Soteldo, esquema, Libertadores... Os motivos para o Santos escolher Aguirre
O Santos escolheu Diego Aguirre para substituir Paulo Turra. O presidente Andres Rueda e seus pares "ignoraram" a rejeição nas redes sociais para fechar com o técnico uruguaio até dezembro de 2024.
O que aconteceu
O Santos aposta que Aguirre pode salvar o clube do inédito rebaixamento. Nas redes sociais, a hashtag #AguirreNão ficou entre os assuntos mais comentados, mas o Peixe acha que qualquer profissional sofreria "hate" diante do atual momento.
A diretoria entende que Aguirre colocará em prática o pragmatismo suficiente para alcançar os 45 pontos e se afastar do Z-4. O exemplo dado internamente foi como Fabio Carille conseguiu o mesmo em 2021.
A diretoria não espera um time ofensivo sob o comando de Diego Aguirre. A diretoria espera pontuação melhor. Se for com um futebol mais vistoso, melhor. O Olimpia teve o segundo melhor ataque da primeira fase da Libertadores.
Esquema tático
Dirigentes e membros da comissão permanente do Santos entendem que o melhor caminho agora é um 4-4-2, com meio-campo mais reforçado, sem a presença de dois pontas.
O 4-4-2 é a formação preferida de Aguirre. O uruguaio acredita que esse esquema deixa o time forte defensivamente e capaz de contra-atacar com qualidade.
O novo técnico pretende montar o time baseado nos dois jogadores que entende que são mais decisivos: Jean Lucas e Soteldo. Jean com a sua capacidade de ser "box to box", atacando e defendendo, e Soteldo com liberdade para criar.
Pés no chão
O presidente Andres Rueda e os demais membros do Comitê de Gestão entenderam que não era momento de trazer um técnico ofensivo.
O Santos montou um elenco baseado nas opiniões de treinadores mais defensivos: Odair Hellmann e Paulo Turra. Com a janela de transferências fechada para atletas com contrato, seria difícil mudar a característica do grupo apenas com jogadores livres no mercado.
O Peixe crê que Aguirre será capaz de fazer o atual elenco acreditar no seu trabalho e comprar a ideia de jogo. O clima estava pesado sob o comando de Paulo Turra e os treinamentos eram considerados de baixa qualidade.
Demissão no Olimpia
O Santos buscou informações sobre a saída de Diego Aguirre do Olimpia, do Paraguai. Esse foi o último trabalho antes de assumir o Peixe.
Aguirre levou o Olimpia à segunda melhor colocação geral da fase de grupos da Libertadores da América, com 14 pontos, atrás apenas do Palmeiras (16).
O Olimpia, porém, ocupava a vice-lanterna no Campeonato Paraguaio e foi eliminado nos pênaltis na Copa do Paraguai. Esses fatos colaboraram para a demissão.
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Quero receberO Peixe preferiu valorizar a Libertadores, um campeonato mais difícil, e ponderou que Aguirre poupou titulares no campeonato local. Outro ponto foi que o uruguaio saiu com apenas duas partidas no Clausura e não vivia uma sequência longa de maus resultados.
Lição de casa
Diego Aguirre consultou muitas pessoas do meio do futebol antes de dizer "sim" para o Santos.
Aguirre sabe da dificuldade do Peixe nos últimos anos e da complexidade com eleições marcadas para dezembro, mas a vontade de voltar a trabalhar no Brasil foi maior. Ele sempre quis dirigir o Santos de Pelé.
O uruguaio pretende amenizar o clima no CT Rei Pelé, sem deixar de cobrar os jogadores pela má fase. As informações prévias são de um "ambiente de trabalho carregado".
Aguirre negociou com a seleção uruguaia antes da Copa do Mundo do Qatar e, recentemente, foi procurado pelo Peñarol, time do seu país. Ele deve comandar o primeiro treino no Santos amanhã (8).
O principal objetivo na chegada será montar o Santos para enfrentar o Fortaleza, domingo, no Castelão. João Paulo, Lucas Lima e Mendoza estão suspensos. Nonato pode estrear.
Marcelo Fernandes, ex-auxiliar do Santos, foi recontratado para ajudar Diego Aguirre nesse período de transição com a mesma função anterior. Ele fará parte da comissão técnica permanente.
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