Turra elogia defesa e diz ter certeza que torcedor do Santos está orgulhoso
O técnico Paulo Turra falou em coletiva após o Santos empatar por 2 a 2 com o Botafogo hoje (23).
Apesar do Santos ter aberto 2 a 0 aos 35 minutos do segundo tempo, o comandante acredita que a torcida está contente. "Tenho certeza que o torcedor do Santos está orgulhoso hoje", disse.
Mesmo com 12 gols sofridos nos últimos quatro jogos, o treinador valorizou a atuação da zaga. "Estamos carentes de jogadores não só na defesa, mas temos que valorizar o que eles fizeram", destacou.
"Tenho que, como líder e treinador, parabenizar nossos jogadores. Se no início fosse proposto esse um ponto, a maioria dos torcedores aceitaria", destacou no começo da entrevista.
Classificação e jogos
O comandante acredita que o time sentiu o empate. "Nos abatemos bastante mesmo. Prefiro valorizar que sustentamos o empate contra o líder", avaliou.
O que mais ele disse?
Avaliação do jogo
"Não estamos felizes pelo contexto do jogo, de como aconteceu, principalmente por ter levado dois gols no final, em quatro ou cinco minutos. Dentro desse processo, de como o clube se encontra, e dentro da partida que fizemos hoje: tenho que, como líder e treinador, parabenizar nossos jogadores. Se no início fosse proposto esse um ponto, a maioria dos torcedores aceitaria. Dentro desse processo que estamos, que não é para qualquer um e é muito doloroso, não é de estalar dos dedos, fizemos boa partida contra líder do campeonato, líder com 12 ou 13 pontos à frente. Duelamos, brigamos, brigas individuais vencidas e fizemos dois gols de jogadas trabalhadas durante a semana. Tenho que parabenizar eles, temos longo campeonato pela frente. Mantendo esse nível de jogo e métricas, vamos sair dessa situação e brigar por algo maior".
Consistência até levar o primeiro gol
"Na conversa com os jogadores, não toquei nessa situação. Eu, como treinador, tenho que valorizar o empate, a dedicação que tiveram, o comprometimento e futebol que tiveram. Tenho certeza que o torcedor do Santos está orgulhoso hoje. É uma situação muito mental, de situação difícil. Faz 2 a 0 no líder do campeonato e pisca o olho, sabe? E o líder não é líder à toa, vem o gol e o baque, toda aquela carga que não precisamos falar mais uma vez. É esse o processo. Esse processo é de convicção, trabalho, de intensidade, e virar a chave, vai virando. Temos que ter nossa identidade para virar essa chave. E hoje demonstramos isso".
Oscilação
"Damos muita atenção ao longo do dia a dia, mas não pode ser mais uma neura na cabeça deles. São seres humanos e passíveis de todos os processos, ficam sensibilizados com a situação. Eu, como treinador e dentro da nossa realidade, prefiro salientar que no primeiro jogo em casa tomamos 3 a 3 e no final, no apagar das luzes, conseguimos o gol da vitória. Hoje saímos ganhando de 2 a 0 em jogo convincente dentro da proposta e tomamos o empate, mas ao final prefiro valorizar o total, porque no fim nos abatemos bastante mesmo. Prefiro valorizar que sustentamos o empate contra o líder. Poderíamos ter tido mantido as vantagens com mais intensidade, mas tenho que salientar que conseguimos manter os resultados na primeira vitória, buscando no fim, e hoje manter no final. Para o psicológico não ficar ainda mais afetado. E não tem coitadinho, todos são profissionais e têm deveres, mas somos seres humanos e passíveis de toda questão mental".
Mudança de esquema
"O Jean Lucas quis estar no Santos, quis voltar para o Santos. E isso é muito importante. O prêmio foi ter um grande jogo. Só saiu pelo tempo sem jogar, acredito que não atue desde a pré-temporada, saiu por estar exausto. Deu muita qualidade para a equipe com e sem bola. Eu conheço o Botafogo, enfrentei três vezes pela equipe anterior que eu estava. Com o Lucas Lima do meio para a direita, Jean Lucas tinha que fazer a superioridade de 4 contra 3 por dentro. Creio que o Lucas Lima fez uma das melhores partidas do ano, taticamente e tecnicamente. Pensamos o jogo nas nossas características e do que conhecíamos do adversário, os líderes do campeonato. Posso ter ideia e o convencimento ao longo da semana para comprarem a ideia do jogo. Eu não trabalho a ideia do jogo no penúltimo dia, trabalho toda a semana com vídeos e ações em campo. Hoje, com e sem bola, eles tiveram em um padrão muito próximo de excelência. E é o que eu falo sempre para eles, que vale para entender o contexto: equipe do nível do Santos, métricas... Se não bater mais de 105 quilômetros durante o jogo, fica distante de jogar bem e de uma vitória. E hoje a nossa equipe com certeza bateu mais de 105. É todo um contexto para preocupar e priorizar. Taticamente e sem a bola fomos muito bem hoje".
Defesa
"Estamos tomando muitos gols. Fizemos o segundo gol e três minutos levamos o primeiro. Todos sabem que precisamos de reforços, o Jean Lucas é prova disso, Dodô... Dodô não estava mais em campo quando levamos o gol. Estamos carentes de jogadores não só na defesa, mas temos que valorizar o que eles fizeram. Estamos, entre aspas, tristes pela maneira que conquistamos esse empate, mas tenho que enaltecer a entrega de todos os jogadores. Se estivermos no nível de hoje em todos os jogos, não tenho dúvida de afirmar que a fase difícil será deixada para trás. É a identidade que estamos à procura, treino a treino e jogo a jogo. Eles precisam entender que no futebol moderno tem que correr muito sem a bola e com a bola jogar".
Soteldo
"Essa questão eu não me pronuncio, se tiver alguém para se pronunciar, se tiver que pronunciar, é a direção".
Inocêncio
"É bom jogador, vinha jogando pela esquerda quando eu cheguei. Tem muita força e acima de tudo muita vontade. Falou que eu poderia contar muito com ele. Coloquei na direita e foi bem. Hoje me deu retorno, o Kevyson é da base e muito bom também, mas de característica diferente. Conto com o Inocêncio na direita, sim, também. É destro, mas deu conta do recado hoje e no jogo que eu vi contra o Flamengo aqui. Foi muito bem. É jovem, tem força e velocidade, jogador bem interessante".
Reforços
"Estamos esperando de três a quatro jogadores para acrescentar ainda mais qualidade no plantel".
Mudança de postura
"Me reporto aos 26 dias que estou aqui. Provamos a evolução nos jogos, mas é o dia a dia, contexto. Já evoluímos bastante, mas deixo claro sempre que time que não está disposto a correr, se entregar, ter intensidade, encurtar sem bola... ser compacto, que se defende bem. Independentemente do encaixe ou zona, mas a bola bater do lado e encurtar. Não acredito que o futebol faça time vencedor sem esses aspectos. Durante os treinamentos, a gente vem evoluindo bastante. E as métricas da semana também evoluem. Fazíamos tanto e na próxima semana mais 10%. Através dos treinamentos a gente consegue suportar uma exigência como a de hoje. Tivemos um jogador que bateu quase 11 quilômetros. É isso que temos que ter. Para se jogar em time de grande nível como o Santos, não acredito que seja diferente. Tem que fazer, ter pulmão, músculo, força, vontade, intensidade. A qualidade vem, mas sem tudo isso eu não acredito que um time do nível do Santos consiga resultados que merece ter".
Ambiente
"Eu me arrisco aqui a fazer uma aposta com vocês: se trouxerem uma informação que o ambiente do Santos não é bom. O ambiente é bom, muito bom, juro pelos meus pais que estão no céu. O ambiente é muito bom e vai ficar ainda melhor. Trouxe minha comissão técnica que, junto com nossa comissão e estafe, grupo de colaboradores... São espetaculares. As tias da cozinha, as tias que cuidam da limpeza dos quartos, os seguranças. O ambiente é espetacular. Através do ambiente que criamos do dia a dia de treinos, concentrações, isso vai fortalecer o processo, de colocar o Santos onde merece estar. O ambiente é muito, muito, muito bom, os jogadores assimilam mais a metodologia, se envolvendo, se interessando. Com a chegada de colegas para dar mais qualidade, estamos no caminho".
Santos como visitante e metas
"Trabalhamos jogo a jogo, para dar consistência também fora de casa, pontuando também fora de casa. Será um jogo difícil, com uma equipe que joga de forma particular, assim como o Botafogo, de jogadores fortes e verticais, atacando espaço e bom de duelos. Fluminense também. Vamos trabalhar a partir de terça, com um dia a menos de trabalho. Trabalhamos há 26 dias. Com essa performance que tivemos durante 98% do jogo, eu acredito que é o caminho. Mesmo fora de casa, com torcida adversária presente e a nossa não, podemos fazer grande jogo, agressivos sem bola e jogar quando tivermos a posse para fazermos os gols".
Falcão
"Falcão é um grande nome. Se estivesse fazendo nada, não estaria mais. Somos uma equipe e todos contribuem para que o Santos evolua e melhore. O Falcão é um nome consagrado do futebol e, dentro do conhecimento dele, faz seu papel".
João Paulo
"É muito importante. Temos o Vladimir também, um goleiro super experiente e que no dia a dia faz trabalho espetacular. Muito parecido com o João Paulo. João é capitão, tem identidade forte, é muito importante. Conseguiram ouvir ele cantando as jogadas, é papel do goleiro, do capitão. Um bom profissional. E o Vladimir entrou também, são experientes, que acrescentam bastante".
Alex
"Hoje coloquei o Alex e vale ressaltar que até o primeiro gol o João Paulo, e depois o Vladimir, só teve uma defesa do João. Mais nada. Hoje o desempenho do sistema defensivo, e sistema defensivo vai além dos zagueiros e goleiro. Com a bola joguem, sem a bola corram. Todos precisam correr para marcar e encurtar. O Alex é canhoto, teve oportunidade hoje e o Luiz Felipe em outro jogo. Conto com esses jogadores. Fala-se muito da bola parada, mas não só os zagueiros, são todos. Hoje os 10 ficam dentro da área praticamente, todos com responsabilidade. É um processo, temos defesa sendo vazada, muito por cima, mas temos ataque que faz gols. É essa questão, de ter equilíbrio entre atacar e defender. Estamos trabalhando isso e é isso que vai fazer a gente se equilibrar e lutar em outra parte da tabela".
Marcos Leonardo
"É um jogador que, quando eu cheguei aqui e eu me lembro, falamos para não ficar enlouquecido, de correr para lá e para cá, que a bola chegaria até ele. E temos conseguido. É muito profissional, nos jogos e principalmente na semana. É um jogador que está na área, todos dentro da área e chegando até ele, com mérito da equipe. É uma das provas que existe trabalho de excelência se encaminhando. Ele é um dos melhores do futebol brasileiro, assim como já falei do Vitor Roque antes".
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