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O que se sabe sobre ação de Scarpa contra Bigode em golpe com criptomoedas

Willian Bigode, Mayke e Scarpa na época em 2021, quando eram companheiros de equipe no Palmeiras Imagem: Cesar Greco/Palmeiras

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

29/07/2023 04h00

Gustavo Scarpa cobra R$ 6,3 milhões (valor inicial) da Xland e da WLJC, de propriedade de Willian Bigode, e dos sócios das duas companhias por ter sofrido prejuízo no caso das criptomoedas. A PF ação ficou mais complicada após a recente apreensão de pedras pela PF.

Como tudo começou?

Scarpa colocou R$ 6,3 milhões na Xland após indicação de Willian Bigode, seu então companheiro de Palmeiras, e de sua empresa, a WLJC. O mesmo ocorreu com Mayke, outro que foi à Justiça cobrando R$ 7 milhões em investimentos.

Nenhum dos dois conseguiu receber as quantias quando tentaram reaver os valores. Dessa forma, Scarpa e Mayke foram à Justiça não só contra a empresa, mas também contra Willian Bigode.

Os atletas dizem que tinham uma relação de amizade com Willian e, por isso, depositaram suas confianças no jogador, que posteriormente os indicou à Xland para realizarem os investimentos.

Bigode afirma que também teve prejuízo com a Xland, que nega ter aplicado golpes. A empresa sustenta que teve recursos presos pela Justiça dos Estados Unidos por causa de processo de recuperação judicial de outra empresa.

Scarpa vence na Justiça, e Bigode vira réu

No dia 30 de junho, a Justiça de São Paulo deu ganho de causa a Scarpa. O tribunal entendeu que o hoje jogador do Athletico Paranaense deve ser réu na ação.

O magistrado apontou que a WLJC, de Bigode, integra a mesma cadeia de fornecimento da XLand, empresa acusada de ter sumido com o dinheiro.

O juiz acolheu um pedido de Scarpa para fazer com que seus donos possam responder pela dívida.

O magistrado destacou que o meia, atualmente no Nottingham Forest, não obteve sucesso na localização de bens das empresas que respondem pelo processo, sem conseguir garantias financeiras que pudessem satisfazer seu crédito.

Quais são as novidades?

A pedido da Justiça Federal do Acre, a Polícia Federal apreendeu um lote de pedras preciosas da Xland que, por ordem da Justiça de São Paulo, seguia em poder da empresa Sekuro Private Box.

A apreensão surpreendeu as partes e gerou dúvidas sobre o que acontecerá agora.

Em março, uma determinação judicial havia bloqueado o malote com cerca de 20 quilos de alexandrita para que o material servisse de garantia no processo que Scarpa move contra Bigode.

A apreensão

A Xland havia guardado as alexandritas em um cofre na Sekuro antes do bloqueio judicial, que estabeleceu a manutenção do material no local até nova ordem da Justiça paulista.

No entanto, os advogados da empresa informaram no processo, no último dia 13, que o malote com as pedras "não mais se encontra em posse da Sekuro, por força de decisão judicial proferida nos autos do pedido de busca e apreensão criminal", determinado pela Justiça Federal acreana.

O mandado de busca e apreensão, anexado ao processo, determinava que, havendo desobediência, a PF forçasse a entrada ou arrombasse portas e até, se fosse o caso, prendesse quem descumprisse a ordem judicial.

Pelo documento, não é possível saber detalhes do processo que provocou a apreensão, já que ele está sob segredo de Justiça.

O que dizem as partes

Nesta quinta, a defesa de Bigode, da mulher dele e de mais uma sócia protocolou petição pedindo que sejam solicitadas informações à Justiça acreana sobre os motivos da apreensão.

No documento, o advogado Bruno Santana diz que é necessária a expedição de ofício para a Justiça Federal do Acre para que sejam fornecidas informações relativas aos "fatos que ensejaram a adoção da referida medida (apreensão das pedras)".

Procurada pela coluna do Perrone, a defesa de Gustavo Scarpa afirmou que "a entrada da Polícia Federal no caso só expõe, ainda mais, a gravidade do problema". Disse também que o "excelente trabalho da PF de investigar e prender pessoas por crimes dessa natureza pode ser o caminho mais rápido e justo para a punição dos envolvidos e ressarcimento das vítimas envolvidas".

A coluna procurou Felintro Oliveira, um dos advogados da Sekuro, mas ele preferiu não se manifestar. Por sua vez, Gabriel Souza Nascimento, um dos sócios da Xland, disse não saber informar sobre o processo no Acre. Ele também declarou que a empresa está sem advogado na ação movida por Scarpa neste momento. Assim, não saberia dizer quais os próximos passos a serem dados por sua companhia.

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