Luxemburgo minimiza Corinthians x São Paulo: 'Brasileirão é a prioridade"

O técnico Vanderlei Luxemburgo falou em entrevista coletiva após a vitória do Corinthians por 3 a 1 sobre o Coritiba, na Neo Química Arena, pela 19ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Qual é a prioridade? "Eu já falei que é o Campeonato Brasileiro. Hoje foi a vitória mais importante para gente".

E a semifinal da Copa do Brasil contra o São Paulo? "É uma decisão, mas foi turbulência muito grande, convivendo com situação desconfortável. Tínhamos que sair disso, somos grandes, parte emocional traz prejuízo. Temos um jogo a menos no fim do turno e podemos chegar perto da zona da Libertadores. Hoje foi a vitória mais importante".

Invencibilidade de 11 jogos: "Não muda nada. Se perdermos, as pancadas vêm de novo. Tenho que enxergar como técnico. Se não enxergam o crescimento, não é problema meu".

Saída de jogo: "O chutão também é marcação, se marca a segunda bola. Quando podemos sair jogando, aí jogamos com tranquilidade".

Veja a entrevista de Vanderlei Luxemburgo na íntegra

Virada e semifinal

"Hoje é um dia importante. Sou avô, pai duas vezes. O jogo no primeiro tempo foi mais de meio-campo, sem muitas oportunidades. Fizeram gol na bola parada, sabíamos que era perigosa, o time deles é muito alto, difícil de marcar. Mudamos para o segundo tempo, com mais velocidade e profundidade. Cassio foi fundamental em alguns momentos, poderiam até ter empatado. Goleiro bom é o que faz defesa importante quando precisa. Qual a prioridade? Eu já falei que é o Campeonato Brasileiro. Hoje foi a vitória mais importante para gente. É semifinal de Copa do Brasil, mas foi turbulência muito grande, convivendo com situação desconfortável. Tínhamos que sair disso, somos grandes, parte emocional traz prejuízo. Temos um jogo a menos no fim do turno e podemos chegar perto da zona da Libertadores. Hoje foi a vitória mais importante, o Campeonato Brasileiro é o campeonato mais importante do Corinthians. Saímos da Libertadores, mas valorizamos a Sul-Americana com os moleques, contra o América-MG e o Atlético-MG... Isso tudo valoriza, mas o que mais valoriza é essa vitória de hoje para olharmos à frente no Campeonato Brasileiro".

Moscardo, Rojas... Importância deles

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"Preparação normal. Entrei com o Moscardo para ver a condição. Mudamos o jeito de jogar, com Ruan mais para o lado. Estava dentro de um planejamento. Estava parado, o ritmo de jogo é completamente diferente, e pude aproveitar o Rojas por menos tempo pela forma que o jogo se desenrolou. Agora é o pijama training deles, se alimentar, descansar e pensar na quarta".

Mexidas no intervalo

"Não foi de nomes apenas, foi tático. Foi característica de time diferente, um volante só, dois meias, dois caras de lado buscando profundidade, laterais jogaram parecido com Fagner e Fabio, não passaram, por causa dos dois caras de lado e dois meias próximos do Yuri. O pessoal falava que o time não conseguia sair jogando, eu pedi calma e saímos hoje com tranquilidade. Vamos ouvindo as coisas, faz parte do trabalho. Fomos jogar contra o Newell's com vantagem e, na casa do adversário, não deixando a gente sair, não tem motivo para sair jogando, chutão faz parte para marcar a segunda bola. Pô, casa do adversário, com vantagem no placar. Não temos obrigação, o pessoal não analisa a situação. O chutão também é marcação, se marca a segunda bola. Quando podemos sair jogando, aí jogamos com tranquilidade".

Invencibilidade após críticas

"Não muda nada. Se perdermos, as pancadas vêm de novo. Tenho que enxergar como técnico. Se não enxergam o crescimento, não é problema meu. Eu enxergo, vejo internamente, vocês não veem o dia a dia. Vocês olham o que acontece, noticiam, mas não sou obrigado a concordar. Não sou mal educado, pergunta procede, resposta procede. Eu vi evolução no pior momento. Gil jogando bem agora? Eu sempre falei da origem dos gols. Se tivermos equipe mais competitiva, determinada, marcação adiantada... Dificilmente vão chegar na nossa defesa e se chegar, vai ser mais suave. Gil já estava bem, mas melhoramos coletivamente. Sobre o que eu faço ou não, críticas e elogios, a minha história é rica de resultados. Podem criticar, sem problema, mas tenho segurança do que faço. Discutir, debater, não guardo mágoa, mas faço o que devo fazer. Algumas críticas são desnecessárias e passam pro pessoal, menosprezam, e o ser humano precisa ser valorizado. Sou pai e avô, tem que olhar para o ser humano, não só o profissional. Servimos de exemplo para nossas famílias. Críticas pessoais doem, mas eu sei como é. É que nem vara de marmelo, enverga, mas não quebra".

Luxemburgo ser humano

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"Eu fui criado em uma geração de técnicos ex-jogadores: Modesto, Jaime Valente... Quando se está dentro de um grupo, ficamos mais tempo com eles que a própria família. Tem que ser duro como pai, mas ser paizão na hora de dar carinho. O filho olha para o pai e vê exemplo. Eu concentro na antevéspera e dou exemplo, não tenho privilégio de estar em casa. Não precisava disso, mas só consigo ser dessa forma. Tenho que ser exemplo de profissional, conquista, de campeão. Mostrar o caminho das pedras. O futebol é universal. Quando jogador olha um campeão, ele segue. Temos campeões aqui, estão acostumados e é muito bom quando retribuem, agradecem. É como ver um filho indo para droga, um rumo ruim, e a gente fala o que tem que fazer e depois agradece como pai pelo caminho certo. É uma relação própria nossa".

Confiança e chances criadas. Time tem a sua cara?

"Minha cara é feia [risos]. Vemos confiança na ação dos jogadores: passe, domínio, o Gil se transformar em centroavante como não fazia. A confiança é adquirida com os resultados. 70% não é da comissão ou diretoria, é dos jogadores que entenderam e praticam em campo. Não é por A, B ou C, é pelo trabalho. Se não jogarem, serão criticados, vaiados, é o futebol. A confiança vem com vitórias. Mas o futebol é rápido demais. De repente se flutua, acha que vitória vai acontecer, mas tem que praticar e ganhar. O bom momento vem e vai embora".

Substituição do Róger Guedes e outros testes

"O Róger estava aqui e falei que queria aproximar do gol. Joguei com três zagueiros e dois atacantes com ele por dentro, ele pelo lado... Mas o Róger não está mais aqui, nem gostaria de responder sobre ele. Eu tenho que ajustar, ora com jogador de meio-campo, ora com mais profundidade, como foi hoje. Se observar, tenho jogado de várias situações, com variações táticas dentro do jogo. Comecei e terminei de outro jeito. Os números que falam hoje aí. Falo com propriedade que sei a característica de cada jogador. Tenho domínio olhando para o meu elenco. Não quero entrar na análise com Róger Guedes, Róger na minha cabeça... Ele foi embora, ficou para trás e tenho que tornar a equipe forte com os jogadores que nós temos".

Marcação adiantada

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"Não foi hoje. Contra o Newell's, roubamos muita bola na frente e fizemos gol. Eu consigo sair jogando hoje. Por que não saía antes? Não consegui trabalhar isso, criar espaço, movimentar. É tudo treinamento. Nosso trabalho foi na semana livre, 10 dias de Data Fifa. Dividi o time, fiz trabalhos táticos para o jogador entender a nossa coisa, quando marcaríamos mais alto ou mais na intermediária. É o que treinamos e começamos a executar. Não foi hoje. Tivemos avanço coletivo. Com o Róger tínhamos marcação adiantada também às vezes, mas não como hoje. Falei contra o Newell's que queriam que eu saísse jogando, mas não dava naquele campo. Para que arriscar? E valorizar o resultado que já tínhamos tido".

Jogo decisivo para alguns meninos

"A preparação especial é com a equipe, não só com os mais novos. Para os mais novos é jogar uma decisão, quem participar viverá uma decisão. Lembro como se fosse hoje que joguei final do Campeonato Carioca contra Flamengo, Fluminense e Vasco em 1972 para 150 mil ou 160 mil pessoas. Quando garoto tem que jogar, não podemos ter receio. Vai amadurecer quando? Gosto dessa molecada".

Ruan Oliveira

"Ficou três anos parado, é só com sequência mesmo. Tem evolução boa, mas com momentos de queda também, normais pela inatividade. Ele está ocupando espaço, fiquei feliz pelo Wesley também. Atacante tem que fazer gol, jogando por dentro ou por fora. O gol chama a atenção de vocês. Segundo gol nessa volta. Atacante que não gosta de gol não vai ser valorizado. Tem que ser veloz, driblador e gostar de gol".

Vestiário

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"O futebol é o único esporte coletivo que não dá para interferir no jogo, com tempo técnico. A gente vê acontecer e não dá para substituir e voltar. O intervalo é para leitura de jogo, somos obrigados a isso. São três a quatro minutos dos 15 para isso. Tem entrevista, descanso... O treinador acerta e erra, o futebol é assim. Tem que fazer acontecer no intervalo".

Semifinal contra o São Paulo

"O futebol é assim, com possibilidade de virar o jogo. É difícil, não é toda hora. Conseguimos virar durante o jogo ou começando com desvantagem. Eu acho que tudo que fizemos até agora ficou para trás. Agora é botar na cabeça, mas não falar o que vamos fazer. É o jogo mais importante nesse trabalho curto até agora".

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