Maior artilheira e decisiva: quem é Usme, heroína da Colômbia na Copa 2023

A Colômbia fez história ao vencer a Jamaica por 1 a 0 e conquistar a vaga inédita nas quartas de final da Copa do Mundo feminina. A responsável por fazer o que nem Brasil e França conseguiram foi Catalina Usme, uma das grandes jogadoras da história da seleção.

Ela marcou o gol que deu a vitória às colombianas diante de uma defesa que ainda não havia sido vazada na competição. Usme é a maior artilheira da história da seleção e manteve vivo o sonho.

"Isso é algo que nós construímos há muito tempo. A vontade de chegar nesse Mundial e fazer história é grande. Esse time tem uma energia incrível, tem um objetivo claro. Viemos jogar sete finais. Fizemos quatro até agora. Vamos colocar os pés no chão, aproveitar porque estamos fazendo história, mas não será o fim. O teto tem que ser a final da Copa. Temos como competir com qualquer time do mundo. Vamos continuar sonhando muito grande", disse após o jogo.

Carreira

Na contramão do time masculino, a seleção feminina demorou muito tempo até ter alguma atenção. Desde 2010, porém, a Colômbia terminou em segundo lugar na Copa América em três de quatro edições. Uma das pioneiras que ajudou nessa transição para uma equipe competitiva foi justamente Catalina Usme.

Aos 33 anos, Usme vive sua terceira Copa do Mundo. Jogadora do América de Cali, ela é a maior artilheira da Libertadores feminina, com 30 gols. Ao contrário de grande parte das jogadoras, ela permaneceu no país mesmo com o sucesso. O sonho do pai era ter um filho jogador de futebol.

"Na infância, teve um momento que lembro muito e que me marcou. Foi quando eu disse para minha mãe que queria ser jogadora de futebol profissional. A resposta dela foi: 'Filha, futebol feminino não existe'. E eu: 'Como assim? Se eu jogo, tem que existir'", relembrou a colombiana em entrevista à Fifa.

Depois de se formar na escola, Cata conseguiu empregos e aproveitava o tempo para treinar. Desta forma, começou a jogar profissionalmente. Ela estreou na seleção em 2006 e jogou a primeira Copa América neste ano, mas sem marcar gols.

Ainda adolescente, ela e as companheiras não conseguiram passar da fase de grupos. Quatro anos depois, porém, ela balançou a rede pela primeira vez e ajudou a levar a Colômbia ao segundo lugar. Na competição sul-americana, Usme fez parte do time em 2006, 2010, 2014, 2018 e 2022. Em 2018, marcou nove gols, todos na fase de grupos, incluindo três diante do Paraguai e quatro sobre o Uruguai.

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A artilheira também foi decisiva em 2015, quando a Colômbia fez a melhor campanha da história até então chegando às oitavas em sua segunda Copa do Mundo. A primeira foi em 2011 e 2023 é a terceira.

Usme liderou a equipe na classificação inédita à Olimpíada em 2012 e depois voltou em 2016. O time nunca venceu uma partida, mas a atacante marcou dois gols inesquecíveis para o país no empate diante dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, os dois primeiros e únicos da Colômbia na história.

Sem individualismo

Mesmo sendo a referência que é para o país, Catalina Usme não gosta de falar sobre si ou tomar o sucesso. Ela sempre atribui qualquer momento de glória ao coletivo.

"Eu só quero fazer o melhor para o time. Quero mostrar meu trabalho, meu sacrifício. Onde precisem de mim, onde quiserem que eu jogue. Só quero mostrar meu melhor. Hoje foi o gol e em um momento importante para mim também, porque também sonhei, trabalhei, visualizei, me preparei para ter essa felicidade nos momentos mais importantes. Que bom que hoje pude responder com o que melhor sei, que é fazer gols", disse.

Nem as lesões fizeram a jogadora desistir ou ser menos importante na história colombiana.

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Além disso, ela também é uma voz ativa na proteção e representação do movimento LGBTQIAP+. Esta Copa tem pelo menos 95 jogadoras que são parte da comunidade.

Quer fazer história

A Colômbia não quer parar por aí. No próximo sábado, enfrenta a Inglaterra em Sydney pelas quartas de final, às 7h (de Brasília).

"É acreditar. Acreditar e trabalhar. Não há melhor resposta na vida do que o trabalho. O trabalho te dá tudo. E acho que esse time trabalhou bem, fez as coisas bem. Nós nos dedicamos a trabalhar da melhor maneira para chegar a este Mundial e fazer história. E, bom, acho que foi um lindo momento para todos", finalizou Usme.

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