Botafogo rumo ao 'título' do turno; Fla tropeça e deixa Vasco na lanterna

Das coisas que acontecem com o Botafogo, empatar ainda não estava na lista deste Brasileirão. Até ontem (23), na 16ª rodada. Um surpreendente 2 a 2 com o Santos na vazia Vila Belmiro fez com que o time tropeçasse no primeiro jogo de Bruno Lage no Brasileirão.

Mas a fase é tão boa que o adiamento da confirmação do "título" do turno veio com uma dose de otimismo pela forma com a qual o time reagiu após estar perdendo por 2 a 0. Para os supersticiosos, o "alento" de que a campanha do técnico Paulo Autuori no inesquecível 1995 de título começou também com um 2 a 2.

No que é visível, um Botafogo que se desorganizou em momentos cruciais, sentindo nitidamente a falta de dois elementos: o zagueiro Victor Cuesta e o meia Eduardo. O Santos, por outro lado, deu esperanças ao torcedor com a estreia de Jean Lucas e a eficiência costumeira de Marcos Leonardo, autor de dois gols.

A reação do Botafogo — aproveitando que o Santos baixou a guarda — só não foi maior por lances que beiraram o inacreditável, quando Rodrigo Fernandez tirou uma bola de cabeça praticamente em cima da linha e Sampaio desperdiçou, sozinho, uma cabeçada. Passou muito perto.

"Uma equipe com um coração grande e com uma atitude enorme, acreditou e jogou bem. Podíamos levar mais pontos, mas é um campo difícil. Independente do resultado, é a forma como a equipe jogou, com autoridade e posse de bola, criou várias oportunidades de gol", avaliou Bruno Lage.

O Botafogo atingiu incríveis 40 pontos conquistados em 48 disputados. Não venceu só três dos 16 jogos até aqui e está muito perto de terminar o turno na liderança porque até a conclusão da 19ª rodada só pode ser alcançado pelo Grêmio. O time gaúcho está 11 pontos atrás, tem um jogo a menos e roubou do Flamengo a vice-liderança.

Flamengo 'ajuda' Vasco a ser lanterna

O rubro-negro, por sua vez, só tem motivo para rir após a rodada se olhar para o fato de que o empate com o América-MG empurrou o Vasco para a lanterna.

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Mas é um riso que não dura muito, tamanha a decepção pela atuação contra o ex-último colocado no Maracanã. E olha que o gol salvador de Victor Hugo, que evitou a derrota, só veio praticamente no minuto final.

O Flamengo não consegue se colocar como real e próximo perseguidor do Botafogo porque é instável, sobretudo em jogos que aparentemente tem a responsabilidade de "atropelar". Mesmo cambaleando nas rodadas anteriores, o Palmeiras venceu o Fortaleza e já empatou em pontos com o time de Sampaoli de novo.

Contra o América-MG, o Flamengo teve o primeiro jogo como titular do histórico quarteto formado por Gabigol, Bruno Henrique, Arrascaeta e Everton Ribeiro desde junho do ano passado, quando BH se machucou. O time, como um todo, ficou devendo.

Mas dívida, dívida mesmo, é o que o Vasco tem acumulado com seu torcedor. Tudo bem que o Flamengo deu um pequeno impulso no América-MG, mas o cruz-maltino voltou a perder em casa e segue com uma assustadora campanha, com nove pontos conquistados até aqui.

É o pior início da história do Vasco no Brasileirão. Um time que nem em São Januário assusta. Pelo contrário. Perdeu todas lá e nem sequer fez um gol no seu próprio estádio, depois de cinco jogos.

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Incômoda e persistente estatística que durou na (má) fase com Maurício Barbieri, não caiu com o interino William Batista e deu o ar da graça na estreia do argentino Ramón Díaz, na derrota por 2 a 0 para o Athletico.

O Vasco até cria um caminhão de chances - desperdiça todas -, enquanto o adversário precisa de "meia" chance para abrir o placar. Parece um caso típico de "azar de rebaixado" que vai ser difícil afastar.

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