Inter: Vaquinha arrecada R$ 60 mil para festa e ajuda afetados pela chuva

A festa conhecida como 'Ruas de Fogo', que recepciona a delegação do Inter antes de jogos importantes, é famosa entre os torcedores. Para o jogo contra o Fluminense, na semifinal da Libertadores, ela será histórica. Foram arrecadados mais de R$ 60 mil, e parte disso virou ato de solidariedade.

O que aconteceu

O Ruas de Fogo acontece desde 2010 e consiste na utilização de sinalizadores em vermelho e rojões para recepcionar o ônibus da delegação do Inter no Beira-Rio.

Depois de seu surgimento, o evento teve pico na final da Copa do Brasil de 2019, e então sofreu um hiato pela pandemia de covid-19, regressando no ano passado.

União para festa

O fotógrafo e torcedor colorado Max Peixoto, de 31 anos, é um dos organizadores da versão atual do Ruas de Fogo. Contando com apoio da organizada Guarda Popular, ele passou, desde o ano passado, a fazer uma vaquinha online para compra de artefatos utilizados na festa.

Foram R$ 3 mil arrecadados para o jogo contra o Colo-Colo pela Sul-Americana de 2022, R$ 7 mil no jogo contra o América-MG na Copa do Brasil deste ano, e contra o River Plate, na Libertadores, o maior valor até então: R$ 20 mil. Toda quantia foi empregada na compra de materiais para a pirotecnia dos aficionados.

Em jogos mais cedo, o evento não ocorre pois perde seu efeito visual em partidas durante o dia.

A torcida entendeu que independente do resultado, ganhando ou não, a nossa parte tinha que ser feita. E também o torcedor entende que a doação não garante para ele o sinalizador, todo mundo pode levar o seu se quiser. A doação é para algo maior, é para o coletivo, para que mais e mais gente tenha como participar da festa, é para o evento em si

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Max Peixoto

Vaquinha internacional

Tão logo o Colorado se classificou e ficou definido que o jogo contra o Fluminense, pela semifinal da competição cotinental, no Beira-Rio, seria às 21h30 (de Brasília), uma onda de torcedores começou a pressionar pela organização da vaquinha.

Max contou ao UOL que houve doações dos mais diversos locais: Maceió, Rio Grande do Norte, Alagoas, Paraíba e até outros países como Japão, Austrália e Estados Unidos.

Em um dia o valor arrecadado já tinha batido os R$ 20 mil, em cinco dias estava em R$ 60 mil. Foi quando veio mais uma doação, de um torcedor de Passo Fundo, no interior gaúcho, que se comprometeu em levar 960 sinalizadores grandes, elevando o valor empregado para quase R$ 80 mil (entre dinheiro e sinalizadores doados).

Foi então que Max resolveu fechar a vaquinha, pois o valor era muito superior ao que poderia ser utilizado.

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Para mim é uma responsabilidade enorme, saber que as pessoas confiaram em mim, me veem como um elo entre o clube e a torcida. Isso não tem dinheiro que pague. As pessoas me tem como referência nessa ligação para o clube. Todos que doavam contavam sua história, de que isso envolve paixão, envolve amor ao Inter. Me parece que as pessoas queriam essa proximidade e estamos conseguindo isso

Max Peixoto

Ação social

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Imagem: Max Peixoto/Divulgação

Em meio a isso, houve o desastre natural causado pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul. E então a ação dos colorados se transformou em solidariedade.

Como não poderia decidir sozinho o destino do dinheiro de tantos doadores, Max entrou em contato com um torcedor que havia destinado R$ 15 mil para a vaquinha do Ruas de Fogo. De cara, recebeu o aval dele para repassar parte do valor à compra de doações.

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Do valor total, R$ 11 mil foram separados para compra de 100 cestas básicas, 100 kits de higiene e limpeza e outros 100 cobertores, já entregues no ponto de doações do Beira-Rio para ser repassado pelo Banco de Alimentos aos necessitados.

O evento está pronto

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Imagem: Max Peixoto/Divulgação

O maior Ruas de Fogo já registrado está pronto, à espera de Inter e Fluminense, agendado para 4 de outubro. Todo material já está comprado e guardado para uso dos torcedores.

Os artefatos são entregues minutos antes da passagem do ônibus e a atividade ocorre fora do 'perímetro da Conmebol' no Beira-Rio.

Para isso, os colorados contam com a parceria da Brigada Militar e da EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação), que agem de forma coordenada para garantir a segurança de quem participa e o fluxo de trânsito da cidade.

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O Inter não tem participação financeira no evento, mas também ajuda na organização e na relação com os órgãos públicos.

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