Corinthians: Luxa critica árbitro e lamenta empate: 'tem que furar a bola'
Guilherme Padin
Colaboração para o UOL, em São Paulo
05/08/2023 21h53
Empatar fora de casa contra o Internacional teria sido um ótimo resultado para o Corinthians de Vanderlei Luxemburgo. Só não o foi devido às circunstâncias do confronto: vencendo nos últimos minutos, com um jogador a mais, o Alvinegro cedeu o empate nos acréscimos - longos demais, aliás, para o treinador.
"Dá pra lamentar o resultado. O termo que usei foi: 'tem que furar a bola'. Com um a mais, quase entregando o resultado, tem que dar uma furadinha na bola", afirmou o técnico na entrevista coletiva após o jogo no Beira-Rio.
Para Luxa, foram excessivos os acréscimos definidos pelo árbitro Wagner do Nascimento Magalhães, em ambas as etapas.
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"Não teve jogo hoje para seis minutos no primeiro tempo, nove no segundo e depois mais dois: 17 minutos. É uma situação que preocupa. Onde teve alguma coisa que pudesse ter 17 minutos de acréscimos (ao todo)?", questionou o treinador.
Luxa pede para o elenco valorizar o ponto no Beira-Rio
Embora ele próprio tenha lamentado o empate cedido no fim, Vanderlei Luxemburgo afirmou ter visto os jogadores frustrados - sinal positivo, de "quem quer alguma coisa", disse -, e que tentou convencê-los de que o ponto como visitante foi um bom resultado.
"Hoje foi um dia importante do nosso crescimento. Há um tempo, dois meses, se empatamos aqui estaríamos comemorando. E hoje senti o pessoal frustrado no vestiário. Essa é a diferença de quem quer alguma coisa. Falei 'calma, rapaziada'. Um empate fora de casa: 'fiquem felizes'", relatou
Como está o Corinthians no Brasileirão
Com o empate, o Corinthians foi a 20 pontos e ocupa agora o 14º lugar. São cinco pontos acima do Bahia, o melhor colocado na zona de rebaixamento, e oito abaixo do Athletico-PR, o sexto.
Confira outras respostas de Luxemburgo:
Fase de Yuri Alberto após saída de Guedes
Quem fez o gol no jogo passado? Quem sofreu o pênalti hoje? Não dá pra falar que, na saída do Róger, ele não está decidindo. Me permite divergir de você nesse sentido. Não estamos vendo tantos gols [quanto ele poderia], mas não nos últimos jogos.
Como tem sido preservar o elenco com o calendário apertado?
Apostei na molecada, e ali era importante para ter semanas cheias para preparar o elenco. Você não faz esse trabalho para um jogo só, você pensa na tabela e corre riscos. Fazendo com que os meninos amadurecessem para grandes jogos, porque a sequência é de grandes jogos. E isso foi feito lá atrás.
Jogadores mais novos: como participa da formação deles?
Minha história: em 1992, peguei aquele Flamengo com Djalminha, Rogério, Marquinhos, Marcelinho e Paulo Nunes, e botei todos no time de cima. É uma história que tenho. Dentro do negócio futebol, o ativo maior está na categoria de base. É um risco, acontece. Tem que ter o timing. Isso é um trabalho que tem que ser feito. Estamos muito mal no futebol brasileiro, e vocês não estão percebendo. Estão dando ênfase às coisas que nos prejudicam no futebol. Estamos formando jogadores pra jogar no futebol europeu, estamos trazendo mais de 50% de treinadores estrangeiros no Brasileiro. Será que não teríamos mais treinadores jovens arriscando mais pra dar ênfase à essência do nosso futebol.
Importância de pontuar hoje para terça-feira, contra o Newell's
Sempre falo o seguinte pros jogadores: essa rivalidade Inter e Corinthians se deu uma década atrás. Não tinha antes. Quando você vem trabalhar aqui, essa rivalidade não entra em campo. Não pode perder o juízo pra jogar futebol. O mais importante é o que eu vou produzir. No jogo passado jogamos contra uma equipe de catimba. Vamos lá para a Argentina para jogar futebol. Quem tem que dar essa segurança é a Conmebol, que comanda o campeonato, e não transferir pra nós.
O time pode ser competitivo nas três competições?
Estamos demonstrando isso. Essa desconfiança era de vocês. Hoje temos essa confiança. Se estivéssemos na Libertadores, hoje estaríamos totalmente diferentes na competição. Trocar pneu de carro andando é duro.