Bastidores da desconvocação: Antony queria seguir; CBF definiu por telefone
Antony lamentou o corte na seleção brasileira, mas a CBF e o técnico Fernando Diniz concordaram em desconvocar o atacante do Manchester United (ING) para evitar uma superexposição do tema durante a janela de jogos das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026.
O que aconteceu
O presidente Ednaldo Rodrigues só chega hoje (5) em Belém, mas manteve contato com o técnico Fernando Diniz e outros membros da delegação brasileira para tomar uma decisão sobre a situação de Antony.
Ednaldo e Diniz concordaram rapidamente: Antony seria cortado. As ligações definiram a forma como a CBF se posicionaria diante do caso e houve o combinado de Fernando Diniz dar a notícia ao atacante, já que eles trabalharam juntos no São Paulo.
A ideia foi anunciar o corte e enfatizar que a investigação continua: "A fim de preservar a suposta vítima, o jogador, a seleção brasileira e a CBF, a entidade informa que o atleta está desconvocado".
O presidente da CBF e o treinador acreditam que a participação de Antony nos duelos contra Bolívia e Peru geraria uma exposição grande sobre o caso, que foi considerada desnecessária.
A visão de Antony
O atacante negou as acusações reveladas pelo UOL na manhã de ontem e esperava ser mantido na lista de Fernando Diniz.
Ele e seus representantes entendem que estar à disposição nas Eliminatórias seria uma forma de reforçar o discurso de inocência e minimizar a denúncia da ex-namorada.
Junior Pedroso, empresário de Antony, fez a seguinte declaração no seu Instagram: "Um país que clama por justiça é o mesmo que a população e a opinião pública condenam antes da própria justiça".
Antony veio da Inglaterra e recebeu a ligação de Fernando Diniz em São Paulo, à espera da viagem para Belém, onde o Brasil enfrentará a Bolívia na sexta-feira (8), pela primeira rodada das Eliminatórias. Com o corte, o atacante foi atrás do primeiro voo de volta.
Diniz viu caso 'incipiente' na convocação
No anúncio da convocação, Fernando Diniz foi questionado sobre a denúncia contra Antony e disse que ainda não havia motivo suficiente para deixá-lo fora, diferentemente do caso de Lucas Paquetá, desconvocado por suposto envolvimento de um familiar em esquema de apostas esportivas.
Havia uma denúncia anterior no Brasil, mas Gabriela Cavallin acionou também a justiça inglesa. O UOL teve acesso às supostas provas antes do corte de Antony. A CBF não estava ciente das últimas informações.
É uma coisa ainda muito incipiente. Por ora, o que eu sei é isso, de uma acusação. Eu vou parar por aí. Não vou ficar discorrendo sobre esse assunto porque é tudo muito pouco para falar agora. Eu vou falar uma vez só. Todo mundo que comete alguma coisa errada tem que pagar por aquilo que comete. Mas a gente não tem que ficar levantando essas questões o tempo todo, só porque alguém levantou. Espera os órgãos competentes para apurar esse tipo de coisa
Fernando Diniz
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