Léo revela identificação com Vasco e sua luta histórica: "Sofri racismo"

Um dos primeiros reforços na Era SAF, Léo criou rápida identificação com o Vasco e se tornou líder do elenco. Em meio à crise, não se cala e garante que a posição no Brasileiro "incomoda muito", mas acredita que há condições para o time sair da zona de rebaixamento. À vontade em São Januário, o jogador se vê em casa e entende que a histórica luta do clube contra o racismo é um reflexo de si próprio.

A identificação que tive com esse clube, com essa torcida. Eu sinto muito. Eu diria que é o clube com o qual mais me identifiquei. Acho que é muito nítido o carinho, o respeito que eu tenho por esse clube, pela torcida e funcionários. Eu também já sofri racismo, tentava me esconder em local público. Depois que você estuda toda a história do Vasco, você fala: 'Estou no lugar certo, que bate muito com aquilo que eu acredito"

Léo

Momento do time

O Vasco vai mal Campeonato Brasileiro, competição na qual tem apenas 12 pontos e é o penúltimo colocado, com 77% de chance de rebaixamento, segundo dados da UFMG.

Apesar do cenário negativo, o camisa 3 acredita que o Cruz-Maltino apresentou melhoras e a vitória sobre o Grêmio foi um indício, sobretudo pelo apresentado no segundo tempo.

"Acho que está tendo evolução. Neste momento, o que eu tenho a dizer é que há muito trabalho e dedicação para poder conquistar o máximo de vitórias, de pontos possíveis para tirar o Vasco dessa situação", disse.

Liderança no elenco

Logo que chegou ao Vasco, Léo assumiu a braçadeira de capitão e se tornou o líder do elenco. Apesar do pouco tempo no clube, passou a ser o porta-voz mesmo na turbulência que o time atravessa.

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Desde jovem, o zagueiro ressalta que sempre conversou com os companheiros, mas no Cruz-Maltino teve espaço para exercer papel.

"Eu sempre fui assim, mas também sempre respeitei quem tinha a autoridade e liderança naquele momento nos times em que passei. Aqui, foi confiado a mim isso, e acredito que há assuntos que são do campo e outros, não, como se preocupar com o lado humano dos jogadores", salientou.

"Olhar para um atleta que precisa ser levantado, aconselhar e mostrar que precisamos dele. Olhar para os funcionários do CT. Às vezes você vê alguém mais para baixo e um café, um sorriso, muda o dia", completou.

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Imagem: Daniel Ramalho / Vasco

O zagueiro lembrou também quando pediu a palavra durante uma invasão de integrantes de organizadas ao CT, dias depois da goleada sofrida pelo rival Flamengo, no Brasileiro.

"Quando pedi para falar foi porque eu acredito que aqui estão estavam as pessoas que podem tirar o Vasco dessa situação. Falei o que estava sentindo naquele momento, não menti", afirmou.

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Trabalho de Ramón Diaz

O argentino Ramón Diaz chegou ao Vasco com a difícil missão de mudar o panorama da equipe no Brasileiro. Até aqui, foram três jogos, com uma vitória e duas derrotas.

Neste período, ele fez mudanças no setor defensivo, como a escalação de três zagueiros, mas Léo aponta que os jogadores estão conseguindo se adaptar aos pedidos do novo comandante:

"O tempo dá essa maturidade. Principalmente no futebol brasileiro, que tem de se adaptar porque, às vezes, vai trocar treinador. Estamos trabalhando em uma intensidade muito alta, está todo mundo comprometido".

100 anos do título de 1923

Um dos fios que fazem a ligação do recém-chegado Léo com o Vasco ser forte é justamente a luta contra o racismo. E tal capítulo desta história tem como passagem importante o título conquistado pelo time que ficou conhecido como Camisas Negras.

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Imagem: Centro de Memória do Vasco

A conquista do primeiro Estadual, com uma equipe formada por negros e integrantes de uma camada humilde da sociedade, aconteceu há um século e é celebrada pelo clube.

"A história do Vasco bate muito com a minha história de vida. Então, tenho um grande prazer de vestir essa camisa", salientou.

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