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Falta de diretor mexe com responsabilidades de Diniz e presidente da CBF

Do UOL, no Rio de Janeiro e Belém

07/09/2023 04h00Atualizada em 07/09/2023 15h07

A ausência de um diretor na seleção brasileira afeta as responsabilidades do técnico Fernando Diniz e do presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues. Diniz vive as primeiras semanas à frente da seleção e seu papel não se limitou a convocar, treinar e escalar o time.

O que aconteceu

A CBF não tem um diretor de seleções após a saída de Juninho Paulista, após a Copa 2022. O presidente Ednaldo Rodrigues acumula a função.

Não há um intermediário entre o campo (Diniz) e a presidência da CBF (Ednaldo). A relação direta aumenta a responsabilidade da tomada de decisão dos dois lados da relação.

Ednaldo toma as principais decisões institucionais, mas consulta Diniz. A definição de não convocar Paquetá e, posteriormente, cortar Antony teve esse caminho. Mas coube a Diniz comunicar o atacante, por exemplo, de que ele não viria mais para os jogos pelas Eliminatórias.

No aspecto técnico, a lógica se inverte. Ednaldo diz que não mexe na lista de Diniz e não interfere na convocação. Isso faz com que a responsabilidade do técnico aumente. Com Tite, Juninho participava das reuniões sobre definição dos convocados.

Diniz não se incomoda com essa responsabilidade a mais. Ele entende que a atenção para assuntos além do campo já é normal no Fluminense e também foi nos clubes onde passou.

Ednaldo não descarta a chegada de um diretor, porém, entende que pode executar esse papel. Os demais dirigentes da CBF, como os vice-presidentes, pouco sabem o que acontece no departamento de seleções.

A CBF entende, no entanto, que reduziu a burocracia ao não ter diretor de seleções no momento. Já que Ednaldo acompanha a delegação nas viagens e pode resolver as coisas in loco, sem necessidade de acionar quem está no prédio da Barra da Tijuca antes.

A dinâmica entre os dois

É um cenário novo para a CBF e para Diniz. Um precisa lidar com um técnico que não está todo dia na CBF. O outro precisa abrir espaço na já atarefada carreira de técnico do Fluminense para lidar com questões da seleção.

"A gestão de tempo é a melhor possível", disse Diniz, indagado na semana em que a data da convocação foi confirmada sobre como estava conciliando as duas coisas.

Quando Diniz se apresenta à seleção, Ednaldo consegue se aproximar mais e usa mais da experiência do profissional para questões extracampo.

Mas é a presidência da CBF quem direciona, por exemplo, onde a seleção vai jogar e contra quem, no caso de amistosos.

Ednaldo acredita que, além de um grande técnico, Diniz tem conhecimento para melhorar o futebol brasileiro como um todo, não só a seleção. A ideia é tê-lo de alguma forma na CBF após a chegada de Carlo Ancelotti, prevista para meados de 2024.

A correria para cortar

No dia 18 de agosto, Fernando Diniz cortou Lucas Paquetá de última hora. Minutos antes do anúncio dos convocados, saiu na imprensa inglesa a notícia da investigação por suposta manipulação

Diniz argumentou publicamente, naquele momento, que era melhor preservar Paquetá. Enquanto a investigação continua, o meio-campista atua normalmente pelo West Ham.

No mesmo dia, Diniz foi perguntado sobre Antony. Naquele momento, existia uma denúncia da ex-namorada Gabriela Cavallin por violência doméstica. O treinador disse que o assunto era "incipiente".

Na última segunda-feira (4), o UOL revelou detalhes da denúncia mais recente, na Inglaterra. A CBF, então, cortou Antony da lista.

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