Clima e milhares de brasileiros: Brisbane faz a seleção se sentir em casa

O lugar também tem uma praia artificial bem no meio do centro, próximo de onde a Fifa montou a Fan Fest. No lugar, não é permitido correr, mergulhar, pular na água, fumar, beber ou levar cachorros.

A praia, porém, está fechada agora durante o inverno para manutenção, restando apenas bancos de areia na frente de uma piscina pública artificial.

Pelo custo de vida mais baixo, a cidade também recebe diversos estudantes de intercâmbio. O UOL cruzou com alguns deles, inclusive brasileiros, que foram ao país estudar.

O estado de Queensland, que tem Brisbane como capital, é o segundo lugar com mais brasileiros na Austrália de acordo com o Censo de 2021 do país. A embaixada brasileira chegou a realizar visitas e ações por causa do aumento nos últimos anos.

Aposta no futevôlei

O brasileiro Matheus Spiandorello chegou a Brisbane no fim de 2015. Ele jogava futebol desde os 6 anos e chegou a tentar a carreira nos Estados Unidos. "Depois de algum tempo jogando no Brasil, o futebol não deu muito certo e eu fui tentar nos EUA, com bolsa esportiva. Joguei lá por um ano, mas tive umas complicações e voltei para o Brasil".

A adaptação na volta não foi fácil e ele aproveitou um amigo que atuava na Austrália para fazer um teste e chegou a assinar com um clube. "Vim para Brisbane por causa do meu amigo e do futebol, mas você se apaixona direto assim que vem para cá. É muito boa a qualidade de vida, segurança, igualdade de salários, um padrão de vida realmente muito bom. Brisbane é uma cidade que não é muito gigante, mas é grande suficiente para ter bastante coisa".

Matheus diz que o custo de vida tem aumentado na cidade depois da pandemia da Covid-19. O lugar ainda vai receber depois da Copa do Mundo a Olimpíada de 2032, mas ainda é considerado mais barato.

"A galera vem para Austrália para mudar de vida, porque a qualidade é boa. Sair da loucura que é o Brasil, em relação a insegurança e desigualdade. Brisbane é muito legal pela qualidade de vida. Muita gente vem para cá fazer trabalhos que no Brasil são pouco valorizados, tipo em obra, limpeza, restaurante, nesses empregos assim... Mas você janta no mesmo lugar que os médicos e advogados. Você frequenta os mesmos hotéis e lugares, porque recebe tão bem quanto — e até mais, às vezes — do que essas profissões mais sofisticadas, que são muito valorizadas no Brasil", avaliou.

Matheus tem um projeto de futevôlei em Brisbane ao lado do sócio Itamar Figueira, que iniciou há cerca de um ano. O início foi com algumas aulas e a intenção de juntar pessoas para praticar o esporte. "Futevôlei é o que a gente respira e tenta trazer um pouco da nossa comunidade para cá. É um esporte apaixonante, a gente que vem do futebol, sempre buscou o futevôlei por ter essa proximidade. E o brasileiro ama o futevôlei", contou.

"No início do ano, quando o projeto estava meio parado, mas começamos a dar uma investida maior, a focar em crescer o futevôlei aqui, tanto que a gente começou no inicio do ano tendo cinco pessoas por semana, só casual. Hoje temos 25 alunos mais ou menos, sendo mensalistas com a gente. Casualmente, a gente consegue mais uns 30, 40 alunos".

"Já tem vários países ao redor do mundo, como Itália, Israel e Paraguai, que jogam futevôlei e a gente quer que a Austrália também tenha essa cultura. Eles olham a gente jogando e ficam impressionados. Dizem: 'só brasileiro consegue jogar desse jeito, a gente nunca conseguiria'. E nós vamos tentando desmistificar isso, quebrar essas barreiras deles, mostrando que eles podem evoluir através dos treinos, se realmente gostarem", finalizou.

O que tem

Brisbane é considerada uma cidade bastante democrática nas atrações.

Os principais atrativos são as galerias e museus de arte, a vida noturna agitada, cassinos, shoppings e teatros.

Além disso, há parques, jardins, zoológicos e uma área de preservação de coalas e com cangurus, como mostrado pelo UOL.