Seleção: Treino 'louco' de Diniz tem Neymar e Richarlison na saída de bola
O atacante Matheus Cunha fez uma inconfidência sobre o treino do técnico Fernando Diniz deste domingo (10), em Lima (PER): uma inversão nas linhas fez com que Neymar e Richarlison ficassem na saída de bola da seleção brasileira.
O jogador do Wolves (ING) já passou pelo campeonato alemão e espanhol antes de chegar a Inglaterra e foi questionado se já tinha visto algum clube na Europa jogar como Diniz. Para ele, seria impossível.
"Impossível um time jogar como o Diniz, ainda mais na cultura posicional da Europa. Estamos todos muito animados, querendo aprender, ainda mais com algo tão inovador. Hoje teve uma situação animadora, interessante. Eu nem sei se poderia estar falando isso aqui: as mudanças das linhas. A linha de quatro foi jogar no meio-campo e a saída de bola foi do Neymar e Richarlison. A gente jamais imaginaria passar por isso, ele vem, inova e dá certo. É um aprendizado muito grande, de fazer parte de algo tão diferente. É muito motivador".
Matheus Cunha é alternativa a Richarlison para a camisa 9. O centroavante não marcou na estreia e foi flagrado chorando no banco de reservas. O Brasil volta a campo nesta terça-feira (12), às 23h (de Brasília), para enfrentar o Peru.
Veja outras respostas da coletiva de Matheus Cunha em Lima (PER):
Mudança de clube
"É um momento muito especial que estou vivendo. Todo jogador passa por dificuldade após ficar na expectativa pela Copa do Mundo. Essa mudança de áreas, ser protagonista de um clube de uma liga maravilhosa, isso tudo anima novamente. Mais uma vez a oportunidade de realizar o sonho de criança, jogar Eliminatórias, é algo mágico, muito gratificante".
2026
"Na Copa agora, lembro que tinha expectativa após os quatro anos desde 2018. Era convocado pela sub-20, dois anos as Olimpíadas e depois briguei pela Copa. Quatro anos pareciam distantes, anos-luz, passam e nem percebemos. Resta trabalhar, focar no melhor, passa muito rápido. Pegar de início dá confiança, adentrar em experiência nova, aprender, crescer e sem dúvida a expectativa, forma de jogar que me identifico muito, me deixa cada vez mais feliz. Atacante que se movimenta, circula, joga, aparece. Me sinto confortável para fazer o que Diniz pede e espero corresponder à altura".
Vídeo da não convocação e acompanhar a Copa de longe
"Responder com palavras é difícil. Todos querem participar da Copa do Mundo, os trabalhadores querem ter folga pela Copa. Vivemos algo inexplicável pela Copa, imagina participar e dar orgulho. É algo muito grande, sente pancada mais do que realmente é, mas dá mais maturidade, força e cabeça para passar de todas as situações. O vídeo é legal pois minha família vive comigo e vê meu nome novamente na convocação. Vi muita gente do meu redor chorando com isso, priorizar palavras que me falavam naquela época. O Diniz resgata muito na gente que apesar de sermos heróis, crescermos, passamos dificuldade grande e conseguimos realizar sonhos nossos e das crianças. Só que somos seres humanos, sentimos pancadas, temos muitos para ajudar e quem tá ao nosso redor sente também. Jovem tem que crescer como pessoa normal às vezes não necessita, vivem vida de adolescente meus amigos, a gente não, representa a gente e os nossos. É muita experiência, aprendizado. Mudar de clube, me sentir protagonista de novo, campeonato incrível como a Premier League. Realizar sonho é muito gratificante"
Preleção
"Acredito que são palavras que eu desejaria para muitos jogadores de futebol escutar. Mexe muito com a gente. A gente parece estar em um pedestal intocável, mas somos meros jovens, filhos, amigos. Por toda força e capacidade, a gente vê isso como normal, mas ter alguém comandando nosso barco com esse pensamento é algo incrível, que nos motiva muito. A gente ouve falar e até brinca que vê vídeos dele, a gente que está fora, e imagina que é mais bravo, com palavras mais duras, mas quando fala dessa forma humana a gente fica mais motivado, tem sentimento para colocar em campo que em alguns momentos não tínhamos. Faz a gente crer mais no que participa".
O que mudou no seu futebol
"Com humildade, após os campeonatos que passei, é o melhor para jogar, aprender, disputar, concorrer e competir. Sem dúvida estar em um nível desse faz crescer muito como jogador e ser humano, disputar com o melhor todos os dias sobe o sarrafo para ter que ganhar deles. Sou muito feliz de estar na Premier League, tenho protagonismo grande onde estou e a minha trajetória se for longa na Premier League vai ser gratificante. Campeonato que faz crescer muito e competir contra os melhores".
Concorrência com o Richarlison
"A melhor forma de ganhar posição é ter dois no melhor estágio. É um momento para gente atacante que todos passam. Minha família estava ao lado, meus pais saíram para abraçá-lo antes de qualquer coisa, por já terem vivido isso com o filho dele. Todos vão errar, é humano, e o mais importante é a vitória da seleção. Temos responsabilidade, é claro. E sobre amizade ou concorrência, quero ser melhor amigo deles. Porque para ganhar eu terei certeza que estarei no melhor nível. Ele é grande jogador, com amizade forte, e quero estar no melhor nível porque a disputa é contra ele e mim mesmo".
9 do Hexa
"Reconquistar o povo brasileiro. É uma frase tão marcante para a gente. Eu fiz carreira toda na Europa e quero conquistar antes de reconquistar. Muita gente não me conhece, é um sentimento de representar os seus, seu povo, é algo grandioso e estar dentro da seleção brasileira, numa situação como a de Belém, é um sentimento que literalmente o sonho se torna realidade. A gente vê povo tão identificado. E eu comentei com meus amigos que é animador ver o orgulho. É parecido com nosso orgulho de vestir essa camisa. A confiança vem de tudo que eu passei, as dificuldades nos deixam maiores. Tudo que vivi e sigo vivendo faz a gente ser mais forte, melhor. O legado de centroavantes é gigantesco. E a fala do Neymar bater o recorde de gols é incrível. Não sei se alguém vai bater um dia, mas ele disse que não quer ser melhor que ninguém. Imagina a gente? Patamar tão grande, um ídolo da nossa geração. A gente só quer trabalhar e ser melhor, um atacante melhor, demonstrar tudo que sou para a seleção. É um processo construído e o sentimento internamente é de um projeto muito bonito e espero estar à altura".
Seleção de 1982
"A gente que vive nesse mundo conhece muito bem as seleções marcantes. Ouvimos pai, tio, avô, quem teve prazer de ver. Ainda não fui a fundo sobre o quão bonito e marcante foi a seleção de tantos craques. Mas acho que, sem dúvida nenhuma, a gente pode ser tudo que ele fala. Ele transmite confiança e identificação com povo brasileiro que muitas vezes podemos perder ou ter perdido. Representar esse escudo e cores marcantes? Jamais podemos perder. É muito bonito ele nos colocar em um patamar tão importante. Sai algo dentro de nós para que seja marcante ao povo, que se identifique com a seleção. 'Esse é meu pessoal, que vou apoiar e vão nos representar bem'. O mais bonito é esse sentimento de identificação com o povo brasileiro".
Peru
"É difícil falar de favoritismo. Jogaremos contra qualquer adversário do mundo para ganhar. Não pelo adversário, por nós. Será jogo difícil, fez um jogo muito bom agora e joga em casa, com muita força para nos complicar. Jogará por seu povo em um estádio cheio. O mais importante é fazer o melhor como fizemos contra a Bolívia".
Mudança de técnico
"Nos sentimos espetaculares. Essa mudança me deu motivação, um sentimento de pertencimento à seleção mais bonita do mundo. A chance de jogar pelo Brasil, de ganhar, é o que o treinador e corpo técnico nos passam. É espetacular viver tudo isso, desde o início da mudança. Fizemos um grande jogo contra a Bolívia, mas temos muito a aprender e evoluir em um ciclo, tomara, bonito, longo, que joguemos mais contra Peru e fazer o que sempre queremos: ganhar e dar orgulho a todos"
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