Pochettino expulso? Ex-árbitros analisam lances polêmicos da Sul-Americana

A vitória do Fortaleza sobre o Corinthians, em jogo realizado no Castelão que eliminou os paulistas da Sul-Americana, contou com duas polêmicas envolvendo a arbitragem do colombiano Andrés Rojas.

Ainda no 1° tempo, Pochettino acertou a canela de Moscardo em uma dividida. O juiz paralisou a partida e deu amarelo para o atleta do Fortaleza — o VAR, que foi comandado por Nicolás Gallo, não interferiu para sugerir o vermelho.

Já na etapa final, Fagner deu um carrinho em Bruno Pacheco durante um ataque do time mandante já na linha de fundo. Desta vez, Rojas sequer cravou qualquer tipo de infração.

O UOL ouviu ex-árbitros, que abordaram os dois lances. Veja as opiniões a seguir.

Entrada de Pochettino em Moscardo

Manoel Serapião: "É para cartão vermelho. A regra fala em assumir o risco de lesionar o adversário, e o jogador que vai para a bola e depois suspende o pé, ainda que sem força excessiva, está assumindo esse risco. A força excessiva não se caracteriza apenas pela ação do jogador que pratica a falta, mas também pela soma da velocidade do jogador que sofre a falta, e o pé do Moscardo vem em velocidade ao ser atingido pela sola da chuteira do Pochettino. Para mim, é lance para cartão vermelho direto. O VAR foi omisso e, tanto na CBF quanto na Conmebol, não está preservando a integridade física dos jogadores".

João Paulo Araújo: "Errou totalmente o juiz, já que foi um carrinho violento com uma das pernas totalmente levantada acima da bola — com a clara intenção de atingir o joelho do adversário. É uma falta grave para cartão vermelho, nunca cartão amarelo".

Alfredo Loebeling: "Eu mostraria só o cartão amarelo por alguns motivos: há uma disputa, ele [Pochettino] visa a bola, tanto que toca na bola. Depois, no deslize, ele acerta o Moscardo. É diferente de ele chegar desde o começo com o pé por cima para atingir o adversário. Concordo com a decisão da arbitragem e mostraria só o amarelo. A gente não pode pegar o lance só no final: ele vem com o pé por baixo".

Emidio Marques: "Existe um escalonamento nas regras: há o jogo brusco faltoso que não compromete fisicamente quem a recebeu; o jogo brusco — já mais grave — que compromete a integridade física do rival e o jogo violento, que é ação faltosa com grande intensidade que, claramente, compromete a integridade do adversário. O primeiro deles é o único passível de cartão amarelo, logo, o lance em questão é para vermelho".

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Guilherme Ceretta: "Se é no Brasileirão, era vermelho. A aceitação da Libertadores é maior. Não deveria, mas é. O pior é saber que se fosse Brasil contra qualquer outro país e o jogador brasileiro tivesse feito isso, ele seria expulso. O critério está péssimo".

Entrada de Fagner em Bruno Pacheco

Manoel Serapião: "Este lance é para amarelo: o Fagner fez a entrada visando jogar a bola, a sola da chuteira não poderia pegar no adversário — como efetivamente não pegou —, mas o impulso que ele deu no corpo acertou as pernas do adversário, e aí caracterizou uma ação temerária que foi no limite para expulsão. A entrada do Fagner é menos arriscada de lesão do que a do Pochettino".

João Paulo Araújo: "Foi falta, sem dúvida nenhuma, mas sem cartão. A bola até muda de direção, mas muda por causa do carrinho aplicado pelo Fagner no chão. Ele teve intenção de pegar a bola, mas agiu forma imprudente".

Alfredo Loebeling: "É uma entrada dura, mas não para cartão vermelho, não. Tem gente falando em tesoura, acho que não. A bola tem uma mudança de direção. É uma entrada dura, mas não para vermelho como algumas pessoas estão pedindo. O Fagner paga pelo histórico".

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Emidio Marques: "O lance envolvendo o Fagner, já próximo da bandeirinha de escanteio, é para cartão amarelo".

Guilherme Ceretta: "Vermelho direto. Não deu falta para não ter que expulsar. Ficou com esse peso o jogo todo por não expulsar o jogador do Fortaleza".

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