Abel diz que 'faltou açúcar' ao Palmeiras, mas festeja vitória e cita Messi

O técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, admitiu que faltou "açúcar" ao time no duelo contra o Cruzeiro, vencido no último lance com gol de Flaco López. Ele ainda citou Lionel Messi ao mandar uma mensagem ao torcedor.

O que ele disse

Atuação amarga? "Meus jogadores sabem que ninguém gosta mais deles do que eu, mas hoje não fomos criativos e inspirados na frente, em ações individuais, no um contra um... não fomos criativos. Não faltou entrega nem foco, mas na nota artística, alguns jogadores estiveram abaixo do que é a performance normal. Os jogadores do Palmeiras têm qualidade, e hoje faltou um pouco de açúcar no último terço. Faltou adoçar as jogadas. Não fomos tão criativos. Se hoje o resultado acabasse empatado, teríamos que aceitar."

Elogios ao Cruzeiro. "É uma equipe extremamente bem organizada, com tempo de treino e trabalho. Procuro mostrar aos meus jogadores qual é o caminho para o gol adversário, mas há sempre um oponente, que hoje estava fresco. Na nossa casa, as equipes tem vontade de extra de jogar contra nós, basta ver na Copa do Brasil. Não é de hoje. Entendi o termo que vocês usam muito, que era a 'equipe a ser batida'. Não entendia bem, mas agora entendo. Mérito do nosso adversário que nos bloqueou."

Resultado justo? "Fiz algumas alterações no nosso time-base. O 1° tempo, foi muito truncado, equilibrado e com poucos arremates. No 2° tempo, fomos melhores, apesar de o adversário ter tido a boa chance do Wesley em que a nossa defesa parou. Temos que rever um comportamento defensivo ali. Hoje, se ficasse empatado, tinha que aceitar, como também perdemos jogos aqui que não devíamos ter perdido, como Botafogo e Fluminense. O resultado toma conta dele, a nossa função é dar o melhor, como sempre fazemos. Felizmente, hoje, fomos felizes."

Agradecimento ao torcedor e citação a Messi. "É agradecer de coração por ter 38 mil torcedores aqui. Isto é ser palmeirense, é gostar do Palmeiras. Tenho que compartilhar uma coisa que penso há algum tempo: o Messi saiu da Europa para desfrutar: ele, família e torcedores. É isso que peço aos torcedores: que venham ao estádio desfrutar da equipe e que nos apoiem como hoje em um jogo difícil. Não foi o melhor jogo que fizemos, acho que eles estiveram melhores do que nós, mas fazemos tudo o que podemos. O treinador às vezes acerta, às vezes erra, sou humano e meus jogadores também. É agradecer aos torcedores pela confiança que têm neste elenco. Gosto muito quando um jogador faz um corte e nossos torcedores aplaudem como se fosse um gol. Isso é místico, é identificação com os valores da nossa equipe. Não sou o melhor treinador do mundo e não temos os melhores jogadores do mundo, mas fazemos de tudo para ser, todos os dias, melhores, e para eles darem estas alegrias mesmo que no último lance. Se alguém merecia hoje, eram nossos torcedores. Obrigado a eles, é uma palavra curta, mas mágica."

Plano para 2° semestre. "Uma atitude campeã é o comportamento repetido, que é o que faz esta equipe. Sabemos o que queremos, a forma como trabalhamos, as dores do crescimento que temos que ter... nosso plano é o de sempre: fazer aquilo em que somos bons, que é valorizar os jogadores, o clube e o futebol brasileiro. Há uma equipe [Botafogo] que está muito melhor e que fez a melhor campanha histórica de pontos corridos. É aceitar e seguir. Nossa atitude competitiva é sempre a mesma, jogue quem jogar. Jogaremos sempre para ganhar. Se não tiver essa mentalidade, não pode fazer parte deste clube. Mas não é o caso."

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, durante jogo contra o Cruzeiro
Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, durante jogo contra o Cruzeiro Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Artur sempre na direita. "Pela esquerda, temos um lateral que dá muita largura, que é o Piquerez. Tem muito a ver como a forma que quero que os cruzamentos sejam feitos, por isso às vezes jogam com os pés trocados. Olhem para City, Arsenal... eles jogam com os pés trocados porque têm uma intenção. Já trocamos durante o próprio jogo, seja com Artur e Dudu. Não tenho feito tantas vezes porque tem a ver com o que falei: jogando de pés trocados, quando você dribla de fora para dentro, há um direito e esquerdo em cada corredor. Você fica com duas opções."

Time misto no Brasileirão? "Não. Preparo sempre o time em alta intensidade, gerimos porque não há outra forma. Este jogo já era do Lomba, os dois zagueiros jogaram, nosso lateral jogou, nosso camisa 5 jogou também, o Rony jogou... não vejo uma forma de me preparar para o que vem se não for com a máxima força em cada jogo, e hoje estávamos em máxima força. Quem não jogou, não podia. Treinamos para ganhar e jogamos para ganhar. É o que vamos fazer. É uma atitude mental e um estado de espírito. Não é relaxando que vamos nos preparar, mas há circunstâncias. O Dudu tem um problema, o Piquerez também tem. Temos que gerir, são 24 jogadores. Minha forma de lidar não é de outra forma: é jogar sempre com a máxima força, e foi isso que fizemos hoje. Ninguém consegue chegar ao topo debaixo do guarda-sol, tem que colocar a mão na massa, suar..."

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Base cada vez mais utilizada. "São 11 jogadores de 24 que temos no elenco [da base]. Isso aconteceu com o Garcia, com o Naves, com o Vanderlan... o Jhon Jhon começou a treinar conosco há dois anos e o Luís entrou há cinco meses. E também o próprio Endrick: exigimos destes jogadores como se fossem o Zé, o Gómez, o Murilo, o Artur... só de pensar que eles têm um ano a mais do que minha filha mais velha, não sei dizer o estágio que estão. São jogadores com muito potencial e que precisamos ter muito paciência. Vamos ganhar com o talento deles e perder por erros deles e do técnico também."

Luís Guilherme e Jhon Jhon. "O Luís se machucou, mas não posso esquecer que, mesmo lesionado, foi nele a falta que saiu o gol. O Jhon Jhon espera por sua vez, quando o Dudu não está, ele está aproveitando muito bem. A única coisa que digo aos torcedores mais ansiosos é que só podem jogar 11, e temos 11 jogadores da base que trabalham conosco diariamente. Peço aos mais impacientes que confiem no que estamos fazendo. O treinador arrisca muito e às vezes posso me arrepender, sou muito corajoso e acredito demais nos meus jogadores, mas há coisas em que precisamos estar atentos e fazer ajustes que precisam ser feitos, mas neste momento estou muito contente com Jhon Jhon e Luís Guilherme. Acho que, no Brasil, não há nenhuma equipe que lute pelos objetivos que nós com tantos garotos na equipe principal — e jogando de forma tão assídua como o Palmeiras. Mas posso estar enganado."

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