Ex-Inter dá um tempo no futebol para investir na produção de cogumelos
Matheus Bertotto surgiu como grande promessa do Inter em 2013. Foi eleito melhor jogador do Brasileirão sub-20, conquistado pelo Colorado, e subiu ao profissional no ano seguinte pelas mãos de Abel Braga. Mas praticamente 10 anos depois, o volante (que está com 30 anos e não se define como ex), volta suas atenções para outra coisa: a produção de cogumelos.
Entre o futebol e os cogumelos
A exemplo do que aconteceu com muita gente, a virada na vida de Matheus Bertotto veio na pandemia de covid-19. Foi quando os cogumelos realmente tomaram o espaço do futebol.
O pai, Luiz Carlos Bertotto, funcionário público aposentado, mantinha como hobby a produção dos fungos comestíveis e desde 2018 e já tinha uma empresa da qual Matheus era investidor: a Bertotto Cogumelos.
Antes afastado da atividade empreendedora por causa da bola, Matheus, com a reclusão forçada pelo coronavírus, começou a dar mais atenção aos negócios, percebendo ali um mercado em expansão e uma alternativa de vida. A empresa hoje pode se definir como atividade familiar.
São produzidos cogumelos dos tipos Portobello e Paris no sítio da família localizado na cidade de Glorinha, aproximadamente 50 quilômetros distante de Porto Alegre. Lá estão as estufas climatizadas com umidade controlada para favorecer o crescimento dos fungos.
A empresa atende restaurantes de Porto Alegre e região metropolitana, uma grande rede de supermercados e também vende direto ao consumidor.
As pessoas não têm noção, é algo muito novo e cogumelos são realmente difíceis de produzir. O mercado de consumo in natura está aumentando. Eu vi uma oportunidade na empresa porque meu pai já tinha este conhecimento. A carreira de jogador é muito curta, uma hora se está num clube como o Inter e depois a realidade muda. Sempre pensei que quando me aposentasse a empresa do meu pai seria uma ótima alternativa
Matheus Bertotto
Carreira de atleta
Bertotto tinha passado pelo Resende-RJ e pelo Pedra Branca-RS antes de chegar ao Inter.
Capitão do time, autor de gol na final contra o Palmeiras, campeão e melhor jogador do Brasileiro Sub-20, ele logo foi percebido por Abel Braga, com o qual debutou no time principal em 2014.
Em 2015, ele teve algumas chances sob comando de Diego Aguirre e Argel Fuchs. Seu contrato com o Inter durou até o fim de 2017, sendo que nos dois últimos anos ele viveu períodos emprestado a Joinville e Ferroviária.
Depois disso, passou por Veranópolis, Juventude, Londrina e Novo Hamburgo, que em 2021 foi seu último clube.
Como todo atleta, eu comecei muito cedo, com 11, 12 anos, treinava todos os dias. Guardo ótimas recordações do Inter, foi um momento muito bacana da minha vida
Matheus Bertotto
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Mas gerir a empresa não encerrou a carreira do volante. Hoje ele garante que avalia todas as propostas que recebe para voltar e, dependendo do que for oferecido, considera retornar aos campos.
Eu estou feliz na empresa, a gente vê a empresa crescer, é um negócio muito legal. E também tem a qualidade de vida, eu sofri muito com lesões na carreira, não tive sequência, agora fico mais tempo em casa, perto da minha noiva (Amanda Mainieri), o futebol faz a gente se deslocar muito. Eu até considero voltar a jogar, sempre que tem propostas, avalio. Mas a empresa está em um processo de se manter. Enfim, os dois lados são bacanas, não sei o que dizer sobre o futuro
Matheus Bertotto
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