Rubiales renuncia ao cargo de presidente da federação e se diz perseguido
Do UOL, em São Paulo
10/09/2023 17h17Atualizada em 12/09/2023 11h08
O presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales, renunciou ao cargo quase um mês após o episódio em que beijou, de maneira forçada, a jogadora Jenni Hermoso na boca após o título do país na Copa do Mundo Feminina.
O que aconteceu
Ele divulgou uma carta de renúncia na tarde de hoje, alegando que as punições recentes deixaram "evidente" que seria impossível voltar ao cargo.
No texto, Rubiales diz que é vítima de uma "perseguição desmedida" e afirmou que seus familiares estão sendo afetados pelo episódio envolvendo o beijo forçado.
Relacionadas
O espanhol ainda classifica a repercussão do caso como uma "campanha desproporcional" e afirma que sua saída tem como objetivo estancar os prejuízos ao futebol local.
O dirigente já estava suspenso de todas as atividades relacionadas ao futebol, tanto nacional quanto internacionalmente, pela Fifa. A decisão foi tomada pelo presidente da Comissão Disciplinar do órgão, o colombiano Jorge Ivan Palacio, que se baseou no artigo 51 do Código Disciplinar da Fifa (CDF).
Leia a carta de renúncia
Hoje, às 21h30, transmiti ao Presidente em exercício, Pedro Rocha, a minha renúncia ao cargo de Presidente da RFEF. Também o informei de que fiz o mesmo com o meu cargo na UEFA para que o meu posto na vice-presidência possa ser substituído.
Após a rápida suspensão realizada pela Fifa, além dos demais procedimentos abertos contra a minha pessoa, é evidente que não poderei voltar ao meu cargo. Insistir em permanecer à espera e me apegar a isso não contribuirá em nada de positivo, nem para a Federação nem para o futebol espanhol. Entre outras coisas, porque existem poderes que impedirão o meu retorno.
Fica a gestão da minha equipe e, sobretudo, a felicidade que levo pelo enorme privilégio de ter estado à frente da RFEF por mais de cinco anos.
Não quero que o futebol espanhol seja prejudicado por toda essa campanha desproporcional, e tomo esta decisão depois de me assegurar de que a minha partida contribuirá para a estabilidade que permitirá que tanto a Europa quanto a África permaneçam unidas no sonho de 2030, que trará o maior evento do mundo para o nosso país.
Devo olhar para frente, para o futuro. Agora, há algo que me preocupa firmemente. Tenho fé na verdade e farei tudo o que estiver ao meu alcance para que ela prevaleça.
Minhas filhas, minha família e as pessoas que me amam sofreram os efeitos de uma perseguição desmedida, assim como muitas falsidades, mas também é verdade que nas ruas, a verdade está se impondo cada vez mais. Daqui, envio a todos os trabalhadores, assembleias, dirigentes e pessoas ligadas ao futebol em geral um forte abraço e desejo-lhes muita sorte. Agradeço a todos que me apoiaram neste momento.