Santos corre por reforços após indecisão entre Rueda, Turra e Falcão
O Santos corre para viabilizar reforços até essa quarta-feira, encerramento da janela internacional de transferências.
O que aconteceu
O Santos quer pelo menos mais um jogador até amanhã. O Peixe já anunciou o zagueiro João Basso, o lateral-esquerdo Dodô, o volante Jean Lucas, o centroavante Julio Furch e está perto de assinar com o zagueiro Juan Pablo Vargas e o meio-campista Nonato.
A prioridade do Peixe é um atacante de velocidade. A negociação por François Kamano, de Guiné, não avançou.
O Santos ainda tentará jogadores livres no mercado e que receberam sondagens recentes, como o meia argentino Roberto Pereyra.
Atletas livres podem ser reforços até o dia 15 de setembro.
Indecisão
O UOL apurou que a busca do Santos por contratações foi desorganizada.
O Peixe sabia há meses que precisaria ser agressivo nessa janela e planejou não correr nos últimos dias de prazo. O planejamento não foi cumprido.
O primeiro problema foi a saída de Odair Hellmann. O técnico já havia aprovado reforços e todos os nomes foram reavaliados por Paulo Turra. Alguns acabaram vetados.
Turra, o coordenador esportivo Falcão e o presidente Andres Rueda discordaram várias vezes de possíveis novos atletas. Sem consenso, a situação não ia para frente.
Turra e Falcão indicaram jogadores, enquanto outras opções foram levantadas pelos analistas do clube. Muitos foram descartados nas últimas semanas, mesmo com o "sim" de uma das partes.
Os exemplos mais recentes foram os de Alan Soñora e Kamano. O meia estadunidense Soñora era bem avaliado pelo clube, mas Turra vetou. Já Kamano, atacante de Guiné, tinha Falcão como entusiasta, mas Turra não se animou.
Improviso
O presidente Andres Rueda costuma dizer que todas as contratações do Santos passam pelo mesmo processo: os nomes são indicados pelo técnico, diretoria, analistas ou empresários e recebem um "aval coletivo" do clube, em termos técnicos e financeiros, antes da assinatura.
Na prática, porém, não é bem assim. O Santos depende muito da opinião do treinador e não deixa o processo sob as mãos do departamento de futebol, onde os analistas poderiam avaliar, passar para Falcão e esperar o aval de Rueda nos termos financeiros.
Falcão e Turra, então, precisam concordar para uma negociação avançar. Se avançar, o presidente Andres Rueda e os demais membros do Comitê de Gestão analisam a viabilidade financeira e votam.
O caso de François Kamano foi emblemático: Falcão recebeu a indicação do empresário Luizinho Piracicaba e pediu a contratação do atacante de Guiné, ex-Lokomotiv (RUS). Paulo Turra não se empolgou, mas Falcão insistiu e o presidente Andres Rueda levou o nome para votação.
Os membros do Comitê de Gestão, que não possuem qualquer formação em futebol, avaliaram cinco vídeos e aceitaram a contratação. Rueda, porém, entendeu que seria uma operação cara e que não valeria a pena sem o técnico aprovar. E o acordo esfriou.
O Comitê de Gestão é formado pelo presidente Andres Rueda, o vice José Carlos de Oliveira e os conselheiros Dagoberto Oliva, Rafael Leal e Renato Hagopian.