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MP denuncia Alef Manga e mais cinco jogadores por suspeita de manipulação

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

20/07/2023 00h10Atualizada em 20/07/2023 19h24

O Ministério Público de Goiás denunciou mais seis jogadores por suspeita de envolvimento no esquema de manipulação de partidas do Brasileirão 2022.

Os novos nomes incluídos em um processo que tramita na Justiça de Goiás são:

Alef Manga, atacante do Coritiba

Jesús Trindade, meia ex-Coritiba

Thonny Anderson, atacante, ex-Coritiba, hoje no ABC

Dadá Belmonte, meia ex-Goiás e atualmente no América-MG

Pedrinho, lateral-esquerdo ex-Athletico-PR

Sidcley, lateral-esquerdo ex-Cuiabá, que pertence ao Dínamo Kiev (UCR)

Considerando o que já tinha sido trazido à tona em fases anteriores, as investigações apontam que mais 10 partidas ficaram sob suspeita. Três das partidas citadas na fase mais recente da Operação Penalidade Máxima já tinha sido listadas, mas com jogadores diferentes envolvidos.

O UOL entrou em contato com ABC, América-MG e Coritiba e aguarda retorno. A reportagem ainda busca contato com Jesús Trindade e Sidcley.

A assessoria de Pedrinho afirmou ao UOL que a defesa dele só se manifestará após o recebimento da denúncia pelo MP, e caso o jogador se torne réu no processo. O estafe do lateral ressaltou que "quem precisa provar a participação do Pedrinho no esquema é o MP" e que as provas "precisam ser robustas para condená-lo".

Outros envolvidos na fase atual

Alef Manga, do Coritiba, é o único que efetivamente está em atividade na Série A. Ele chegou a ser afastado quando prints sobre as investigações do MP foram divulgados, mas foi reintegrado.

Segundo o clube, "em virtude da inexistência, até este momento, de evidências que sejam de conhecimento do clube, que comprovem a participação do atleta Alef Manga em atos ilegais que atentem contra o resultado de partidas de futebol, bem como, diante da sua própria alegação de inocência" feita pelo jogador.

O Coritiba disse na ocasião que a decisão poderia "ser modificada ou revogada, a qualquer tempo, se necessário for, em decorrência do transcurso das investigações".

A denúncia enviada hoje (19) pelos promotores incluiu outros nomes já envolvidos em outras fases da Operação Penalidade Máxima, como é o caso do lateral-esquerdo Igor Cariús e membros do núcleo de apostadores/operadores do esquema.

O processo tem como partes: Bruno Lopez, o BL, apontado como líder do esquema; o empresário Cleber Vinicius Rocha Antunes, o Clebinho Fera; Ícaro Calixto; Luís Felipe Rodrigues de Castro; Romário Hugo dos Santos; Thiago Chambó e Victor Yamasaki Fernandes.

Quem fez acordo

As informações da nova fase da operação contra manipulação de partidas considera informações dadas por jogadores que fizeram acordo e estavam em prints ou tabelas captadas ao longo da investigação.

Os jogadores que fizeram acordo recentemente são: Bryan Garcia (ex-Athletico), Diego Porfírio (ex-Coritiba), Vitor Mendes (ex-Juventude e afastado quando estava no Fluminense), Nino Paraíba (ex-Ceará) e Sávio (ex-Goiás).

Mais jogos afetados

Como publicou inicialmente a Revista Veja, a nova fase de apuração por parte dos procuradores do MP de Goiás aumenta a lista de jogos do Brasileirão 2022 sob suspeita.

Athletico x Fluminense - 3 de setembro
Bryan Garcia recebeu cartão amarelo.

América-MG x Coritiba - 3 de setembro

Diego Porfírio recebeu cartão amarelo. Alef Manga recebeu promessa de R$ 50 mil para receber um cartão amarelo, algo que aconteceu no jogo. O atacante teria recebido ao todo R$ 45 mil ao longo dos meses seguintes.

Juventude x Avaí - 3 de setembro
Vitor Mendes aceitou receber R$ 50 mil para levar cartão amarelo. Ele foi punido e o jogador, que já tinha ganhado um adiantamento de R$ 5 mil, recebeu parte do valor nos meses seguintes.

Flamengo x Ceará - 4 de setembro

Nino Paraíba recebeu promessa de R$ 60 mil para levar cartão amarelo e ganhou R$ 5 mil adiantados. O lateral efetivamente foi punido com cartão.

Juventude x Fortaleza - 18 de setembro*

Vitor Mendes aceitou a promessa de R$ 50 mil para levar cartão amarelo e cumpriu o que prometeu. Ele recebeu o dinheiro ao longo dos meses seguintes.

*Outros jogadores que participaram desse jogo já tinham sido denunciados pelo MP nas fases anteriores. São eles: Gabriel Tota e Paulo Miranda.

Ceará x São Paulo - 18 de setembro

Nino Paraíba recebeu promessa de R$ 60 mil para levar cartão. E efetivamente foi punido, tendo recebido os valores depois.

Red Bull Bragantino x Goiás - 18 de setembro

O lateral Sávio aceitou a promessa de R$ 70 mil para levar um cartão e efetivamente foi punido no jogo. Ele recebeu, segundo as investigações, R$ 45 mil.

Athletico x Cuiabá - 18 de setembro

Pedrinho aceitou a promessa de R$ 80 mil para receber amarelo e efetivamente foi punido.

Sidicley aceitou a promessa de R$ 70 mil para levar amarelo. Mas não entrou em campo.

Athletico x Coritiba - 16 de outubro

Investigação dá conta que Jesus Trindade aceitou levar cartão amarelo em troca de R$ 70 mil. O jogador efetivamente foi punido. Houve pagamento antecipado de R$ 30 mil via conta de Thonny Anderson para que fosse repassado a Trindade.

Ceará x Cuiabá - 16 de outubro*

Nino Paraíba aceitou R$ 60 mil para levar amarelo. Parte do dinheiro foi enviada antes do jogo. O lateral efetivamente levou cartão.
*Outro jogador que participou desse jogo já tinha sido denunciado pelo MP em fases anteriores: Igor Cariús, à época no Cuiabá.

Goiás x Juventude - 5 de novembro*

Dadá Belmonte aceitou receber dinheiro em troca de cartão amarelo. Ele foi punido e recebeu pelo menos R$ 40 mil.

*Outros jogadores que participaram desse jogo já tinham sido denunciados pelo MP nas fases anteriores. São eles: Moraes, Gabriel Tota e Paulo Miranda, todos à época no Juventude.

Fluminense x Goiás - 9 de novembro

Dadá Belmonte aceitou dinheiro para levar amarelo. Ele efetivamente foi punido.

Atlético-MG x Cuiabá - 10 de novembro

Igor Cariús aceitou receber dinheiro em troca de cartão amarelo. Ele efetivamente foi punido. Segundo o MP, ele estava sob posse de R$ 30 mil.

Quem já estava denunciado antes

Jogadores denunciados na primeira fase da operação: Ygor Catatau, Allan Godói, André Queixo, Mateusinho, Paulo Sergio (Sampaio Corrêa), Gabriel Domingos (Vila Nova), Joseph (Tombense) e Romário (Vila Nova).

Jogadores denunciados na segunda fase: Eduardo Bauermann (Santos), Gabriel Tota (Juventude), Paulo Miranda (Juventude), Victor Ramos (ex-Portuguesa e ultimamente na Chapecoense), Igor Cariús (ex-Cuiabá), Fernando Neto (ex-Operário-PR).

Quem já tinha feito acordo antes

Jogadores que fizeram acordo, admitiram a culpa e viraram testemunhas: Moraes (Juventude), Kevin Lomónaco (Red Bull Bragantino), Nikolas Farias (Novo Hamburgo) e Jarro Pedroso (ex-São Luiz).

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