Meia saudita critica reforços internacionais em poucos clubes: 'Injustiça'
Colaboração para o UOL, em São Paulo
18/08/2023 10h36
Hamad Al-Abdan reclamou ontem (17) após a derrota de seu time, o Al-Khaleej, para o Al-Ahli, um dos clubes sauditas que mais se reforçou no mercado.
O que aconteceu
O jogador saudita opinou que não é justo que apenas quatro equipes - Al-Ahli, Al-Ittihad, Al-Hilal e Al Nassr - façam grandes contratações no mercado europeu. Al-Abdan disse que os outros times têm jogadores "razoavelmente bons".
Para Al Abdan, que entrou no segundo tempo da partida, a concentração de grandes reforços nas equipes citadas prejudica a competitividade da liga saudita. O meia argumentou que, há poucos meses, alguns jogadores "estavam jogando a Liga dos Campeões" e que isso faz diferença.
O Al-Khaleej foi derrotado em casa por 3 a 1 pelo Al-Ahli, de Firmino (que foi desfalque ontem), Mahrez, Kessié, Edouard Mendy, Saint-Maximin e Ibañez. O zagueiro brasileiro, inclusive, fez um dos gols da partida.
Tivemos grandes oportunidades, mas depois olhamos para os jogadores do Al Khaleej e do Al-Ahli e há uma grande diferença. Gostaria de perguntar se o público está satisfeito com isto. Há quatro grandes equipes que têm grandes protagonistas, enquanto os outros só têm jogadores razoavelmente bons. Não me parece justo. Dizemos que é onze contra onze, mas quando olhamos para os jogadores, alguns estavam jogando a Liga dos Campeões há dois meses e agora vieram para aqui. Nós não temos isto. Há uma diferença.
Al-Abdan, meia do Al-Khaleej, após derrota para o Al-Ahli, no Campeonato Saudita.
Investimento estatal nos quatro grandes clubes
Os quatro principais times da Arábia Saudita foram comprados pelo o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita e aumentaram - ainda mais - seu poder de investimento. A aquisição faz parte de um plano do governo saudita para fortalecer a liga local - que já era a mais forte da região, com grandes jogadores e tentar sediar uma Copa do Mundo.
Críticos apontam que a estratégia do governo saudita seria uma espécie de "sportswashing". O termo em inglês (lavagem esportiva, em uma tradução literal) é usado para designar planos de altos investimentos esportivos com o objetivo de aumentar o prestígio e limpar o histórico no cenário internacional, desviando o foco de um regime monarquista autoritário.