Ex-Palmeiras queriam VAR contra o Boca nos anos 2000 e confiam em revanche

Quatro empates, duas derrotas nos pênaltis e críticas para a arbitragem que continuam após mais de duas décadas. Assim foram os confrontos do Palmeiras com o Boca Juniors nas Libertadores de 2000 e 2001, que ainda causam incômodo em quem enfrentou sacos de xixi em La Bombonera e muita frustração diante de sua torcida.

Euller e Pena marcaram os dois gols do Palmeiras na ida da final em 2000, mas deram adeus ao sonho do bicampeonato inédito sob o comando de Felipão. Já Lopes Tigrão foi o artilheiro da Libertadores de 2001 mesmo parando na semi, mas preferia ter levantado a taça de 2001 ao lado de Fábio Jr.

Assista aos jogos da CONMEBOL Libertadores no Paramount+. Apenas 24,90/Mês. Experimente 7 Dias.

Ao UOL, o quarteto fala sobre as dores e polêmicas que, para eles, fizeram o Palmeiras esperar 21 anos para voltar a levantar a taça continental. A confiança, porém, é grande para que o time de Abel Ferreira protagonize uma "revanche" contra os argentinos e conquiste a Libertadores mais uma vez.

Apito hermano?

"Se tivesse VAR, o Palmeiras seria bicampeão em 2000", disse Euller sobre o pênalti não marcado em Asprilla no jogo da volta, que acabou 0 a 0 e com o triste vice nos pênaltis.

Já Pena afirmou que "detalhes" tiraram a taça das mãos do Alviverde, mas também reclamou da atuação do paraguaio Epifanio González Chávez.

Se fosse hoje e tivesse o VAR, o juiz tinha marcado o pênalti. O adversário empurra o Asprilla, e o árbitro não dá pênalti. Era um lance crucial. Pena

O tom subiu na eliminação de 2001. Fábio Jr diz que eles foram "assaltados". Já Lopes Tigrão lamentou "não disputar uma final da Libertadores com erro da Conmebol".

Continua após a publicidade

Nós estávamos concentradíssimos, fomos melhores durante todo jogo e fomos literalmente prejudicados pela arbitragem em lances capitais. [...] Chegaríamos à final com chances reais de sermos campeões. Esses dois jogos [contra o Boca] são os que mais me incomodam até hoje. Estávamos tão perto. Merecíamos. Fábio Jr

Os ex-alviverdes reclamam da atuação desastrosa do paraguaio Ubaldo Aquino no jogo de ida da semifinal. Ele deu um pênalti muito duvidoso de Alexandre em Barijho e não marcou uma penalidade do goleiro Córdoba em cima de Fernando. O jogo acabou 2 a 2 e, com nova igualdade na volta, o Palmeiras se despediu nas semis.

Jorge Bermúdez, do Boca Juniors, em disputa de pênaltis com o Palmeiras pela Libertadores de 2000
Jorge Bermúdez, do Boca Juniors, em disputa de pênaltis com o Palmeiras pela Libertadores de 2000 Imagem: Juan Mabromata/El Grafico/Getty Images

Saco de xixi e 'mística' da Bombonera

Os times de 2000 já desbravaram a "mística" casa do Boca. Além da famosa torcida xeneize, eles enfrentaram uma recepção nada afetuosa. Tem, porém, quem goste de jogar com pressão da torcida rival.

Euller: "O que a torcida do Boca faz é digno do Boca. Eu, por exemplo, sempre gostei de estádio cheio, onde a torcida fazia a festa, tanto a favor quanto contra. Mas, sem dúvida nenhuma, a tradição do Boca é o seu estádio e a sua torcida".

Continua após a publicidade

Lopes Tigrão: "Existia uma pressão, mas, para mim, foi normal. Tem as dificuldades para chegar até o estádio: torcedores argentinos agredindo o ônibus, alguns jogadores não conseguiram aquecer ou sair do banco por causa dos arremessos de sacos de xixi".

Fábio Jr: "Jogar na Bombonera é sempre mágico. É complicada a chegada ao estádio que, mesmo com escolta, costuma lançar objetos contra o ônibus, sempre tem a catimba argentina. A presença do torcedor serve mais como motivacional para o time da casa do que pressão contra o adversário".

Abel quebrará o tabu?

Abel Ferreira busca sua terceira final de Libertadores
Abel Ferreira busca sua terceira final de Libertadores Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Palmeiras e Boca Juniors se enfrentaram em mata-matas de Libertadores três vezes, e todas terminaram com eliminações alviverdes e recordações ruins de La Bombonera (final em 2000 e semi em 2001 e 2018). O quarteto, porém, acredita que Abel Ferreira vai terminar o embate com sorriso no rosto.

"Sempre acreditei no Palmeiras, sou palmeirense. Acompanho sempre que posso e acredito firmemente que vem título", afirmou Lopes.

Continua após a publicidade

Já Pena elogiou o português e até definiu os finalistas: Palmeiras e Internacional: "O Boca é um rival muito indigesto, mas eu acredito que o Palmeiras é mais time, chega numa situação diferente, com o time maduro e com o treinador muito inteligente, que sabe tirar dos jogadores o seu melhor. Só uma tragédia tira esse título do Palmeiras".

Palmeiras e Boca se enfrentam amanhã, na Bombonera, e na outra quinta-feira (5), no Allianz Parque, ambos os jogos às 21h30 (de Brasília).

Time do Palmeiras em jogo contra o Deportivo Pereira pela Copa Libertadores 2023
Time do Palmeiras em jogo contra o Deportivo Pereira pela Copa Libertadores 2023 Imagem: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Conselhos para o sucesso

Euller: "Tentar fazer o resultado também fora de casa. Talvez o empate já seja um excelente resultado, para poder decidir em casa".

Fábio Jr: "Não se deixar levar por provocações. Se manter equilibrado e ter muita força mental, e vejo o Palmeiras muito forte mentalmente".

Continua após a publicidade

O que posso dizer é que entrem em campo com determinação e garra. Pensem no Palmeiras de 2000 e 2001 pelas fatalidades que ocorreram, e levem isso para a ponta da chuteira que a vitória virá. Lopes Tigrão

Siga o UOL Esporte no

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.