Justiça mantém proibição de público no estádio do Vasco

A Justiça negou o recurso do Vasco e manteve a interdição de público em São Januário. O clube vai recorrer.

O que aconteceu

O julgamento aconteceu na tarde de hoje, no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ).

A sessão foi comandada pelo Desembargador Fernando Foch. O placar foi de 2 a 1 a favor da manutenção da pena imposta.

A relatora desembargadora Renata Cotta e desembargador Carlos Santos de Oliveira votaram contra a liberação. Dentre os argumentos, foi apontada a necessidade de ainda haver perícia no estádio e que a decisão deve se manter enquanto "não for comprovada a segurança".

A desembargadora Andréa Pacha foi a favor da liberação. Ela ressaltou que o clube não pode assumir função de polícia, e lembrou também o ataque de torcedores do Fluminense ao ônibus do Botafogo ontem (29), próximo ao Aeroporto do Galeão.

O Vasco vai apresentar um recurso no Supremo Tribunal de Justiça, em Brasília.

Gisele Cabrera, diretora jurídica do Vasco, afirmou que o clube está disposto a atender, dentro do possível, as medidas para aprimorar a segurança de São Januário. "É isso que a gente vai fazer até obter a liberação."

"Vamos continuar lutando. É muito importante que o torcedor e a Barreira do Vasco sejam prejudicados. Vamos adotar todas as medidas possíveis e imaginárias para que o Vasco continue obtendo êxito em seus direitos. Vai ser importante não só na nossa posição em relação ao Maracanã, mas como na liberação completa de São Januário. Nós precisamos disso, a torcida precisa disso, e a barreira do Vasco precisa de São Januário de volta", afirmou Gisele.

Marcelo Figueira, advogado do Vasco, explicou os votos durante a sessão. "A relatora foi pelo provimento parcial do recurso, com a liberação do estádio sem torcida e não reformando a parte de interdição do estádio. A segunda desembargadora votou pelo provimento do recurso da liberação total do estádio com a torcida e terminou com o voto de um desembargador acompanhando a relatora com a liberação parcial do estádio sem torcida".

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Durante o julgamento, o clube indicou entender que está sendo punido pela demora do processo judicial.

O último jogo com portões abertos em São Januário foi há 69 dias, em 22 de junho, na derrota do Vasco para o Goiás, pela 11ª rodada do Brasileirão.

Durante o julgamento, a defesa do Vasco lembrou confusões que aconteceram no Maracanã, punições a Flamengo e Fluminense por sinalizadores, e até prisões em Copacabana no show que aconteceu no último fim de semana.

Ameaça antes do julgamento

Antes do início do julgamento, o desembargador Fernando Foch justificou o atraso no início da sessão e fez algumas ponderações.

O magistrado citou casos que, na avaliação dele, não causam comoção na sociedade, fazendo um contraponto com o futebol. Logo depois, chegou af falar em prisão de quem se manifestasse no decorrer do julgamento.

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"Aqui não é uma arena de futebol, aqui é uma casa de Justiça. As emoções do futebol que fiquem na arena. Não vou tolerar manifestações. Estou preparado para levar ao cárcere quem desrespeitar esta casa de Justiça", disse.

O caso

O Vasco foi punido pelo STJD no fim de junho, depois de confusão na derrota para o Goiás.

A punição apontava proibição, inclusive, como torcida visitante.

Posteriormente, a Justiça acatou um pedido do MPRJ e interditou São Januário.

A Justiça chegou a liberar o uso do estádio, mas sem torcida.

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