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Aposta na base e tradição: Ferroviária tenta vencer Corinthians no feminino

Ferroviária se reúne em campo antes de jogo com o Corinthians Imagem: Staff Images / CBF

Do UOL, no Rio de Janeiro

10/09/2023 04h00

Depois do empate no confronto de ida, a Ferroviária tenta desbancar o favorito Corinthians hoje (10), às 16h (de Brasília), na Neo Química Arena. Mas se engana quem acha que a equipe campeã do Brasileirão de 2019 chega como "azarona" na final.

O time tenta repetir o feito de quatro anos atrás, quando levou a melhor sobre o Corinthians para ser campeão. Na ocasião foram dois empates por 1 a 1 e 0 a 0 e vitória nos pênaltis.

"Naquele momento, usamos esse cenário para motivar ainda mais o grupo e trazer toda essa atmosfera a nosso favor. Transformamos esse favoritismo do adversário em combustível para fortalecer a união do grupo e confiança de que, juntas, poderíamos seguir fazendo história. Além disso, contamos com uma análise minuciosa do adversário, treinamentos intensos e dentro da estratégia que buscávamos", lembrou Tatiele Silveira, técnica campeã em 2019.

Time grande

Essa decisão coloca frente a frente os dois maiores vencedores da história da competição. São quatro das Brabas e dois das Guerreiras Grenás. A Ferroviária, inclusive, nunca perdeu uma final de Brasileiro.

Além desses dois títulos, o time também tem na sala de troféus duas Libertadores (2015 e 2020), uma Copa do Brasil (2014) e quatro Paulistas (2002, 2004, 2005 e 2013).

"Quem vive o futebol feminino no Brasil tem noção da dimensão da Ferroviária na modalidade. Foi uma honra fazer parte desse protejo tão vitorioso e histórico que, naquele momento, abriu portas para uma mulher no comando da equipe. Essa mentalidade se tornou permanente onde a equipe feminina seja um agente não só de formação de atletas mas de mulheres em todas as áreas do futebol", disse Tatiele.

A equipe feminina foi criada em 2001, através de uma iniciativa da prefeitura municipal de Araraquara. É o projeto com maior tempo de funcionamento de forma ininterrupta no Brasil.

O departamento de futebol feminino da Ferroviária conta com aproximadamente 40 funcionários entre corpo técnico, preparadores físicos e de goleiros, analistas de desempenho, fisiologistas, fisioterapeutas, médicos, psicóloga, nutricionista e assistente social.

Desde 2017 a Ferroviária tem contratos com carteira assinada, algo ainda pouco comum no futebol brasileiro.

Investimento em base

Uma das formas que a Ferroviária encontra de bater times de maior investimento, especialmente a partir de 2019, com obrigatoriedade da CBF e Conmebol, é a base.

Em abril deste ano, o clube anunciou a criação de um time Sub-12. Antes disso, já existiam times do sub-14 ao 20.

A Ferrinha é o único clube a participar de todas as competições oficiais desde o sub-12 ao sub-20. "Penso que o título fortaleceu o projeto, trazendo mais visibilidade, recursos e apoiadores. Tudo que um projeto de longo prazo e ideias precisa para ser desenvolvido", avaliou Tatiele Silveira.

O time profissional conquistou o bicampeonato da Libertadores na edição de 2020 e ficou em terceiro em 2021.

Mas não é só o principal que ganha títulos. Na base, o clube tem Liga de desenvolvimento sub-16 (2021), Libertadores sub-16 (2021), Paulista sub-15 (2022), Paulista sub-20 (2022), Festival sub-14 (2022), Disney Cup (2022) e foi vice-campeão do Paulista sub-17 (2022).

Atualmente no profissional, oito atletas foram formadas na base do clube: Yanne, Leilane, Grazy, Gessica, Luana, Nicoly, Ana Luiza e Aline Gomes.

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