O Palmeiras não tem o maior orçamento do país, não contrata mais que concorrentes como Flamengo e Atlético-MG, mas, mesmo assim, chegou em 2023 para a terceira temporada consecutiva como o "bicho-papão" do futebol brasileiro. E dentro do clube há um consenso sobre o principal responsável pela boa fase: o treinador Abel Ferreira.
Não é por acaso que o alviverde paga a Abel, que chegou ao clube após a busca pelo "técnico perfeito", cerca de R$ 3 milhões mensais, que o colocam como o mais bem pago da América. O valor é contestado pelo Palmeiras, mas o UOL mantém a apuração.
Apesar do alto salário, a direção alviverde entende que Abel e sua comissão técnica são fator desequilibrante a favor do Palmeiras na disputa com outros clubes do Brasil e da América do Sul e já avalia uma extensão do vínculo até o fim de 2027.
O documentário "O Palmeiras da Virada: da reconstrução até os títulos com Abel", exclusivo do UOL Play, narra os bastidores e momentos marcantes conquistados até aqui — já são 8 títulos em três anos.
Os pontos positivos de Abel
Há um consenso dentro do clube que Abel consegue extrair o máximo desempenho do elenco, que é avaliado como talentoso, apesar de não contar com tantas opções como concorrentes diretos na briga por títulos.
Raphael Veiga, Gustavo Scarpa, Marcos Rocha e Mayke são apenas alguns exemplos de atletas que cresceram de produção com a camisa alviverde após a chegada da comissão técnica de Abel.
Além da comprovada qualidade dos trabalhos técnicos e táticos, o treinador também é visto como fundamental pelo trabalho feito com os atletas que sobem das categorias de base, uma das principais apostas do clube neste novo momento em busca de um time sustentável.
Na avaliação interna, Danilo, Gabriel Verón, Endrick e Gabriel Menino são alguns dos exemplos entre atletas que fizeram transições consistentes da base para o profissional pelo trabalho desenvolvido por Abel e Vítor Castanheira, auxiliar que lidera o processo de subida dos jogadores. Além disso, os três primeiros já renderam uma boa grana aos cofres alviverdes por suas negociações com o futebol europeu, enquanto Menino se tornou titular e homem de confiança do treinador no meio-campo ao lado de Zé Rafael.
Real Madrid como inspiração
A inspiração do Palmeiras para seu modo de trabalhar é o Real Madrid.
O clube espanhol há anos faz poucas e pontuais contratações, apostando na manutenção do elenco que conquistou várias edições da Champions League e investindo em atletas jovens com potencial para o futuro.
Leila Pereira, presidente alviverde, seguiu a filosofia iniciada com seu antecessor, Maurício Galiotte, e adotou um perfil mais comedido de contratações. No entanto, a estratégia só é avaliada como possível pela presença de Abel, já que existe um consenso que o técnico é o único capaz de manter a qualidade de jogo do time e o ritmo vencedor sem precisar de tantas reposições para eventuais saídas.
Força mental virou diferencial do elenco
Um dos aspectos reforçados por Abel Ferreira em sua chegada ao Palmeiras foi a importância de ser forte mentalmente para superar as adversidades.
Como sempre faz questão de ressaltar em suas coletivas, Abel destaca dois pontos: não é possível ganhar todos os jogos e a importância de manter o foco nos objetivos traçados mesmo após tantas conquistas.
Para isso, o técnico reforçou o lema "cabeça fria, coração quente", que virou até nome do livro escrito pela comissão técnica alviverde relatando os primeiros desafios à frente da equipe.
A mudança de mentalidade foi rapidamente assimilada pelo elenco, que soube contornar situações adversas para seguir no caminho das vitórias. Até Abel precisou dar a volta por cima, já que teve a sua saída pedida por parte da torcida após resultados adversos. Hoje, é um dos maiores da história alviverde.
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