Renê Simões: 'Brasil precisa de calma, não querer vencer Jamaica no início'
Renê Simões, ex-técnico da seleção brasileira feminina, destacou a necessidade do Brasil ter calma no jogo contra a Jamaica pela Copa do Mundo feminina. A declaração foi dada por ele ao Joga Junto, programa transmitido pelo UOL, hoje (31).
Pressão na Jamaica: "Eu me coloco no lugar das jamaicanas. Elas estão muito mais pressionadas do que a seleção brasileira, elas estão vivendo uma oportunidade que nunca tiveram na vida. A Jamaica está com um peso muito grande nas costas. O Brasil pode tirar proveito disso. Elas não vão jogar leves e soltas, sem compromisso, como jogaram contra a França. Elas não querem se decepcionar".
Calma necessária: "O Brasil tem que ter calma, paciência, girar a bola. Não tenta ganhar o jogo logo no início. Se der para ganhar, ótimo, mas se não der no início, você tem todo um jogo para ter calma, inteligência, sabendo rodar os momentos, pegando as fraquezas delas. Sempre ataco me preparando para defender e me defendo me preparando para atacar".
Renê Simões: 'Marta tem que ser o nosso Messi, ficar no ataque e decidir'
O técnico também apontou como a presença de Marta em campo pode mexer com o psicológico e o comportamento da seleção da Jamaica.
Agora, você não pode escalar a Marta compondo a linha de quatro [no meio de campo], não dá mais para ela. Ela tem que ser o Messi, jogar ali na frente, encostar na centroavante e decidir [...] Qualquer fato psicológico que você aumente a pressão em cima da Jamaica pode causar um bom resultado. Eu pensaria muito em começar com a Marta, dando essa surpresa psicológica. Renê Simões
Renê Simões vê Marta necessária para furar defesa da Jamaica: 'Ela resolve'
Renê Simões explicou outro motivo, além do fator psicológico, para colocar Marta em campo contra a Jamaica.
A Jamaica vai 'estacionar o ônibus' na frente da área dela e aí você vai ter que girar a bola, fazer inversões e usar a inteligência das jogadoras. Eu tenho a Marta no campo. A Marta faria com que esse bloco, esse ônibus, tivesse três jogadoras preocupadas com ela. Aí vai abrir espaços. 'A Marta fisicamente não está bem'... Não está bem para esse jogo louco de velocidade, mas ser a centralizadora da bola, pisar na área, em um momento ela resolve o jogo, em um passe, em um gol. Renê Simões
Renê Simões: 'Brasil pode deixar Jamaica gostar do jogo, teremos espaços'
O técnico também lembrou um jogo no passado em que enfrentou um adversário que jogava retraído. Na ocasião, ele deixou o time rival 'gostar' do jogo para criar espaços.
É um caso que o Brasil pode pensar. A França não pensou nisso. Deixa elas gostarem um pouco do jogo, sentirem que estão mandando no jogo. Sai um pouco, cria espaço para que se possa jogar entre as linhas. Renê Simões
Renê Simões exalta a 'pessoa Marta': 'Lavou calcinhas das companheiras'
Técnico da seleção feminina nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, Renê Simões lembrou um episódio envolvendo Marta e exaltou a pessoa que é a atleta fora dos gramados.
Em Atenas, eu estava no meu quarto e ela no de baixo e no quarto dela tinha um tanque. De repente, eu vejo ela lavando um monte de calcinhas. Eu disse: 'Marta, não é possível que você tenha usado tantas calcinhas'. Ela disse: 'Não, professor. Eu vim lavar a minha e estou lavando a de todo mundo'. Para vocês verem quem é a Marta. Renê Simões
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