Belém mata a saudade da seleção, respira Eliminatórias e surpreende a CBF

A seleção brasileira foi abraçada por Belém. A capital do Pará respira a partida contra a Bolívia, sexta-feira (8), no Mangueirão, pela primeira rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo.

O que aconteceu

Belém mata a saudade da seleção. A última vez da seleção na cidade foi em 2011, em vitória de 2 a 0 contra a Argentina pelo superclássico.

O Brasil é assunto em cada restaurante ou corrida nos carros de aplicativo. A "pergunta de elevador" não é sobre o calor, mas sim sobre ir ou não ao Mangueirão.

Cerca de 45 mil ingressos foram colocados à venda e se esgotaram em poucas horas. Os ingressos no preço de inteira variam entre R$ 200 e R$ 400. Há ainda camarotes de R$ 1.000, R$ 1.250 e R$ 1.600.

"É caro, mas eu iria se não trabalhasse. Vai que demora mais 12 anos pra seleção voltar?", disse Itamar Rocha, garçom de um dos principais restaurantes de Belém.

"Eu vou. Foi uma briga para comprar esse ingresso. É bom que eu já saio do estádio e tento fazer um dinheiro com a galera voltando para casa", falou Pedro Fioretti, motorista de aplicativo

A vigília no hotel da seleção brasileira
A vigília no hotel da seleção brasileira Imagem: Lucas Musetti/UOL

Vigília

O grande símbolo desse abraço de saudade de Belém na seleção brasileira é a porta do hotel onde está a delegação. Localizado em área nobre da cidade, o estabelecimento já recebeu milhares de pessoas desde segunda-feira, quando os primeiros jogadores chegaram na cidade.

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A maior aglomeração ocorreu quando se soube da chegada de Neymar, por volta das 22h de segunda. Naquela noite, dezenas ficaram até 4h para verem Casemiro, Rodrygo, Bruno Guimarães e Joelinton.

A delegação ficou completa com Gabriel Jesus, Marquinhos e Raphinha, que chegaram na terça, mas o hotel continua com fãs na expectativa de fotos e autógrafos na chegada ou saída para o treino.

É muito satisfatório estar aqui. A gente fez o Superclássico das Américas aqui, foi uma festa incrível. Voltar aqui é muito legal. Porta do hotel cheia, gritando o nome dos jogadores. As pessoas emocionadas por verem a seleção de perto motiva a gente. É importante jogar mais no nosso país, aumentar a sinergia com o povo brasileiro. É um pouco a nossa missão, resgatar essa identificação. Futebol sempre foi uma válvula de escape muito importante

Danilo, lateral da seleção, em entrevista coletiva.

Mundos diferentes

A CBF já esperava uma recepção calorosa de Belém, mas se surpreendeu com o carinho da cidade.

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Funcionários da confederação relataram ao UOL que esse afago geralmente é maior nas cidades do Norte e Nordeste, mas que Belém faz pela seleção o que não se via há vários anos.

Esse cenário é completamente diferente de alguns dos últimos jogos da seleção, ainda com o interino Ramon Menezes.

O amistoso entre Brasil e Guiné, no dia 17 de junho em Barcelona, teve 10.929 presentes, mesmo com distribuição gratuita de vários ingressos. Foi o segundo pior público do século.

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