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Pedrinho sofreu com apelido 'Podrinho' e lutou contra depressão por lesões

O ex-jogador Pedrinho, atual comentarista do Grupo Globo Imagem: reprodução/ESPN Brasil

Colaboração para o UOL, em Santo André (SP)

18/08/2023 11h29Atualizada em 18/08/2023 13h54

Em sua conta no Instagram, Pedrinho, hoje comentarista do Grupo Globo, rebateu uma fala do jornalista Felipe Facincani sobre suas lesões nos tempos do jogador. Esta, no entanto, não foi a primeira vez que ele se manifestou a respeito do seu passado.

Pode continuar me perseguindo, falando de mim, dos meus comentários, qualquer coisa. Mas não fala da minha honra, não [...] Eu nunca enganei ninguém jogando bola. Você não sabe os traumas que eu carrego por ter me machucado. Pedrinho, em seu Instagram

Na mesma postagem, Pedrinho citou os "danos enormes" causados pelas lesões em sua vida como atleta.

As lesões que eu tive vocês podem ter certeza que elas me incomodaram muito mais do que qualquer outra pessoa, os clubes que eu trabalhei, os torcedores que ficaram decepcionados... Elas me causaram danos enormes [...] Em nenhum momento eu enganei ninguém, me machuquei porque quis... Todas as minhas lesões são comprovadas. Ou foram lesões musculares, ou foram traumas. Inclusive, que me tiraram, provavelmente, de uma Copa do Mundo e de uma Olimpíada.

'Podrinho'

Em uma live realizada em seu Instagram em abril de 2020, Pedrinho se emocionou e lembrou do apelido pejorativo 'Podrinho', que recebeu por conta de suas lesões ao longo da carreira.

O dedão do meu pé tinha um problema de sangue pisado. Eu já tinha o apelido de Podre, Podrinho. Se tivesse que ficar mais três semanas parado para cuidar de sangue pisado, aí mesmo que a imprensa ia acabar comigo [...] Eu jogava em cima de dor, tinha lesão grave e ficava dois meses parado. Para algumas pessoas, somos super-heróis.

Sentimento de culpa

Em sua participação no programa Bola da Vez, da "ESPN", em 2019, Pedrinho lembrou que se achava culpado pelos problemas que enfrentava.

Acho que o fato de eu continuar praticando esporte tem um pouco do lastro psicológico de sempre ouvir durante a carreira que eu era muito frágil. Também acredito que o esporte seja um refúgio. Despejo ali toda minha frustração. É uma palavra pesada, mas, às vezes, eu me sinto frustrado. Eu sei onde eu poderia chegar.

Na mesma entrevista, o ex-jogador também citou um diagnóstico que teve na época do Santos e que o possibilitou jogar mais vezes dentro de uma temporada.

Já no final da minha carreira, eu vou para o Santos e, depois de um diagnóstico de um problema no quadril e de um tratamento, consigo a maior sequência da minha carreira, que é de 60 partidas.

Depressão

Pedrinho foi diagnosticado com depressão enquanto ainda era jogador. Em determinado momento, ele parou de tomar os remédios e teve a impressão de que estava lesionado.

Uma vez, eu deitei no hotel, olhei para o meu joelho e achei que estava inchado. Aí, eu acionava os médicos, com a certeza de que estava com os ligamentos rompidos, fazia exames. Só deixava de acreditar com o resultado do exame. [...] Era uma mistura de coisas. Não conseguia terminar pensamentos. Eu tive depressão e quatro cirurgias no joelho. Se eu tivesse que escolher, hoje, eu escolheria as quatro cirurgias, porque a depressão é muito grave. Pedrinho, ao Bola da Vez

O ex-jogador já afirmou que torcida para para ser assaltado e "ver se morria" enquanto dirigia a caminho dos treinos.

A depressão fez por muitos momentos eu não querer mais viver. Não tentei tirar a minha vida, mas eu não tinha mais vontade de viver. Às vezes, eu ia para o treino, eu tinha um carro importado, eu abria o vidro e colocava o braço para fora com o relógio para ver se eu era assaltado para acontecer alguma coisa para ver se eu morria. Eu não tinha mais vontade. Foi um nível muito difícil. Pedrinho, ao Charla Podcast

Sem receber salários

O momento mais difícil, segundo ele, foi durante sua passagem pelo Palmeiras, entre 2001 e 2005. Por conta de uma lesão, ele chegou a pedir para Mustafá, então presidente do clube, para ficar sem receber.

Fico muito triste de não ter correspondido às expectativas, por causa das lesões. Foi um clube que sempre me abriu as portas e me tratou com muito carinho. Eu fiquei tão mal no Palmeiras por causa das lesões, e da imprensa, que, quando eu machuquei uma das vezes, eu fui até o presidente e pedi para não receber esses três meses de salário. Eu me sentia mal por causa das lesões. Pedrinho, ao canal Desimpedidos, no YouTube

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