem o rosto de Neymar tatuado nas costas, não quer nem ouvir falar na hipótese de não ter mais o camisa 10 na equipe:
"O Neymar vive de seleção também, ele ama isso aqui. Acho que em breve estará conosco também, começam as Eliminatórias logo mais e deve estar aqui com a gente quando recuperar".
Outro que também aposta que Neymar voltará é Marquinhos, companheiro de PSG. "Confio 100% que ele pode dar muito para a seleção ainda. Como amigo, até pós-Copa, falei com ele, incentivo ele muito a continuar na seleção e penso que é uma vontade que ele tem", disse o zagueiro. "Vai ser muito bom que ele possa voltar e fazer parte desse novo ciclo. Vai estar em idade boa para jogar uma Copa do Mundo ainda", concluiu.
Nos amistosos contra Guiné e Senegal, a camisa 10 ficou como Vinícius Jr; em março, no Marrocos, foi Rodrygo quem usou o número. Na época, ele disse estar "honrado por vestir o número do Pelé e do Neymar".
Não são apenas os jogadores que esperam ansiosos pelo retorno. O novo técnico Fernando Diniz deixou claro que as portas estão abertas. "A palavra que me vem quando eu penso nele é quase que 'uma aberração'. É um super talento que demora muito tempo para nascer outro. A gente tem que procurar aproveitar o máximo de um talento como esse", disse, na entrevista coletiva de apresentação, na CBF.
Neymar já disse publicamente que gosta de ver os times de Diniz em ação. A pessoas próximas, ele já tinha afirmado depois da Copa que gostava da ideia do treinador do Fluminense à frente da seleção.
Nos bastidores da CBF, a avaliação é que Neymar funciona muito bem como uma referência para os mais jovens, pela experiência e pela liderança técnica. Na Copa do Mundo de 2022, a terceira dele, esse papel ficou mais claro. O camisa 10 não era quem discursava ou conversava com os colegas — papel que cabia a Thiago Silva, Casemiro, Daniel Alves e Danilo —, mas era quem melhor conseguia transitar entre os mais jovens e os veteranos.