O atacante Antony deu a primeira entrevista depois das denúncias de agressão contra a ex-namorada, a DJ Gabriela Cavallin. Ao SBT, o jogador do Manchester United diz nunca ter agredido a mulher e que a denunciante adulterou mensagens. Ele ainda explicou os supostos episódios de agressão do ponto de vista dele.
Relação difícil
O jogador falou que a relação era turbulenta e com muito ciúme. O maior ponto de discussão, segundo ele, era o fato de Gabriela querer que ele a assumisse.
Antony alega que nunca pensou em assumir ou morar com a DJ, mas que assumiu o bebê no momento em que soube da gravidez — Gabriela perdeu a criança durante a gestação. Também garantiu que não pediu para que ela abortasse.
"Xingamentos, mas não do nada. Sempre dava motivo, às vezes de um ciúme. Muitas das vezes acontecia porque ela sabia que eu me relacionava com outras pessoas, sempre voltava no assunto de assumir. Era o maior motivo de discussão."
Mensagens
Antony afirmou que Gabriela adulterou mensagens. Ele também explicou o episódio do suposto ciúme de Neymar. O jogador teria se irritado porque ela curtiu nas redes sociais fotos de quatro anos antes de Neymar com o "parça" Gil Cebola.
"Teve uma vez que ela pegou meu celular e mandou uma mensagem falando isso, como se fosse eu. Ela já chegou a pegar meu celular e mandar. Eu não entendi muito. Até porque tenho uma relação muito boa com o Neymar. Tem sentimento, houve da minha parte com ela. Perguntava, como ela perguntava para mim. Muitas das vezes foi agressiva comigo, ela me ofendia e eu também. Me xingava de fdp, lixo, mandava me foder, tudo que ela me xingava eu mandava de volta. Era uma troca de palavrões e no momento a gente xingava um ao outro. Agressão verbal ofende e machuca. Do mesmo jeito que eu machucava ela com palavras ela também fazia. Não é certo, mas havia. Escutei muitas coisas que me ofendiam, na discussão também ofendia", disse Antony.
"Tem coisas que foram alteradas da parte dela nos prints. Ela chegou, manda uma mensagem e apaga uma mensagem que eu mandei. Um exemplo de um print recente que eu falo perdão, mas ela apaga uma frase depois. Ela manipulou e eu tenho provas. Vou entrar em contato com meus advogados e vão colocar tudo no inquérito."
Antony também falou sobre a mensagem em que diz "tomara que você morra" para a DJ. "Existiu, palavras existiram, mas tem que ver todo contexto. Cheguei a dizer, mas jamais diria 'morra'. Não é morra que você vai... não era isso. Era um xingamento. Eu ia xingar ela, se for ver o contexto da história, o que ela me mandou, ela já falou isso para mim também. Que sou um lixo, nojento, não sou um bom pai."
"Em nenhum momento encostei nela"
Gabriela relata quatro principais episódios, o primeiro deles quando Antony teria dirigido um carro em alta velocidade.
"Agressão, não. Nunca que eu encostei nela. Cheguei primeiro na balada sem avisar. Não falei que ia para a festa. Ela chegou, ficou sentada. Quando fui embora, não chamei ela, só avisei meu segurança e meu amigo. Ela veio atrás de mim. Foi quando paguei a comanda. Ela foi comigo. Era outro amigo dirigindo o carro", disse.
"Em nenhum momento, falei isso. O segurança me levou até o carro de um outro amigo. Entramos e ela se alterou. Perguntou por que fui para a balada e não avisou. Chamou de lixo, falou que ia acabar com a minha vida e minha carreira. Sempre falava isso. Estava no banco de trás. Nós dois no banco de trás e meu amigo dirigindo. Ela me empurrava, mas não com força. Nem segurei, nem nada. Não batia forte, me empurrava dentro do carro. Jamais puxou o cabelo, nunca ameacei jogar. Também não sei por que fala isso. Tem muitas coisas que ela está contando que não são verdade", completou.
Em outro dia, Gabriela alega que Antony deu uma cabeçada nela. Ele voltou a negar.
"Negativo. Em nenhum momento encostei nela. Como ia dar uma cabeçada. Saí do treino de manhã e depois peguei meu carro e fui ao hotel. Almoçamos juntos, conversamos normal. tudo tranquilo. Uma coisa que incomodava era quando eu falava que precisava ir porque tinha meus compromissos. Sentado na cama ela encostou no meu rosto. Eu fui no banheiro, fiquei um pouco lá, cinco minutos, saí e falei que precisava ir embora. Ela ficou na porta e não deixou. Ela se alterou, quebrou copo, prato, no chão, mas jogou na minha direção. Veio para cima de mim. Nesse momento segurei ela. Não cheguei a apertar. Falei "calma". Nenhum momento dei cabeçada nela. Quando ela mandou a foto eu já estava em casa. Ela não estava machucada. Segurei e acalmei ela. Depois de um tempo ela acalmou. Conversei um pouco e fui para casa. Precisava ter outros compromissos com meu trabalho."
Ele também dá outra versão sobre o silicone deslocado. Gabriella alega que teve o silicone de seu peito deslocado após ser agredida por Antony.
"Jamais aconteceu. Dar um soco no peito de uma mulher. No momento que estava tocando as coisas segurei ela. Até porque é diagnosticado que o silicone dela desde 2020 já tinha um negócio para trocar. ela me fala que o silicone caiu no banheiro, depois diz que eu agredi ela?", questionou.
Antony ainda falou sobre o dedo machucado no que teria sido o último episódio de agressão. Gabriela diz que Antony tentou agredi-la no rosto com uma taça de vidro. Ela defendeu-se com a mão, e o resultado foi um ferimento no dedo expondo ossos. Um vídeo da lesão foi anexado ao inquérito como prova.
"É mentira. Nada disso aconteceu. Como que jogo uma taça na cara da pessoa? Sabe como foi o episódio? Ela tinha bebido bastante, estava alterada. A gente estava em um churrasco, ela continuou bebendo. Pedi para ela parar. Eu tinha bebido um copo de vinho e ela bastante. Estava bebendo gin comigo. Eu no sofá e ela na cozinha. Falei "para de beber porque está bebendo muito". Ela travou e na hora que segurei ela soltou. Sai a haste e é o que acontece no dedo dela. Ela fez força para baixo. Queria tirar o copo da mão dela. Minha mãe estava presente. Jamais vou jogar uma taça na cara de alguém. Minha mãe ajudou, lavou a mão, pediu para um amigo comprar coisas do curativo. Meu fisioterapeuta chegou em casa, no momento que estava fazendo o curativo eu estava do lado de fora da quadra. A quadra não fecha, não tem chave. É encostada só. Como prende alguém se não tem chave, cadeado?"
Por fim, Antony voltou a negar as agressões: "Tenho 100% de certeza que nunca encostei em uma mulher. Vou vir com as provas. Nunca agredi e nem vou. Violência verbal, sim, a gente se ofendeu. Psicológica de ambas as partes. Não física".
Em nota enviada ao UOL, a defesa de Gabriela Cavallin afirmou que o jogador mentiu.
"Por ser pessoa pública, se aguardava o arrependimento do jogador Anthony. Porém, enquanto acusado, ele preferiu usar seu direito de mentir. No entanto, apresentamos provas materiais e múltiplas que elidem qualquer de suas mentiras. Aliás, recorde-se que surgiram outras vítimas de suas agressões, o que mostra o perfil violento do jogador e quem diz a verdade. Por tudo isso, aguardamos a célere conclusão das investigações e, no futuro, a exemplar condenação dele, justamente para que a população comece a ter consciência de que condutas como essas não são e nem serão toleráveis", diz a nota oficial.
Denúncias contra Antony
O atacante Antony, 23 anos, do Manchester United está sendo investigado pela Polícia Civil de São Paulo por violência doméstica contra Gabriela Cavallin, também de 23.
O UOL teve acesso a fotos, vídeos, conversas e depoimentos de testemunhas que acompanham o inquérito.
Os registros revelam ameaças, intimidações e agressões físicas feitas pelo jogador.
Na última sexta-feira, ela apresentou uma segunda denúncia contra Antony, desta vez à polícia de Manchester, na Inglaterra.
Em caso de violência, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.
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