Dorival se diz surpreso com queda de Luxa e pede SPFC diferente no clássico
O técnico Dorival Júnior, do São Paulo, admitiu surpresa com a saída de Vanderlei Luxemburgo do Corinthians. O treinador aproveitou a entrevista coletiva pós-vitória sobre o Coritiba justamente para falar sobre o clássico, marcado para este sábado (30) no Morumbi.
Projeção do clássico. "São aqueles momentos em que não sabemos o que esperar. Eu estava com essas dúvidas há poucas semanas atrás em relação a como jogaríamos o Brasileiro, a Sul-Americana e a Copa do Brasil. Não é simples para que você tome decisões. Não sei o que vai acontecer, nos pegou de surpresa a notícia [da saída do Luxemburgo]. Vamos esperar para termos uma definição. O importante é que estejamos melhor preparados do que o que fizemos hoje."
Dificuldade na 'virada de chave'. "É um fato natural, somos seres humanos e não tem como: na segunda-feira, reunimos o pessoal e pontuamos que [a falta de foco] poderia acontecer, mas que não deixássemos. Infelizmente, não tem como você manter o nível de concentração necessário para poder jogar. Virar uma chave, que todo mundo fala, é muito simples, mas quais são os caminhos para se virar essa chave? Não é fácil, não é simples."
Situação de Calleri. "Ele tem uma lesão preocupante que está o incomodando há algum tempo. Ele vem jogando porque é um grande profissional e resiliente às dores. Poucos teriam a atitude que o Calleri tem com a camisa do São Paulo. Nós conversamos a respeito e, a partir do momento em que nós estejamos um pouco mais tranquilos no Brasileiro, talvez aceleremos o processo. Ele terá que fazer uma intervenção."
Pato e Méndez com pouco espaço. "O Pato continua trabalhando e intensificando. A partir do momento em que eu tenha segurança em colocá-lo, não tenha dúvida de que farei. Sempre gostei muito do atleta. Neste instante, estou priorizando quem está um pouco à frente para tentar extrair o melhor de cada um. O Méndez é da mesma forma, temos seis volantes no grupo. Até comentei na segunda-feira com os jogadores: não é simples para um treinador trabalhar diante do número de jogadores que temos (que são quase 40). Sobram muitos jogadores."
São Paulo já pensa em 2024? "O que acredito dentro do futebol é que você tem que estar se reinventando a todo momento, já que você está sendo avaliado a todo instante. Temos que fazer sempre o nosso melhor, não tem como seguir outro caminho. Não podemos em um momento como esse estarmos tranquilos. O que nos levou a uma decisão de Copa do Brasil foi que nós nos voltamos completamente para a competição, e foi muito difícil conquistarmos."
Aposentadoria de Rafinha. "Jogadores como o Renato, que era do Santos, Ricardo Oliveira, Renato Augusto, Rafinha... são jogadores que não poderiam parar. Quando uma equipe encontra dois ou três jogadores deste tipo, você tem meio caminho andado para que atinja resultados importantes. Hoje, com o Rafinha, falei a respeito do Puyol, que acho um jogador com muito perfil. Temos que tentar formar jogadores com este perfil e nível."
Houve tentativa de convencer Rafinha a continuar? "Você interferir no processo é muito complicado. É uma decisão isolada de um atleta que, com certeza, vai sentir no momento em que tome uma decisão em definitivo."
Vendas no futebol. "O treinador brasileiro é muito questionado e, em uma situação como esta, tem pouca interferência em relação a atitudes que o clube toda. Não estou especificando nenhum deles. Mas você continua tendo seu trabalho avaliado mesmo com o elenco modificado ao longo de uma competição. Lembro em 2017, quando cheguei no São Paulo. Eu tinha jogado contra o próprio São Paulo em fevereiro, na Vila Belmiro, com o Rogério Ceni comandando. Quando cheguei em junho, apenas três jogadores daquela equipe que jogou contra o Santos eram titulares da equipe do mesmo Rogério que acabei sucedendo."
Dificuldade de reposição. "Outro ponto é que, às vezes, a reposição é mais cara que a venda porque você não atinge um preço ideal pelo seu jogador. Aí, passa a ter que contratar um, dois ou três. As contratações ficaram mais caras. Será que não foi importante a permanência destes jogadores do São Paulo? Será que não valeu a pena?"
Uso da base. "Há garotos que estamos observando e de olho. É natural que, para que você tenha uma certeza, precisa tê-los ali dentro, e com a quantidade de atletas que temos hoje, é impossível. Preciso respeitar quem está lá. Não tem como montar a equipe e os suplentes com a quantidade que temos. Isso impossibilita essa situação inicial. Não seria ideal neste instante, mas estamos de olho."
Raio-x da vitória sobre Coritiba. "Não foi um jogo tranquilo, tivemos um bom 1° tempo e caímos no 2°. O nível de concentração da equipe é sempre quebrado por um detalhe ou outro. Mantivemos a posse de bola, mas caímos e sofremos bastante desnecessariamente."
James Rodríguez. "Ele é um jogador que é mais meia clássico e arremata muito bem. Talvez ele não tenha a profundidade e, hoje, fez movimentos de profundidade, estamos cobrando isso dele. O próprio Luciano não tinha isso há um tempo atrás. Tenho jogadores com características muito próximas: Luciano, James... são jogadores que se assemelham bastante. Com calma, a gente vai ajeitando o posicionamento de cada um e tentando encontrar os movimentos."