O vice-presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, afirmou ao podcast "Rolou o Melão", da ESPN, que a formação de treinadores brasileiros é "ruim", exaltando a recente onda estrangeira no país — o time do Mato Grosso é comandado pelo português António Oliveira.
Improviso ruiu? "O nosso jeito de jogar futebol é muito no 'resolve ali para mim', com jogada individual. Vi uma entrevista de um treinador brasileiro [Vanderlei Luxemburgo] nesta semana falando: 'onde está o nosso jeito de jogar?'. O nosso jeito brasileiro de jogar, pelos resultados que estamos tendo internacionalmente, não está dando certo. O Brasil vem passando algumas vergonhas nas Copas do Mundo que refletem o que tem sido feito no Brasil."
Escola ruim e empregos por amizade. "O futebol brasileiro tem um grande problema na base, na formação de atletas e muito maior ainda na formação de profissionais de base: treinadores, preparadores físicos, treinadores de goleiros... todos os profissionais que envolvem uma comissão técnica. A gente tem um déficit muito grande hoje. No futebol, temos uma quantidade de pessoas empregadas que não têm qualificação. Temos muita gente no futebol que consegue arrumar emprego por amizade. E os treinadores brasileiros estão sofrendo muito a consequência disso. A escola de treinadores brasileiros é ruim."
Raio-x dos técnicos. "A gente tem 13 estrangeiros dos 20 da Série A. São dois interinos: no Athletico e no Coritiba. E só temos cinco brasileiros entre eles. Nestes cinco, são alguns mais velhos ou veteranos como Luxemburgo e Felipão. Temos nomes fortes, como Renato Gaúcho, Dorival... Então, precisa ser olhado para isso. Esse fenômeno do estrangeiro no Brasil não é uma coisa que acontece por acaso."
Diferenças Brasil e Europa. "O futebol europeu é feito, em sua maioria, com movimentos automatizados. O futebol tem se tornado isso, esse 'automatizado' tem levado vantagem em relação ao 'resolver com o talento'. O futebol virou físico, a questão física se impõe muito dentro de campo. A quantidade de treinadores brasileiros da Série A tem diminuído muito. Hoje são 13 (técnicos), amanhã podemos ter 14, 15, 16... [A formação de profissionais] é algo a ser pensado com urgência."
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