Vice-líder Flamengo está tão longe do Botafogo quanto do Santos no Z4

Foi um dos piores jogos do Botafogo no Brasileirão. O artilheiro Tiquinho Soares saiu machucado. Mas a vantagem na liderança aumentou para 13 pontos. Mais uma rodada de Brasileirão nesse novo normal alvinegro, em que (quase) tudo dá certo.

O Botafogo sobra tanto no campeonato que a distância de pontos entre ele e o Flamengo é a mesma entre o time de Sampaoli e o Santos, primeiro na zona de rebaixamento.

O que aconteceu na rodada

O Botafogo empatou com o Cruzeiro por 0 a 0. Gosto de vitória. Mas o clube aguarda exames para saber a gravidade da lesão no joelho de Tiquinho Soares.

O Flamengo usou reservas e levou uma surra do Cuiabá de Deyverson, por 3 a 0.

O Vasco ganhou do Grêmio com gol do estreante Vegetti. Reforço deu retorno imediato.

Hulk fez um golaço, Lucas Moura cometeu pênalti na estreia e o Atlético-MG venceu o São Paulo.

Santos e América-MG demitiram seus treinadores.

O enredo no topo da tabela

O Botafogo é o expoente de um campeonato que tem no top-3 três times cariocas — sendo seguido por Flamengo e Fluminense, após os resultados do fim de semana em que até o Vasco ganhou. O Fla, inclusive, tomou uma surra do Cuiabá de Deyverson, enquanto o Flu venceu o Palmeiras, por 2 a 1.

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Não dá para dizer que é um amplo domínio carioca, porque Palmeiras e Red Bull Bragantino têm os mesmos 31 pontos da dupla Fla-Flu, mas salta aos olhos o posicionamento do trio do Rio na tabela — algo muito incomum nos pontos corridos.

É um momento muito singular do Botafogo, merecido também pelo trabalho que foi feito desde o ano passado, de investimento. O Luis Castro acabou sendo reconhecido só na parte final dele, foi um cara que apanhou bastante. Hoje serve de alerta que um trabalho precisa de um pouco de tempo para se consolidar. Se não fosse o modelo do Botafogo, todo mundo sabe que o Luis Castro teria sido demitido há muito tempo. Mas foi a base que deixou e trouxe outro treinador em uma linha parecisa, outro grande treinador português. O Botafogo está fazendo um campeonato muito fora da curva.

Fernando Diniz, técnico do Fluminense

Perri gigante

Se tem em Tiquinho Soares o grande nome no aspecto ofensivo, muito do que o Botafogo construiu neste Brasileirão se deve ao nome que começa a escalação: Lucas Perri.

Contra o Cruzeiro, dá para dizer que o pontinho fora de casa ficou na conta dele, por causa das defesas feitas sobretudo no segundo tempo.

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O Botafogo não tem a melhor defesa por acaso. Quando Adryelson e Victor Cuesta deixam passar alguma coisa, lá está Perri. O time só tomou dez gols em 18 rodadas e conquistou 44 de 54 pontos disputados.

O alerta fica por conta do diagnóstico que virá após Tiquinho torcer o joelho. Ele já estaria suspenso contra o Internacional, na próxima rodada, mas a lesão diante do Cruzeiro gera uma tensão ainda maior.

Deyverson, personagem da surra do Flamengo

O Flamengo é um dois em um. Nas Copas, aguerrido, um bicho-papão. Mas a imagem que passa no Brasileirão é de desleixo. E isso esfria a briga pelo título, embora o time ainda esteja em segundo.

O rubro-negro foi atropelado pelo Cuiabá em uma noite na qual poupou jogadores pensando na Libertadores. Os reservas não corresponderam. Inclusive, o atacante Pedro — que voltou a jogar depois de levar soco, faltar treino, ser multado e suspenso. O adversário não tem nada a ver com isso e aproveitou.

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Parecia uma repetição da surra sofrida contra o Red Bull Bragantino (4 a 0). A sequência do Cuiabá chama atenção. São quatro vitórias seguidas que ajudam a criar uma gordura para se afastar da zona de rebaixamento e ver a zona da Libertadores mais próxima.

Deyverson, claro, deixou o dele. No repertório, teve bom futebol. Mas um pouquinho de cera, simulando dor para atrasar o jogo, e comemoração mostrando tatuagem da taça da Libertadores. Aquela final vencida pelo Palmeiras diante do mesmo Fla ainda reverbera.

O golaço da rodada

Hulk acertou o ângulo em cobrança de falta na vitória do Atlético-MG sobre o São Paulo, azedando a festa de apresentação no gramado dos reforços Lucas Moura e James Rodriguez. Lucas entrou durante a partida e fez o pênalti que originou o segundo gol. Foi a primeira vitória de Felipão no comando do Galo.

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Dança das cadeiras

Dois técnicos foram demitidos após os jogos da 18ª rodada do Brasileirão: o Santos mandou Paulo Turra para a rua, assim como o América-MG fez com Vagner Mancini. O Peixe entrou na zona de rebaixamento e o Coelho caiu para a lanterna.

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