Copa chega ao fim com VAR em alta, troca de geração e pedidos de apoio

A imagem da Espanha levantando a taça pela primeira vez na história foi a última da Copa do Mundo feminina 2023. Em pouco mais de 30 dias, o Mundial acumulou recordes e foi palco para zebras, novas estrelas e cobranças de melhorias para o futebol feminino.

E o UOL separou o que de melhor aconteceu ao logo da "maior Copa da história", a primeira com 32 seleções.

VAR preciso

A rapidez e a pouca margem para polêmica marcaram a atuação do árbitro de vídeo ao longo do Mundial. Além disso, pela primeira vez as árbitras anunciaram para o público — através do sistema de som dos estádios — suas decisões.

O lance mais marcante foi no pênalti milimétrico que terminou com a eliminação dos EUA. No último pênalti, Hurtig cobrou, Naeher defendeu duas vezes, e a sueca ficou reclamando. A goleira havia defendido parcialmente, mas a bola foi para trás e entrou no gol antes de novo tapa da norte-americana.

Análise de pênalti que classificou a Suécia para as quartas de final da Copa do Mundo feminina
Análise de pênalti que classificou a Suécia para as quartas de final da Copa do Mundo feminina Imagem: Reprodução/CazéTV

Quedas das favoritas

As zebras apareceram desde a fase de grupos, com as eliminações de Brasil, Canadá e Alemanha. O trio ficou na terceira colocação de seus respectivos grupos.

Já os EUA caíram nas oitavas e amargaram a pior campanha da história. As tetracampeãs perderam, nos pênaltis, para a Suécia.

Por outro lado, a anfitriã Austrália passou por Dinamarca e França e terminou na quarta colocação. As Matildas perderam para a Inglaterra nas semifinais e para a Suécia na disputa pelo terceiro lugar.

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Surgimento de novas craques

Lauren James (Inglaterra), Linda Caicedo (Colômbia) e Salma Paralluelo (Espanha) estão entre as jovens que roubaram a cena no decorrer da Copa.

Paralluelo, inclusive, foi eleita a melhor jovem da competição, e barrou a duas vezes melhor do mundo, Alexia Putellas, na escalação da final.

Em contrapartida, nomes badalados, como Marta (Brasil), Megan Rapinoe (EUA) e Sinclair (Canadá), tiveram atuações discretas.

Cobranças

Algumas seleções aproveitaram o peso da Copa do Mundo feminina para pedir melhorias e investimento no futebol feminino.

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Principal nome da Austrália, Sam Kerr aproveitou o sucesso do Mundial em casa para fazer cobranças: "Nós precisamos de financiamento em todos os lugares. A comparação com outros esportes não é boa o suficiente, e este torneio muda isso, porque esse é o legado que vocês deixam, não o que vocês fazem no campo, o legado é o que vocês fazem fora do campo, e esperamos que este seja o começo de algo novo".

A seleção da Nigéria também pediu ajuda após a eliminação nas oitavas de final. Onumonu, por exemplo, revelou que as jogadoras dividem camas em bases de treinamento no país devido à falta de recursos.

Já a Jamaica, que eliminou a seleção brasileira ainda na primeira fase, fez uma vaquinha para estar na Copa do Mundo.

Nós nos colocamos no mapa e mostramos o que podemos fazer. Com mais financiamento e mais recursos, só podemos melhorar. Então eu espero que a federação comece a nos levar a sério e preste atenção no que estamos fazendo aqui. Estou muito orgulhosa de todas, e nós temos a responsabilidade de lutar para que a próxima geração venha e tenha um caminho. Spencer, goleira da Jamaica

Respeito e recordes

Nouhalia Benzina, de Marrocos, se tornou a primeira atleta a usar hijab — véu islâmico — em uma edição de Copa do Mundo. O sucesso foi tamanho que a jogadora foi parar o Fifa 23 (jogo de videogame).

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Já a atacante Chloe Kelly impressionou com a velocidade da cobrança do pênalti. A bola atingiu 111 km/h e superou a finalização mais veloz da Premier League.

Já a Fifa precisou de cinco dias para bater a meta de ingressos para o torneio. O objetivo da entidade era vender 1,5 milhão de ingressos para as 64 partidas.

Nova Zelândia registrou recordes de público em uma partida de futebol. A vitória da Espanha por 2 a 1 sobre a Suécia na semifinal foi assistida por 43.217 espectadores, igualando o maior público registrado em uma partida de futebol no país, tanto para homens quanto para mulheres.

Público bateu a meta da Fifa antes mesmo da final. Até aquele momento, 1,9 milhão de pessoas compareceram aos estádios, 500 mil torcedores a mais do que o previsto.

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