Por que São Paulo bate recordes de público, mas fica longe de lotar Morumbi

A venda de ingressos para a semifinal da Copa do Brasil contra o Corinthians ainda nem foi aberta para o "público comum", e o São Paulo já dá como esgotadas as entradas para sete setores do Morumbi. A maioria dos sócios-torcedores sequer teve oportunidade de comprar ingressos com desconto.

A expectativa é para o melhor público do ano, mas o clube não deverá igualar a ocupação que o Corinthians conseguiu na partida de ida, quando vendeu 46.517 entradas, bateu o recorde de público da Neo Química Arena, e ocupou 93,6% dos lugares do seu estádio.

Para chegar a ocupação semelhante, o São Paulo precisaria vender 62,4 mil ingressos, algo que não fez não faz desde 2015. Mesmo que o laudo de segurança assinado pelo 2º Batalhão de Polícia de Choque detalhe que cabem no Morumbi 66.671 pessoas.

O São Paulo alega que não coloca à venda a carga máxima por um acordo com a Polícia Militar, que exige que entre 5% e 10% da capacidade do estádio fique ociosa por questões de segurança. Na temporada, o recorde de público foi no clássico contra o Santos, quando 58.127 pagaram ingresso.

Por que não lota?

A principal diferença entre capacidade e ocupação tem sido, há anos, o anel inferior. Oficialmente, a capacidade do setor é para 12.614 pessoas. Mas, em 2023, somente diante do Bahia o clube ultrapassou a marca de 8 mil entradas — foram 8.137.

Isso pode ser explicado por uma mudança na configuração do estádio, que agora tem restaurantes e camarotes ocupando quase a totalidade do que antes eram os setores laranja e amarelo (hoje, Sul e Norte). O laudo dos Bombeiros permite mais gente ali, mas o layout dos empreendimentos, não. São 4,5 mil lugares que ficam vazios.

Nos demais setores, o Morumbi tem se aproximado da maior ocupação possível. Nas arquibancadas, a capacidade oficial é para 37.879 pessoas, mas o São Paulo tem se aproximado de um teto de 36 mil entradas. Foram 35,8 mil contra o Palmeiras e 35,6 mil diante do Santos, ambos jogos pelo Brasileirão.

Quando as arquibancadas já tinham a atual configuração, em 2017, o clube vendeu 37 mil ingressos de arquibancada para um jogo contra o Corinthians, no Brasileirão.

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Já no anel intermediário, onde ficam as cadeiras cativas, o Morumbi também tem ficado perto da sua lotação. O setor tem como recorde este ano as 14,3 mil pessoas que compareceram ali no jogo contra o Santos. Cabem ali 16.144 torcedores e o recorde recente pertence à final do Paulistão do ano passado, quando compareceram 15.476 são-paulinos.

Ocupação máxima de 90% é padrão entre os grandes

O São Paulo considera que a lotação máxima do estádio é algo próximo ao público presente na final do Paulistão de 2022, quando 60.383 torcedores viram o São Paulo sair na frente na decisão, ocupando 90,5% do estádio.

É a mesma ocupação recorde do Allianz Parque. A lotação máxima aprovada no laudo de segurança do estádio do Palmeiras é para 45.740 pessoas em jogos de futebol. O recorde da arena foi batido no Brasileirão deste ano, contra o Corinthians, quando 41.457 torcedores compareceram, com 90,6% de ocupação.

No caso do Corinthians, o AVCB dos Bombeiros é para 49.688 e, o recorde de público foi estabelecido exatamente na partida de ida da Copa do Brasil contra o São paulo, quando 46.517 corinthianos pagaram ingresso, uma ocupação de 93,6%.

Não é coincidência que os recordes pertençam sempre a clássicos, uma vez que, com só uma torcida no estádio, não é necessário isolar o setor visitante.

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