Marcelo Moreno quebra recorde e aposta em Bolívia na Copa após 32 anos

A Bolívia passa por momento de renovação, mas mantém a aposta no ídolo Marcelo Moreno, de 36 anos. E o atacante de nacionalidade brasileira vê sua seleção capaz de conseguir uma vaga para a Copa do Mundo de 2026. E, para repetir um feito que não ocorre desde 1994, o primeiro desafio é segurar o Brasil de Fernando Diniz hoje (8), às 21h45, no Mangueirão.

A nova Copa com 48 equipes permitiu uma vaga a mais nas Eliminatórias. Os seis primeiros vão direto para a fase de grupos e o sétimo segue para a repescagem. De 10 seleções sul-americanas, sete podem ir para a Copa. A mudança nas configurações anima o artilheiro.

Sem dúvida podemos sonhar e a nossa luta será diária para conseguir essa vaga. Com essas novas vagas disponíveis, cresce a nossa possibilidade

Marcelo Moreno, do Independiente del Valle (EQU), em entrevista ao UOL.

Veja a entrevista na íntegra

Como é se tornar, justamente contra o Brasil, o jogador com mais partidas pela Bolívia [103]?

"É a parte que falta para um ciclo lindo chegar ao fim. Minha história com a seleção contém várias páginas. Pude bater recordes de gols, jogos... Creio que só falte isso para terminar da melhor forma possível. É um grande sonho".

Como você vê a Bolívia para esse ciclo?

"É uma geração muito talentosa e com futuro. É difícil você citar nomes, mas Billy Viscarra, Ramiro Vaca, Miguel Terceros e Jairo Quinteros, por exemplo, são nomes que podem construir histórias muito bonitas dentro da Bolívia, assim como eu construí. Não é fácil deixar esse legado, mas tenho certeza que esses garotos, com trabalho duro, podem conquistar muitas coisas e levar o nome da Bolívia para o mundo".

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Muita gente vê a Bolívia como saco de pancadas e forte só na altitude, mas vimos recentemente bons jogos a nível do mar e exibições sólidas de times bolivianos na Libertadores. O futebol boliviano evoluiu?

"Eu vejo a seleção da Bolívia competindo há muito tempo. É inegável que temos uma desvantagem em relação as outras seleções como Brasil, Uruguai e Argentina, que contam com jogadores que competem nas maiores ligas do mundo, o que não é nosso caso. Mas, de fato, o futebol da Bolívia está em crescimento e isso é importante para o futuro. Nossa seleção conta com nomes jovens de muito talento como eu citei acima e isso pode nos colocar em lugares mais altos. Tenho certeza de que as próximas gerações vão encontrar uma seleção ainda mais madura, forte e competitiva".

É possível sonhar com a Bolívia na Copa? Agora são mais vagas...

"Sem dúvida podemos sonhar e a nossa luta será diária para conseguir essa vaga. Com essas novas vagas disponíveis, cresce a nossa possibilidade. Eu peço aos torcedores bolivianos que confiem no grupo, no trabalho. Vamos manter nossa força dentro de casa, importante aliado nessa busca por uma vaga, mas também ser mais competitivos e somar pontos fora. Com o torcedor do nosso lado eu tenho certeza de que temos condições. Nunca falou amor e suor por essa camisa".

O Brasil também se renova e terá o Fernando Diniz, de um jeito bem peculiar de ver o futebol. O que a Bolívia mais precisa ter de atenção para enfrentar essa seleção do Diniz?

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"O Diniz é um técnico que gosta muito de ter a bola, então acredito que nosso maior desafio vai ser lidar com essa pressão do Brasil. Não é muito diferente do que costumamos ver do Brasil nos nossos encontros recentes. Então, temos de tomar o maior cuidado possível, principalmente com os jogadores de ataque. O Brasil historicamente tem um futebol leve, alegre e muito rápido. Acredito que com o professor Diniz isso também vai acontecer, mas também priorizando a posse de bola por característica pessoal".

A seleção boliviana tem algumas jovens apostas, como o Miguelito, do Santos. Como você vê esse jogador?

"O Miguelito é um jogador interessante. Ele teve a oportunidade de fazer a base no Brasil, assim como eu. Está no time principal algumas vezes e é um jogador que tem talento. Obviamente precisa de tempos, jogos, minutos para poder estar mais presente nos jogos de Eliminatórias. Ele é um garoto ainda, vai aprender muitas coisas. Tenho certeza de que nós vamos ajudar para o que ele precisar para que ele possa ser uma referência futuramente".

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