Como mentalidade e liderança de Sarina transformaram Inglaterra em favorita

A Inglaterra entrou na Copa do Mundo como uma das favoritas e confirmou o status ao vencer a Austrália diante de um estádio lotado em Sydney. Agora, disputa a final contra a Espanha tentando fazer valer a mentalidade forte e o poder de adaptação para se confirmar como uma potência do futebol feminino.

O bom momento inglês é resultado principalmente do investimento feito na seleção e no campeonato local. Em entrevista antes da partida, o técnico das Matildas, Tony Gustavsson, lembrou que o orçamento das Leoas é o mesmo de todos os times australianos somados. A liga feminina foi repaginada e ao longo dos anos ganhou patrocínio e exposição na TV. Com disputas acirradas, as equipes ganharam cada vez mais protagonismo.

Premissas

Algumas das características que o time demonstrou, principalmente com o time vencedor da Eurocopa, foi a mentalidade forte e a capacidade de adaptação a cada situação.

Depois de um início com atuações não muito convincentes, as inglesas foram melhorando e chegam à final com a confiança elevada.

O fato de vencer Colômbia e Austrália em ambientes adversos dá força à preparação neste sentido.

"Nós amamos isso. Mesmo sendo contra nós, é um verdadeiro testemunho do crescimento do futebol feminino. Você não vê estes tipos de fãs todas as semanas. Eles são absolutamente brilhantes, um ótimo apoio para os australianos. Quando eles nos apoiam, é ótimo, o futebol é sobre isso. Nós não achamos que precisamos nos motivar mais do que jogar em uma semifinal de Copa do Mundo para passar por isso", disse Rachel Daly.

"Acabamos de enfrentar o time da casa e vencemos por 3 a 1 em frente ao público deles, então eu acho que essa é uma grande mentalidade que nós temos. Temos essa crença, nada fica no nosso caminho. Nosso foco agora muda para a Espanha em uma final e nós jogamos antes em uma final na Europa. Sabemos o que é isso e, sim, nós estamos animadas", afirmou Ella Toone.

Sarina Wiegman

O nome responsável pelo sucesso, além das atletas, é a técnica Sarina Wiegman. Bicampeã europeia e finalista na última Copa, ela tenta o primeiro título mundial.

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Depois do quarto lugar em 2019, a Inglaterra viveu uma reformulação de mentalidade com a chegada de Sarina.

Phil Neville deixou o cargo no começo de 2021 para assumir o Inter Miami, nos Estados Unidos. Sarina já tinha sido anunciada em julho de 2020, mas só assumiria após as Olimpíadas.

Em Tóquio, ainda sem Sarina, a Grã-Bretanha acabou eliminada nas quartas de final justamente para a Austrália, a quem venceu na semifinal da Copa do Mundo.

Desde a chegada da holandesa, as inglesas só perderam um jogo: um amistoso diante das australianas.

"Ela é uma treinadora fenomenal, uma gênia. Não recebe muito crédito. Ela é ótima para jogar, para trabalhar. É tão honesta. E o conhecimento sobre o jogo é demais. O estafe é bom e trabalha muito para nos prepararmos o melhor possível. Eu acho que podemos ver isso", disse Rachel Daly após a vitória.

Sarina é a última treinadora mulher restante na Copa, apesar das 12 que começaram entre 32 times. Ela é constantemente elogiada por inglesas e adversárias.

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"Eu acho que nós acreditamos na equipe que temos na retaguarda, no que os profissionais nos ensinam a fazer todos os dias. Estamos no campo e apenas nos divertimos. Eu acho que vocês podem ver isso. Acho que a mentalidade se desenvolve como um time. É muito bom que nós façamos isso longe do campo, ter relações fortes. E aí passa para o campo", comentou Chloe Kelly.

Título inédito

Com duas finais em um ano, a Inglaterra agora busca o título inédito da Copa do Mundo. No domingo, as inglesas enfrentam a Espanha em Sydney, às 7h (de Brasília).

Sarina Wiegman tenta liderar as atletas para levar o título "de volta para casa" como a torcida costuma cantar.

Todo técnico homem ou mulher que chegou em mais de uma final de Copa do Mundo ganhou pelo menos um título. Agora é a vez de Sarina ser mais uma a conquistar o feito.

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