Ex de Antony fala em ciúmes do jogador por interações em posts de Neymar
A petição que os representantes da DJ Gabriela Cavallin prepararam para a denúncia contra Antony na Inglaterra reúne diversas conversas e imagens das agressões que a influencer alega ter sofrido. Em troca de mensagens, o jogador reclama de interações da ex-mulher envolvendo Neymar.
No documento de 70 páginas ao qual o UOL teve acesso, há cópias de trocas de mensagens entre Gabriela e Antony, em que o atleta demonstra irritação, porque a então namorada curtiu publicações de Neymar e amigos nas redes sociais.
"Não entendo por que tudo o que Gil Cebola [amigo de Neymar] publicou de Neymar você curtiu", diz Antony, em uma das mensagens. A defesa relata que a partir desse comportamento, o jogador se sentia autorizado a humilhar e xingar Gabriela:
"Após esses recorrentes episódios, Antony passava a culpar Gabriela pelos seus próprios atos (abusos e agressões) e por seu descontrole, fazendo-se de vítima e depositando toda a responsabilidade de seus ataques na vítima".
Em outro trecho, Gabriela alega ter rompido o contrato com sua produtora a pedido de Antony. Segundo a vítima, o jogador falou que ela deveria viver com ele na Europa e prometeu que a ajudaria financeiramente.
"A vítima promoveu alterações em sua carreira em razão da mudança de país, tentando realizar shows na Europa. Contudo, foi obrigada a rescindir o contrato com sua produtora e passou a depender financeiramente do investigado, o qual incentivou a rescisão do contrato e assumiu sua responsabilidade em ajudar a vítima", relata a defesa.
"Tenho certeza que você não vai se arrepender em assinar [o rompimento de contrato]. Vai, assina por nós", disse Antony em outra troca de mensagens. Gabriela, então, alertou sobre a preocupação com a mudança brusca.
Gabriela e Antony mantiveram um relacionamento amoroso por dois anos. Se conheceram em junho de 2021 e ficaram juntos até o meio de 2023, quando a DJ decidiu registrar o Boletim de Ocorrência contra o jogador.
Hoje, Gabriela ainda tem dificuldade de exercer sua profissão por causa da lesão em seu dedo anelar, resultado de uma das agressões que ela alega ter sofrido por Antony.
A reportagem entrou em contato com os representantes de Antony, mas não obteve resposta até a publicação deste texto, que será atualizado assim que receber o retorno.
Em caso de violência, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.