Dorival diz por que Luciano não cobrou pênalti e isenta James: 'Bate bem'

O técnico Dorival Júnior, do São Paulo, explicou o motivo de Luciano não ter sido escalado para bater pênaltis na partida contra a LDU — o time brasileiro acabou eliminado da Sul-Americana nas penalidades.

Camisa 10 fora da lista. "É o momento. O Luciano estava muito cansado, mas ele seria, se não me engano, o 7° batedor, não teria problema. Tínhamos cinco ótimos batedores. O James errou por circunstância, ele teve um escorregão, senão com certeza faria o gol. Acontece, não temos que penalizá-lo. Serve de lição para todos nós. Coisas boas poderão acontecer para o São Paulo. Quem sabe. Estamos nos preparando para um momento como esse."

Chute para fora de James. "O James é um cara que bate muito bem e acabou escorregando. Me deu a impressão que ele deu dois toques na bola, mas ele entrou muito bem na partida e estava desempenhando um ótimo papel. Assumiu nos vestiários a responsabilidade, que é de todos nós. Ele estava muito triste pelo momento como todos nós estamos. Temos que levantar a cabeça e buscarmos uma nova condição."

O que faltou? Temos consciência de que no 1° jogo, principalmente a 1ª etapa acabou comprometendo nosso seguimento na competição. Hoje, tivemos várias oportunidades para que pudéssemos ampliar o placar. Criamos. Foi um jogo dentro de uma expectativa grande e de uma ansiedade grande, mas mesmo assim tivemos a tranquilidade para colocar a bola no chão. Em outros, houve uma ansiedade natural, é um fato. Tivemos partidas em que criamos muito mais, mas tivemos oportunidades para ter definido sem levar aos pênaltis."

Interferência na Copa do Brasil. "Não tem motivo nenhum para que interfira, nem se tivéssemos um resultado positivo teria reflexo em uma partida tão importante como será na Copa do Brasil. Não vejo que tenha tido uma queda [de rendimento], criamos muitas oportunidades hoje e poderíamos ter tido uma sorte melhor. Futebol é isso: quando não se põe para dentro, corre-se o risco, e eles foram competentes. Nos pênaltis, tivemos uma infelicidade, mas foi de todos nós, não especificamente de quem tenha errado. Temos que assumir e entender que não foi uma grande noite. De repente, temos que nos preparar ainda mais para que a sequência possa ser promissora."

Desempenho como visitante e altitude. "É relativo. Na Neo Quimica Arena, jogamos muito bem o jogo todo e perdemos a partida por 2 a 1, aí tivemos forças para reverter aqui dentro. Fizemos a mesma coisa com o San Lorenzo, quando não tivemos um bom início, mas não fizemos um jogo ruim e também revertemos o quadro. Nunca toquei nesse assunto, mas vocês desconhecem o que representa a altitude. Para jogar na altitude, você tem que ter um algo diferenciado. Só pra vocês terem ideia: o Guerrero esta há 100 dias em Quito e, até hoje, não conseguiu se adaptar. Não é para qualquer um. Somos seres humanos e a equipe sentiu na 1ª etapa até buscar uma adaptação. Hoje, tivemos muitas oportunidades. Não foram uma ou duas, foram várias chances para ampliarmos o placar."

Físico de James Rodríguez. "Cada um tem suas individualidades. O Lucas estava treinado para qualquer situação porque veio de outro clube. Naturalmente, você não treina como seria o necessário. Ele [James] está fazendo um processo de readaptação, está evoluindo, melhorando e será um jogador importante a partir do momento em que estiver em totais condições."

Luciano no setor de Rato. "A opção é porque percebíamos que o time adversário dava muitos espaços por dentro, e se tivéssemos mais homens ali, talvez pudéssemos ter uma situação melhor jogando com aproximações, trocas de passes e infiltrações com jogadores com definição, como Luciano e Lucas. No 2° tempo, abrimos o Lucas pelo lado e, quando tivemos a expulsão, já trocamos, para que devolvêssemos o Lucas para dentro e pudéssemos ter jogadas combinadas pelos lados. Encontramos algumas delas: o Rato fez um-dois com o próprio Luciano e colocou o Calleri em condições de definição, outras situações apareceram... o futebol penaliza. Foi uma pena essa condição. talvez estejamos sentindo bastante aquilo que poderia ter sido um jogo que nos levasse a uma nova semifinal."

Cera no futebol. "Gostaria que minha opinião não fosse levada em consideração pelo jogo de hoje, mas no meu modesto entendimento, o futebol tinha que ter o que tem o basquete: X tempo de bola rolando. Deveria ser cronometrado o tempo. Evitaríamos toda e qualquer situação que exista e que pode ser real. É excessiva a perda de tempo com jogadores simulando, a mesma simulação que leva a arbitragem a ter dúvidas em relação a uma situação ou outra. Isso não especificamente sobre hoje, mas num todo. É um absurdo o que acontece no Brasil. Nós deveríamos dar um exemplo pedindo mudanças em tudo isso. É uma decisão de comportamento. Quem são os culpados? Ninguém. Teríamos que estabelecer que pararíamos isso a partir de hoje. É inadmissível termos um espetáculo e boa parte dele ser consumido com momentos desnecessários onde os jogadores param, a arbitragem contemporiza e todos nos participamos disso, que denigre um futebol bem jogado. Isso não acontece na Europa há muito tempo por N situações. Isso deixa o futebol sul-americano muito feio. Precisaríamos de uma ação muito rápida e poderíamos iniciar com ações locais, dentro das federações e da CBF. Precisaríamos nos preocupar muito mais com tudo isso."

Continua após a publicidade

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.