PM cita rivalidade, trajeto e acesso para vetar clássicos em São Januário
O Vasco segue enfrentando obstáculos para utilizar São Januário. Além do estádio ainda estar interditado para público pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o clube também está proibido de mandar clássicos em sua casa por determinação da Polícia Militar, que alega, entre outras questões, as ruas de acesso, o trajeto e a própria rivalidade como justificativas para o veto.
O que aconteceu
O Batalhão Especial de Policiamento em Estádios (BEPE) emitiu um laudo com as restrições e o encaminhou para Vasco da Gama, Ministério Público (MP-RJ) e Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj).
O documento apresenta como elementos da proibição o acesso ao estádio, as ruas do entorno, o trajeto para a chegada das torcidas e os meios de transporte para São Januário.
O último clássico em São Januário foi no dia 7 de novembro de 2021, quando o Botafogo goleou o Vasco por 4 a 0 pela Série B.
Classificação e jogos
Confira a nota oficial da PM ao UOL:
"A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que de acordo com comando do Batalhão Especial de Policiamento em Estádios (BEPE), o Estádio Vasco da Gama, popularmente conhecido como São Januário apresenta restrições de abrigar clássicos regionais, entre as equipes do Estado do Rio de Janeiro que disputam a 1ª Divisão do Campeonato Brasileiro.
O laudo técnico de segurança leva em consideração além da rivalidade entre os clubes, as condições de acesso aos torcedores, analisando os fatores de potencial risco contidos no trajeto a ser percorrido até o local da partida, como as ruas que levam até o estádio e também os principais meios de transporte utilizados para o deslocamento do público.
Cabe informar que o documento foi encaminhado para o Club de Regatas Vasco da Gama, ao Ministério Público do Estado e para a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro".
Vasco tenta liberação junto ao Bepe
O UOL entrou em contato com o Vasco ontem (25) sobre o tema e obteve como resposta a garantia do clube de que esforços estão sendo feitos na tentativa de não só liberar São Januário para os clássicos como também para todos os jogos. Veja a nota:
"O Vasco tentará a liberação de São Januário para todas as partidas, inclusive para os clássicos. Temos o direito de ter o apoio de nossa torcida, em nossa casa. Já contatamos o BEPE para buscar uma solução definitiva que possibilite a realização de clássicos em São Januário. O trabalho visa aprimorar o esquema de segurança existente para garantir a segurança de todos".
Vasco x Flu tem local indefinido; Brasília faz sondagem
Com o Maracanã fechado a partir de amanhã (27), por pelo menos 20 dias, e mais os imbróglios atuais de São Januário, o Vasco vive uma sinuca de bico para mandar sua partida contra o Fluminense, no dia 16 de setembro, pelo Campeonato Brasileiro.
Caso não consiga a liberação de São Januário tanto na Justiça quanto no Bepe, o Cruzmaltino terá que realizar o jogo em outra praça. Neste contexto, o estádio Mané Garrincha, de Brasília (DF), já fez uma sondagem ao clube para receber o duelo. O Vasco, no entanto, segue priorizando todos os esforços para mandar o clássico em sua casa.
"Sobre o clássico contra o Fluminense, o Vasco acredita na justiça e que São Januário voltará a receber seus torcedores", disse o fim do trecho da nota oficial vascaína enviada ao UOL.
Julgamento no próximo dia 30
O Vasco terá um dia decisivo na próxima quarta-feira (30), quando será julgado o recurso do clube para a liberação de São Januário junto ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
A interdição, que ocorre desde maio, está cercada de polêmica, principalmente, por conta do relatório do juiz Marcello Rubioli, do Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos, que possui um trecho considerado preconceituoso por parte de torcedores, parlamentares e da Associação de Moradores da Barreira do Vasco, comunidade vizinha a São Januário, colocada como um dos problemas do estádio.
Na última quinta-feira (24), o Cruzmaltino se livrou de uma nova interdição do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que julgou o recurso da Promotoria que exigia uma ampliação da pena. Na decisão, foi aumentada somente a multa, com os quatro jogos em portões fechados — já cumpridos — sendo mantidos.
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