Copa 2023: Melhor da África, nigeriana toca projeto social para mulheres
Classificação e Jogos
Líder do Grupo B, a Nigéria vem surpreendendo nesta Copa do Mundo feminina. Depois de um empate com o Canadá, atual campeão olímpico, na estreia, a seleção africana conseguiu uma virada sobre o time da casa, a Austrália, em um estádio lotado. Um dos pontos altos foi o gol de Asisat Oshoala, considerada a maior jogadora africana de todos os tempos.
Rendimento
Depois de sofrer uma lesão na panturrilha na estreia, Oshoala chegou a ser dúvida para o jogo, mas começou no banco de reservas. Ela entrou no segundo tempo e ajudou a Nigéria a fazer história em Brisbane.
O gol sobre a Austrália fez Oshoala se tornar a primeira jogadora africana na história a marcar em três edições de Copa do Mundo. "Um sentimento incrível. Estou feliz por mim. Sou só uma mulher jovem fazendo o que amo e me divertindo", disse.
A Nigéria venceu por 3 a 2 e chegou aos quatro pontos no Mundial.
"Nosso time está acostumado a atmosferas assim. Jogamos contra o Marrocos na Copa Africana de Nações, que era o país-sede. O estádio estava para elas, mas o futebol prevaleceu. Merecemos os pontos. Tivemos muitas situações rondando o time até aqui e nos mantivemos focadas", contou.
Oshoala ganhou o prêmio de melhor jogadora africana do ano cinco vezes, um recorde. O último foi em 2022.
Também foi a primeira e única africana a ser nomeada para a Bola de Ouro feminina.
A jogadora do Barcelona tem uma fundação de empoderamento para atletas na África.
Pioneira
Oshoala conquistou a Copa Africana de Nações feminina em 2014, 2016 e 2018, além do Mundial Sub-20 em 2014, quando foi a melhor jogadora e artilheira.
Ela chegou no Barcelona em janeiro de 2019 e acumula títulos no currículo, coletivos e individuais.
No Barcelona, fez 18 e 20 gols nas duas primeiras temporadas. Foi importante nas campanhas de título do clube catalão, mas também se tornou a primeira africana a marcar em uma final de Champions League no único gol do Barça na derrota para o Lyon por 4 a 1 em 2018/19.
Na Bola de Ouro, terminou em 16º. Alexia Putellas, companheira de Barcelona, ganhou o prêmio.
Tida como uma das melhores jogadoras jovens do mundo, ela foi para o Liverpool em 2015 aos 20 anos e se tornou a primeira africana a atuar na liga inglesa. Atrapalhada por uma lesão, não teve tanto sucesso e foi para o Arsenal, onde foi campeã da FA Cup.
Depois dos anos na Inglaterra, foi para a China entre 2017 e 2019, quando se transferiu ao Barça.
Fazendo história
Oshoala revelou que nunca teve o sonho de jogar futebol profissionalmente na infância. Ela cresceu em Lagos, na Nigéria.
"Tinha outras coisas na cabeça. Queria ser advogada. Em algum ponto mudei minha mente porque percebi que era boa no futebol", contou à série de ícones da Fifa.
Os pais queriam que ela focasse nos estudos, mas ela resolveu seguir acreditando no futebol.
Depois da carreira consolidada, Oshoala inaugurou em 2019 a Asisat Oshoala Academy, uma plataforma de treinamento só para meninas que procura capacitar e inspirar a geração mais jovem.
Em 2021, ela foi nomeada para um Grupo Consultivo Técnico da Fifa de 21 membros sobre futebol feminino. O grupo, que também inclui nomes como Alex Morgan e Pia Sundhage, tem como objetivo discutir tópicos relacionados ao futebol feminino, incluindo equilíbrio competitivo, um Mundial de Clubes Femininos da Fifa e maior visibilidade e participação.