Abel brinca com Weverton e se preocupa com joelho de 'monstro' Zé Rafael
O técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, usou a entrevista coletiva após a classificação na Libertadores para brincar com o goleiro Weverton, que estava ao seu lado na sessão. Ele também valorizou a atuação de Zé Rafael na partida contra o Atlético-MG, que selou a vaga paulista nas quartas de final do torneio continental.
"Senta direito". Essa foi a frase usada pelo português segundos antes de o goleiro falar pela primeira vez na sessão, uma referência às críticas que recebeu no mês passado sobre sua postura. Weverton brincou com o comandante ao falar que estava focado no que ele havia dito antes e, em meio às risadas, falou sobre sua leitura da partida.
O que mais Abel falou?
Atuações individuais. Falo com meus jogadores que defender tem muito a ver com o caráter, e atacar tem a ver com organização. A missão do treinador é ensinar a tática do jogo. A técnica e o físico são dos jogadores, e a mental é 50% de cada. Minha função é ensinar eles a jogar com e sem a bola. Hoje, me recuso a falar sobre um ou dois jogadores porque a equipe esteve muito bem."
O que faltou para vencer? "Tivemos muito mais oportunidades do que nosso adversário. Não lembro de o Weverton ter feito uma defesa. A única bola foi uma diagonal do Paulinho, que chutou para fora. Poderíamos ter chegado no intervalo com um ou dois gols. O que fica, na minha opinião, é o grande caráter de jogar atrás. Falhamos apenas uma vez e isso pode acontecer, mas estamos preparados. Gostei da coragem que tivemos de nunca abdicar de jogar quando tínhamos a bola. Infelizmente, na minha opinião, faltou só uma coisa: fazer os gols."
Preocupação com Zé Rafael. "Queríamos outro igual a ele, mas vai ser difícil. Ele está impossível, um monstro, uma máquina... Só espero que o joelho dele esteja firme, porque hoje ele jogou com 70% daquilo que pode. Obrigado a ele."
Elenco fisicamente preparado. "Nosso adversário teve só dois dias de recuperação, o que não acho justo. Isso aconteceu com a gente diante do São Paulo. Tínhamos essa vantagem física. O jogo começou a ser ganho contra o Fluminense porque, com a quantidade de jogos, precisamos rodar nossa equipe. Volto a dizer que, contra o Fluminense, eu não achei o resultado justo, mas costumo dizer que o resultado toma conta dele e nós temos que tomar conta das nossas tarefas, como tomamos hoje. Não achei o resultado de hoje justo, achei que devíamos ter ganho o jogo, mas o futebol é eficácia. Deveríamos ter feito. Com o Fluminense, aconteceu a mesma coisa. É dar os parabéns ao Atlético-MG e ao Felipão, que é um treinador que gosto."
Importância do resultado. "Mais uma vez, nossa equipe mostrou que, quando estamos todos juntos e recuperados, somos extremamente competitivos. Ainda bem que passamos, porque tenho certeza que, se não passássemos, estaríamos em crise. A única equipe que não está em crise é o Botafogo, e espero que não perca dois jogos, porque também vai enfrentar crise se perder. Vamos fazer o que temos feito, e a cada ano ganhar títulos, foi o que nos prometemos. Já fizemos neste ano e vamos continuar fazendo."
Raio-x do elenco. "Está muito clara a filosofia do clube, vocês é que não entendem. O treinador falou o que tinha que falar e não vai alterar uma vírgula daquilo que disse em janeiro sobre os jogadores que precisávamos. Foram nove embora, entraram dois e todos os outros fomos buscar na base. Em todas as posições, temos jogadores da base. Há determinadas posições que queríamos, mas o clube sempre mostrou essa responsabilidade desde o início. Tem um limite. Vamos ganhar e perder como sempre acontece em todas as equipes, vamos ter momentos como hoje, de consistência e casca, e outros em que vamos perder. Às vezes, parece difícil explicar futebol, mas para mim é simples: você vai ganhar e perder, o importante é lutar para ganhar, como foi hoje, contra o Fluminense, contra o Botafogo... quando chegamos, tínhamos seis jogadores da base, agora temos 11. Não posso garantir que todos vão ficar no clube, mas vamos dar oportunidades no tempo certo. Só podem jogar 11 e entrar cinco, não faço milagres."
Futebol apresentado pelos meias. "O Veiga tinha uma marcação individual porque o Otávio sempre esteve perto. É como nas damas: é preciso dar uma peça para comer para, depois, comer duas. O Veiga não precisava correr muito, e isso libertava às vezes o Zé Rafael. Mandamos o Menino vir para direita para sair da marcação. Estudamos bem o adversário, é uma equipe que caça e faz muita marcação individual. Apesar do jogo ter sido 0 a 0, deveríamos, com as oportunidades que criamos, ter feito gols. Infelizmente, não conseguimos ter a calma necessária no último terço para um melhor chute e um melhor cruzamento, fomos muito precipitados. Foi o ponto menos positivo do jogo, mas todo o resto foi bom. Sobre o Menino: costumo ficar na orelha dele porque ele é distraído a partir dos 70 minutos, quando começa a ficar cansado e perder o foco. Hoje, ele fez um jogo extraordinário, espero que ele mantenha o pé no chão. Quando ele está focado do início ao fim, pode nos ajudar muito e faz uma dupla muito forte com o Zé Rafael."