Os pupilos do Dinizismo: como 8 comandados pelo técnico chegaram à seleção
A primeira convocação de Fernando Diniz para a seleção brasileira foi repleta de nomes que já tinham conhecimento prévio sobre o 'Dinizismo'. Dos 23, oito já havia trabalhado com o treinador por clubes: um no São Paulo, três no Athletico-PR e quatro no Fluminense.
O novo comandante da seleção brasileira utilizou, ao lado da inteligência tática, a familiaridade com seu sistema de jogo como critério de desempate entre jogadores com capacidades e momentos parecidos.
Quem são os oito 'dinizistas' da seleção
Lucas Perri
O goleiro do Botafogo vem fazendo uma temporada digna de disputar o prêmio de melhor goleiro do Brasileirão. Foi Diniz quem promoveu a estreia profissional de Perri ainda no São Paulo, em 2019, contra o CSA, na última rodada do Brasileirão. Ainda com o comandante da seleção, Perri atuou duas vezes na temporada seguinte. Já sem Diniz, ele jogaria seis vezes em 2021 antes de ser emprestado ao Náutico e seguir seu caminho rumo ao clube carioca.
Ibañez
O zagueiro jogou apenas duas partidas com Fernando Diniz, no início da temporada de 2019. Ele foi titular em ambas, mas logo depois acabou vendido para a Atalanta (ITA). O defensor atuou pouco no novo clube, mas foi emprestado e posteriormente adquirido pela Roma (ITA) onde fez carreira e se tornou queridinho do técnico José Mourinho. Foi um dos jogadores a migrar para o futebol árabe nesta temporada, acertando com o Al-Ahli, time de Mendy, Roberto Firmino e Mahrez.
Nino
Menos de dois meses após a saída de Ibañez, o Fluminense de Fernando Diniz trouxe Nino do Criciúma. O defensor ganhou rapidamente a posição e se tornou titular absoluto do time. Diniz deixou o Flu e retornou no início de 2022: Nino ainda estava lá e já tinha se tornado um dos grandes defensores do país. Novamente com Diniz, chegou ao nível de seleção brasileira e já tinha sido convocado antes do atual comandante receber o convite da CBF.
Caio Henrique
Talvez o maior 'case' de Fernando Diniz nos últimos anos. O Atletico de Madrid (ESP) teve dificuldade para encontrar um time brasileiro para emprestar o jovem meia-atacante que o clube tinha contratado do Santos três anos antes. Caio Henrique acabou no Paraná, que na época disputava o Brasileirão, mas fez um campeonato sem muito brilho. No ano seguinte, acertou com o Fluminense de Fernando Diniz e viu o comandante transformá-lo de meia-ofensivo em lateral-esquerdo. Caio se encontrou na posição, ganhou destaque, acertou com o Grêmio para o ano seguinte, mas após apenas cinco jogos foi vendido pelo Atleti ao Monaco (FRA). No clube francês, deslanchou. Neste início de temporada, Caio lidera as principais ligas europeias em assistências: quatro em quatro jogos.
"É aquele cara que enxerga alguma coisa ali que está adormecida. Que era o meu caso, por exemplo, quando a gente foi rebaixado com o Paraná. Não tive muitas ofertas, até porque joguei pouco. E o professor Diniz alguma coisa ele viu. O jogo meu ali, ele viu que eu tinha alguma qualidade. E apostou, confiou em mim. E é esse lado que ele tem, que faz ele ser diferente Acho que é um paizão para gente, principalmente para os mais novos. É um cara que fala na sua cara, às vezes, muitas coisas que você não quer ouvir. Mas é o que é necessário. E isso é muito importante para o seu crescimento. Então, acho que isso é o diferencial dele. E é por isso que as pessoas têm esse carinho por ele".
C.Henrique
Renan Lodi
Renan trabalhou com Fernando Diniz em 2018 no Athletico-PR. O lateral já tinha subido dois anos antes, mas começou a ganhar espaço no ano que Diniz chegou, mas sob o comando de Tiago Nunes, que comandou uma equipe alternativa no Estadual. Quando o Brasileirão começou, Renan foi utilizado em apenas sete jogos com Diniz, então sua maior experiência com o técnico se deu em treinamentos. Lodi ganharia a posição após a saída de Diniz, novamente com Tiago Nunes. O bom desempenho despertou interesse do Atletico de Madrid (ESP), mas em baixa o lateral acabou emprestado ao Nottingham Forest (ING), onde foi bem. Acertou com o Olympique de Marselha no início da temporada.
Bruno Guimarães
O volante foi alçado ao profissional por Fernando Diniz aos 16 anos no Audax-SP. Na época, Diniz já havia profetizado a Bruno que ele "seria espetacular" e não apenas pelo seu talento com a bola nos pés, mas pela dedicação que demonstrava: o técnico disse que ele poderia trilhar qualquer profissão que teria sucesso. Bruno Guimarães escolheu o futebol e alcançou o sucesso previsto no Athletico-PR. Ele chegou ao Furacão em 2017, trabalhou com Diniz no clube em 2018 e, no ano seguinte, foi vendido ao Lyon (FRA). Se tornou destaque no clube francês e virou alvo do novo milionário Newcastle (ING). Em pouco tempo na Premier League, se tornou ídolo do clube e criou uma 'Brunomania' nas arquibancadas.
"Em alguns momento, sim. Mas o Diniz gosta muito de conversar, fala com um ou outro, mostra estilo e o que pensa. Tento ajudar, tenho relação muito boa. Foi meu primeiro treinador quando subi para o profissional no Audax aos 16 anos. Conheço como pessoa e treinador, mas ele conversa, mostra vídeo, com o tempo as relações e o jeito de jogar só têm a melhorar".
B.Guimarães
André
O jovem de 22 anos estava no sub-17 durante a primeira passagem de Diniz no Fluminense. Subiu ao profissional e já era importante no time antes da volta de Fernando Diniz. Assim como Nino, subiu de desempenho com o treinador e chegou ao nível de seleção. Já tinha sido convocado antes.
Raphael Veiga
Veiga trabalhou com Diniz no Audax em 2009 e, depois, chegou ao Athletico-PR por intermédio do treinador. Emprestado pelo Palmeiras, estava em baixa no clube e foi no Furacão que mostrou seu potencial. O bom futebol fez o Palmeiras manter o jogador no elenco em seu retorno e, dali em diante, Veiga foi evoluindo até se tornar um dos melhores da posição atualmente no Brasil. Mais que dentro de campo, ele destaca a contribuição de Diniz fora dos gramados.
Ele sempre se preocupou com a pessoa fora do campo para dar bons resultados em campo. Ele ajuda todo jogador, mas eu vou frisar o que ele fez comigo fora de campo. Eu sou um jogador completamente melhor e um homem completamente melhor por conta dele
Veiga