Luxa solta palavrão, critica Daronco e se irrita com pergunta sobre Renato

O técnico do Corinthians, Vanderlei Luxemburgo, protagonizou uma entrevista coletiva pós-dérbi com direito a críticas ao árbitro Anderson Daronco, irritação diante de perguntas sobre Renato Augusto e até um palavrão.

Atuação da arbitragem. "Foi falta no Ruan. Ontem o Botafogo reclamou de uma situação de falta de ataque que terminou em gol. Falta é falta, não existe outra regra no futebol. Ele [Daronco] não deixou só de dar aquela, mas deixou de dar algumas faltas que existiram porque é a maneira dele apitar. Com o [Raphael] Claus é a mesma coisa, não sei se é ordem da CBF para ter mais tempo de jogo. Acho que falta é falta. Coibir a violência é com os árbitros, eles têm que dar a rigidez que merece.

Análise do empate. "Foi um clássico igual. O Corinthians entrou, externamente, já perdendo, e você não entra com o Corinthians perdendo, mas sempre acreditando que vai dar certo. [...] Eles tiveram mais posse. Eles vão ter porque são bem treinados, eles não foram campeões do nada e têm um time com bons jogadores. Mas a gente sabia sempre onde a bola final iria, os zagueiros atuaram bem. Eles querem abrir a área para chegar com jogadores por dentro, e tínhamos zagueiros bem posicionados. Sabíamos que poderíamos matar o jogo."

Renato Augusto fora. "Já venho falando isso há algum tempo. Após os jogos, a gente tem informação do departamento sobre o desgaste. Depois de uma análise interna e com o jogador, chegou-se a decisão de que havia uma sobrecarga e que era melhor preservá-lo do que expô-lo para uma lesão. Temos mais 17 jogos do Brasileirão, é diferente da Sul-Americana. Não fui eu que decidi, há uma comissão técnica, pessoas do departamento, da análise... todos os clubes fazem isso hoje. Não existe outra informação.

Irritação com repórter sobre relação com Mazziotti. "É complicado. Deixa eu te responder com um pouco de paciência que permite: quem disse que estou sem falar com o Bruno Mazziotti ou que tenho algum problema? Quem disse isso? Alguém falou? Você falou na entrevista passada, mas esqueceu. Tem algum problema? Não, pergunta para ele, sem problema nenhum. Estamos discutindo tudo que é do Corinthians, qual o problema? Que culpa você quer colocar para alguém? Nossa atuação foi inteligente porque preservarmos o jogador e o elenco. Crucificar Fulano, Beltrano, departamento desse ou daquele não é um pouco demais? Temos que ter discernimento para procurar as coisas com coerência. Não tenho nenhum problema com o Bruno, é discussão interna, existe, é de trabalho. É como se no Corinthians fosse proibido ter alguma coisa. Vou matar quem? Não tem que matar ninguém. O Renato estava na arquibancada. Eu, você e a torcida gostaríamos dele em campo, mas infelizmente não deu. Em consenso, entendemos que ele não poderia jogar hoje."

Vanderlei Luxemburgo, técnico do Corinthians, durante jogo contra o Palmeiras
Vanderlei Luxemburgo, técnico do Corinthians, durante jogo contra o Palmeiras Imagem: ETTORE CHIEREGUINI/AGIF

Pressão e decisões táticas. "'Quem é que vamos execrar a cada clássico ou derrota? Que treinador vai sair?'. É assim no futebol brasileiro. A bola da vez foi quem? Onde vocês viram minha palestra em que eu defini que o Renato seria centroavante? Em momento algum eu defini lá atrás. Quem viu, viu que eu jogaria [contra o Estudiantes] com dois caras de lado e quatro no meio porque sabia que eles jogariam por dentro. Onde defini o Renato como falso centroavante? Em momento algum da minha palestra. Foi analisado como se eu tivesse definido que o Renato seria falso centroavante. Eu não fiz nada disso. Não jogamos nada, tomamos gol com 50 segundos, que estratégia dá certo desse jeito? Contra o São Paulo, falei que se tivéssemos perdido de 1 a 0 no 1° tempo, seria emocional diferente. Onde falei que queria perder de 1 a 0? As entrevistas acontecem, mas são nas análises externas que vem a pressão todinha."

Problemas no time. "Toda vez que chego aqui na coletiva, sempre falta alguma coisa no Corinthians. Se não faltasse nada, estaríamos liderando a competição. Sobre o Lucas Veríssimo: quando saiu a venda do Murillo, falei que tínhamos cinco bons zagueiros, e depois falei que tínhamos quatro. Nunca descartei a contratação do Veríssimo. Mas hoje queria enaltecer o Yuri. Se ele fizer isso todos os jogos, a bola vai começar a entrar. O torcedor quer ver o que ele fez hoje: sustentou porrada, dividiu, lutou... o Wesley oscilou com boas jogadas e outras não tão boas. Estamos buscando, não estamos parados. Lá atrás, quando estávamos tomando porrada, nossa defesa não prestava, o Gil foi achincalhado... agora, é o ataque. Tem sempre alguma coisa negativa. Estou bem acostumado com isso e vou entender as perguntas como parte de um processo. Se tivéssemos um time totalmente redondo, estaríamos liderando a competição."

Data Fifa. "Vai ser bom, mas uma pena que vamos perder jogadores para seleção em um momento em que você pode estruturar a equipe. Agora foi o Moscardo [para a seleção olímpica], parabéns para ele. Vamos dar dois dias e meio de folga para os jogadores, eles voltam na quarta-feira. Estão muito tempo viajando, então vão ficar em casa para perturbar um pouco a família. É ruim porque, se tivessem todos aqui, prepararíamos bem melhor. Vamos recuperar, principalmente, a parte física."

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Não perder ou ganhar? Como faço uma palestra aos jogadores para não perder no Corinthians? Não existe. Tem coisas que são externas, você não acompanha o que a gente fala na palestra. É complicado. Hoje, especificamente, tenho que dar parabéns aos jogadores porque entramos no jogo como azarões. Antes do jogo, deram goleadas disso, daquilo e esqueceram o que era o Corinthians. Se você considerar um empate normal entre Corinthians e Palmeiras, não vejo problema, é um resultado bem normal."

Faltas táticas. "Falta existe dentro de um jogo, a falta tática também. Pegamos jogos em que eles fazem rodízio de falta. Quem tem que interpretar se houve violência é o árbitro. Falta é sempre falta, não existe outra regra. A falta do Maycon foi necessária, atrasou um pouco a jogada, faz parte. A falta do Veríssimo foi importante. Se ele tomasse vermelho, ia fazer o quê? Faltava um minuto. É melhor do que o cara sair na cara do gol. É do jogo."

Palavrão após questão sobre respaldo. "Em momento algum senti pressão internamente. Estou aqui há quatro meses conversando diariamente com Duilio, Alessandro, comissão e discutindo coisas que, de repente, vazaram. Tenho reuniões constantes com a comissão. Em momento algum eu perguntei como minha situação estava. De jeito nenhum. A pressão toda é externa. O Alessandro e o Duilio estão todos os dias comigo, em momento algum sentamos para falar se vou sair ou ficar. A informação que falam é que 'o ambiente é ruim com o Luxa'. C...! Desculpe pelo palavrão, mas vocês não estão no dia a dia para saber como é minha relação com os jogadores, não tenho problema com atleta nenhum. É relação amistosa com os mais velhos, mais novos. 'Ah, Fulano falou', mas quem é o Fulano? É uma porção de informação furada. Internamente, não teve desgaste, pancadaria, nada... eu estou aprendendo muito com esses jovens que estão chegando agora, é um processo totalmente diferente daquilo que estava acostumado há um tempo atrás. Eu tenho aprendido como aprendi com minhas netas sendo diferente do que fui com minhas filhas."

Pressão sobre treinadores aumentou? "Aumentou muito, é um negócio impressionante. A cada rodada, perguntam 'o que você fez, o que devia fazer, é prestigiado, é burro...'. É uma pressão sobre quem vai ser mandado embora a cada rodada. Vamos ser coerentes? São 20 times. Quantos vocês acham que vão disputar o título? Quantos vão chegar na Libertadores? Aí, manda embora porque o cara está perto da zona de rebaixamento. Ele tem time para poder sair dali? É uma situação complicada. A análise é porque tem uma camisa pesada e, por isso, tem que estar numa situação melhor? Quem está disputando o título? A pancada vem porque as pessoas falam: 'acho que aquele time deveria estar'. Será que deveria estar? Se o Corinthians tivesse na liderança lá atrás, eu não estaria aqui. Trocaram, eu peguei e começamos a nos reencontrar. Falei até antes do jogo de hoje: se tivéssemos ganho hoje e fizéssemos a pontuação com o número de jogos igualado, eu chegaria a 31 pontos. Estaríamos na 7ª ou 8ª posição. Mas o 'se' não joga."

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