Veiga diz que toma menos bronca de Diniz e lembra ida surpresa a psicólogo

O meia Raphael Veiga, do Palmeiras, é um dos jogadores da seleção brasileira que já trabalharam com Fernando Diniz. Segundo ele, a relação atual com o treinador envolve menos broncas do que nos tempos em que o jogador era mais jovem.

"O pessoal que trabalhou com ele estava conversando, lembrando que já passamos situações engraçadas com ele. Eu, Bruno, Nino, André. Trabalhei com ele em 2009, no Audax, depois no Athletico. Eu mudei bastante, ele também. A diferença de lá para cá é que eu tomava muita bronca e agora tomo menos", disse Veiga, que deu coletiva hoje (6), após o segundo treino do Brasil em Belém, onde a seleção estreia pelas Eliminatórias contra a Bolívia, sexta-feira (8).

Veiga ainda recordou a história mais marcante da relação com Fernando Diniz, que envolve uma ida surpresa a um psicólogo.

"Não vou resumir a ajuda dele na minha evolução só dentro do campo. Ele sempre se preocupou com a pessoa fora do campo para dar bons resultados em campo. Ele ajuda todo jogador, mas eu vou frisar o que ele fez comigo fora de campo. Eu sou um jogador completamente melhor, homem completamente melhor, por conta dele. Quando estávamos no Athletico, a gente se desentendeu por posicionamento, normal em treino. Fiquei bravo com ele, me ligou à noite, ele queria me encontrar, eu disse que falava no dia seguinte, mas ele insistiu e fui na casa dele. Vira aqui e ali e ele me levou no psicólogo. Continuei fazendo e tem sido muito importante para mim", completou o meia.

Diniz x Abel Ferreira: "O Abel e o Diniz são dois dos melhores treinadores do Brasil, ou os melhores. Ideias um pouco diferentes, mas adaptei muito facilmente no Palmeiras e com Diniz agora é a mesma coisa. Virar a chave é simples, sei como joga e as variações. Com Diniz também. Preciso de um ajuste, é um padrão por três anos e agora reencontro ele, mas conheço".

Outras respostas de Raphael Veiga

Saída de bola do Diniz / risco x prazer

É prazeroso porque ficamos com a bola. Para quem assiste parece um risco, mas é muito bem treinado. Ele falava que era bagunça organizada no Athletico. Estávamos expostos a todo tempo no treino e no jogo fica automatizado para repetir, sai naturalmente. Mas para quem está assistindo dá um frio na barriga.

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Presença de jogadores do futebol brasileiro

"Eu acho que sim, mas o que faz o povo brasileiro continuar torcendo, encher os estádios, é voltar a jogar bonito. Com o Tite era assim e com o Diniz também. Isso faz a torcida encher os estádios. Com vitórias e tudo mais. Mas quanto mais brasileiros, tem a questão do clubismo, uns gostam e outros não. Torço para que os estádios sempre estejam cheios".

Astral da seleção

"A atmosfera entre os jogadores é realmente muito boa. Todos se conhecem, a maioria se conhece, e todos têm desejo de mostrar e fazer acontecer no novo ciclo. Todos dispostos a aprender esse estilo novo, diferente, que motiva muito os atletas a aprenderem. A gente deixa a atmosfera muito boa com desejo de ganhar e aprender. É uma conexão muito boa entre jogadores e comissão".

Relação com Rony e preparação para a próxima Copa

"O Rony tem esse desejo de retornar. Comentamos, ficou vendo a convocação. Dessa vez não foi, mas trabalha muito. Joguei com ele e venci com ele no Athletico, a Sul-Americana, agora ganhamos juntos no Palmeiras. Ele nos ajuda muito no Palmeiras, que se puder ele volte. O Abel ama ele, torço demais por ele, acompanhei a carreira e torço bastante. Daqui até a Copa tem caminho longo, mas todo jogo é importante, toda convocação é importante. A cada convocação podemos fazer o suficiente para voltar cada vez mais".

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Raphael Veiga, do Palmeiras, durante treino da seleção brasileira em Belém (PA)
Raphael Veiga, do Palmeiras, durante treino da seleção brasileira em Belém (PA) Imagem: Vitor Silva/CBF

Quem não conhece o Diniz pergunta sobre o Dinizismo?

"Pelo que viram no São Paulo, Athletico, Fluminense? Havia uma base do jeito de jogar, com posse e mobilidade. Mas todos tinham curiosidade para saber como o Diniz é como pessoa. Acho que todos estão gostando, tem passado a ideia nesses poucos dias, do jeito que trata o grupo. Ele é sensacional e todos vão gostar do estilo de jogo e também do ser humano".

Concorrência

"Meu pensamento é fazer da melhor maneira possível o que me pedirem, independentemente dos minutos, de quem vou jogar. É dar o melhor em cada treino ou jogo".

Entrosamento com os novos companheiros

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"Não acontece do dia para noite, é construído. Vem nos treinamentos e jogos. A gente se adapta fácil. Estão os melhores do Brasil aqui. Não vai ser difícil conseguir esse entrosamento. É a cada dia e a cada jogo".

Quatro jogadores do futebol brasileiro

"É maravilhosa a sensação para qualquer jogador, para qualquer jogador e principalmente no Brasil. É o ápice do futebol, todo menino sonha. Temos ambições aqui dentro, sonhos, e nosso compromisso é dar o melhor e representar bem o país".

Se você fosse advogado, o que pode ser positivo ao Diniz a inexperiência em conquistas, mas hoje treinar o Fluminense?

"É o desejo dele de ganhar. Todos vão ouvir muito ele, todos têm muito a ensinar e existe respeito e humildade. Tem méritos em estar aqui. Todos vão parar para escutar, é ideia nova e é difícil achar um treinador no mundo que pensa igual ele. Cara com ideias muito boas e tem tudo para ser vencedor. Como falei, cria homens e não pensa só em resultado. Até hoje pode ser a maior vitória dele, ver jogadores que igual eu trabalhei lá atrás e me ajudou a chegar com muito mais maturidade. Ele é totalmente diferente".

Vencer e convencer

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"Não sei a última vez da seleção aqui, então já há desejo de vir, lotar o estádio e ainda mais no novo ciclo. Todos com expectativa grande pelo que o Diniz vai fazer, e nós do retorno do que ele faz dentro de campo. Será importante para reconectar o povo com a seleção. Espero que a festa seja linda".

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