Por que jogadoras na Copa 2023 estão se emocionando na hora do hino

A primeira rodada da fase de grupos da Copa do Mundo feminina ficou marcada pelos pênaltis, pela estreia da gala da seleção brasileira e também pelas lágrimas na hora dos hinos nacionais.

O que aconteceu

Jogadoras de diversas seleções se emocionaram nos respectivos jogos de estreia no Mundial da Austrália e Nova Zelândia.

Adriana, da seleção brasileira, chorou e ganhou um abraço de Bia Zaneratto, enquanto Marta "viu passar um filme" no banco. Já Ary Borges não conteve as lágrimas ao comemorar seu primeiro gol.

Os estreantes Panamá e Portugal também se emocionaram. Oito seleções disputam o Mundial pela primeira vez.

A África do Sul e a Argentina, por motivos diferentes, se juntam à lista.

Por que choram?

Adriana foi cortada da última Copa e das Olimpíadas de Tóquio. Em 2019, ela teve uma ruptura completa do ligamento cruzado anterior do joelho, já em 2021, sofreu um entorse no tornozelo em treinamento da seleção.

"Faltam palavras para descrever o dia de hoje. A realização do sonho de uma vida inteira, com uma vitória junto de um grupo especial. Primeiro passo dado!", escreveu a jogadora nas redes sociais.

Marta voltou no tempo e se lembrou da primeira Copa, em 2003: "Eu sempre me emociono na hora do hino, sempre tem uma hora que a garganta fica complicada, é algo que é meu. Voltei 20 anos atrás, lembrei da minha primeira Copa, que era um momento muito diferente que a gente vive hoje... Difícil demais não se emocionar", disse à CazéTV.

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Já as seleções de Portugal e Panamá faziam as respectivas estreias na história do Mundial. Ana Borges, da seleção portuguesa, ainda falou em "ansiedade e nervosismo" no primeiro jogo.

As "muchachas" da Argentina ganharam uma "invasão azul" na estreia. O jornal portenho "Olé" estimou que 70% do público presente no jogo contra a Itália era argentino.

"É muita coisa envolvida, é o percurso de uma vida, então temos de considerar isso e valorizar ainda mais a boa partida que fizemos", falou o técnico Germán Portanova, à TV Pública.

Sul-africanas viveram impasses por salários até a véspera da estreia. A disputa acabou após o presidente da Confederação Africana de Futebol, Patrice Motsepe, garantir um pagamento de US$ 320 mil (R$ 1,5 milhão) distribuídos igualmente entre as jogadoras convocadas pela África do Sul na competição.

Antes, as jogadoras fizeram um protesto contra a Fifa, após a entidade não garantir um pagamento de US$ 30 mil (R$ 143 mil) para cada jogadora, como era previsto no acordo inicial junto à Federação Sul-Africana. A situação gerou um conflito interno no time às vésperas da Copa.

Também na hora do gol

Ary Borges, da seleção brasileira, comemora gol contra o Panamá pela Copa do Mundo feminina
Ary Borges, da seleção brasileira, comemora gol contra o Panamá pela Copa do Mundo feminina Imagem: Elsa - FIFA/FIFA via Getty Images
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Ary Borges comandou a vitória do Brasil sobre o Panamá, mas caiu em lágrimas após o primeiro gol. Depois do jogo, ela afirmou que, naquele momento, recordou sua trajetória e todas as dificuldades que enfrentou até sua estreia na Copa.

"Tive todos os altos e baixos que poderíamos ter. Estava muito ansiosa pra começar o jogo. No primeiro gol, eu lembrei da minha trajetória, estava emocionada da hora do hino. Não segurei, e foi um misto de emoções", falou.

Com o hat-trick, Ary se tornou a jogadora mais jovem a marcar três gols em uma estreia pela seleção brasileira. Também virou a primeira brasileira a anotar um gol em sua estreia em Copa do Mundo feminina da Fifa desde Marta, em 2003.

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