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Pancada de Gerson e bola viva do Santos: rodada tem gols 'sobrenaturais'

Gerson chuta para o gol na vitória do Flamengo sobre o Coritiba Imagem: Gilvan de Souza/Flamengo

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

21/08/2023 04h00

A rebatida para o alto após escanteio parecia que teria a linha lateral como destino. Mas, caprichosamente, surgiu um efeito, enganando a quase todos. A bola se manteve viva em campo e foi assim que nasceu a virada do Santos sobre o Grêmio.

O Sobrenatural de Almeida, personagem citado por Nelson Rodrigues quando gols inexplicáveis acontecem, parece que deu uma volta por alguns estádios na 20ª rodada do Brasileirão.

Na Vila Belmiro, o exemplo mais extremo. Mas dá para enxergar uma pitada de "sobrenatural" em alguns chutes e situações de cair o queixo no fim de semana. Na vitória suada do Flamengo sobre o Coritiba, por 3 a 2, a pancada de Gerson desta vez foi para o bem. Outro chutaço que chamou a atenção foi o de Richard Ríos, no 2 a 0 do Palmeiras sobre o Cuiabá.

Tudo isso mexe com o enredo do campeonato, já que o líder Botafogo empatou com o São Paulo e viu a confortável distância para o segundo colocado - justamente o Palmeiras - diminuir para 11 pontos. O Flamengo está 13 atrás e, alternando bons e maus momentos, ainda sonha.

O tal do sobrenatural também parece agir quando se trata de Lucas Perri. Embora o time não tenha vencido, o goleiro do Botafogo garantiu mais um ponto crucial na corrida pelo título ao fazer defesas absurdas no reencontro com o tricolor no Morumbi.

'Gol de churrasco'

Renato Gaúcho definiu o lance da virada do Santos de várias maneiras. Em todas, muito irritado, pois viu seu Grêmio deixar pontos pelo caminho contra mais uma equipe que luta contra o rebaixamento. O time gaúcho, inclusive, saiu do G4 por causa da derrota.

O gol que tomamos do Santos parece aquela pelada de final de semana, pessoal numa festa, em churrasco, todo mundo bebendo: 'Vamos para uma pelada agora. Que maneiro o gol que o cara fez'. Estou chateado e é inadmissível o gol que nós tomamos por um erro infantil nosso.

Renato Gaúcho, técnico do Grêmio

No lado vencedor, a distribuição dos créditos pelo lance vão de Mendoza, o velocista que correu atrás da bola que parecia perdida, a Soteldo, também de pernas rápidas e tranquilas para avançar e rolar para quem, de fato, fez o gol: Julio Furch.

Curiosamente, a cena aconteceu no reencontro do time com a torcida no estádio. Foi o primeiro jogo desde a punição pelo lançamento de bombas no gramado no clássico contra o Corinthians. O Santos vinha pagando o preço pela violência da arquibancada.

O cenário da briga contra o rebaixamento no fim de semana aumentou a relevância da imponderável jogada. Vasco — que também viveu uma catarse ao reencontrar a torcida no Maracanã — e Bahia venceram. O Santos ainda está no Z4, mas, se tivesse tropeçado, veria de mais longe a porta de saída da zona e teria um perseguidor mais próximo.

No Flamengo, a pancada do bem

Na semana passada, Gerson acertou uma pancada que tumultuou os bastidores do Flamengo: o soco que fraturou o nariz de Varela, durante o treino.

Arrependido, ele fez ontem o segundo jogo desde o episódio. Foi a segunda vitória do Fla. O time de Sampaoli viveu uma montanha russa no Couto Pereira - um resumo da temporada. Saiu perdendo, virou, cedeu o empate em um lance bobo e vinha jogando mal. Até o chutaço do meio-campista.

O tal do "sobrenatural" é como a bola pegou velocidade, em uma movimentação que parecia despretensiosa de Gerson entre as linhas do Coxa. O chute saiu seco, direto, sem desvio e chance de defesa do goleiro Gabriel.

Na comemoração, um abraço em Sampaoli. De novo para mostrar que o técnico é querido no elenco - pelo menos por alguns. Gerson, desde os tempos de Olympique de Marselha, é um deles.

O Palmeiras está vivo

O golaço do colombiano Richard Ríos tem um contexto menos dramático, já que o Palmeiras vencia o Cuiabá por 1 a 0. Mas a beleza da conclusão na Arena Pantanal foi fora do comum.

Mesmo pensando no confronto do meio de semana pelas quartas de final da Libertadores, o recado que o Palmeiras dá é de não jogar a toalha no Brasileirão. É um time que perde quase tão pouco quanto o Botafogo — o líder tem duas derrotas, enquanto a equipe de Abel soma três. Mas o que fez a diferença engordar entre eles até agora é o número de empates — são sete para o Palmeiras e três para o Botafogo.

Com 18 rodadas pela frente, o tempo não é problema. Mas o técnico Abel Ferreira joga a responsabilidade para o outro lado e evita dar peso ao que vem pela frente no Brasileirão:

O Botafogo tem uma margem super confortável para perder jogos e ainda continuar na frente, não altera em nada aquilo que eu já disse. Tem tudo para ser campeão esse ano e já disse isso atrás, nossa obsessão é melhorar nossos processos, só isso.

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