Palmeirense fanático, o empresário e influenciador Caio Fleischmann levou um golpe de um recepcionista do hotel em que ficou hospedado na Argentina. Ele ficou sem ingresso para o jogo contra o Boca Juniors, foi enganado duas vezes e ainda terminou com a namorada enquanto estava em Buenos Aires.
O que aconteceu
Caio pagou R$ 2.250 pelo ingresso para ficar na torcida do Palmeiras, na Bombonera. Ele organizou uma viagem de uma semana para curtir na Argentina com a namorada e amigos, além de ver o jogo.
O ingresso foi negociado diretamente com Diego Reskin, recepcionista do Hotel Palladio. A conversa entre eles, toda registrada em email e Whatsapp, comprova isso.
Caio teve uma taxa adicional de R$ 1 mil assim que chegou na Argentina. O funcionário do hotel alegou que surgiram "taxas", mas que o influenciador teria regalias no hotel para compensar.
Classificação e jogos
O ingresso não veio. O combinado era que Caio receberia em mãos na quarta-feira, véspera da partida.
A justificativa do argentino foi que o ingresso era duplicado, e um intermediário surgiu na história como quem estava tentando resolver o problema. Um homem chamado Gonzalo foi acionado e chegou a dizer que tinha conseguido, mas depois parou de responder.
Diego fez novas promessas de entregar o ingresso até poucas horas antes de a bola rolar. Enquanto isso, o brasileiro esperava angustiado.
Foi a última vez que Caio viu Diego, o recepcionista argentino. Um amigo de Caio chegou a ir a um local onde o tíquete estaria, só que não tinha ninguém, e o influenciador ficou de mãos vazias.
Como fui burro, com 40 anos passar por negócio desse. Foi um desastre tão grande. Primeira vez que viajei com ingresso e não tive. Primeiro golpe. E que golpe Caio Fleischmann, ao UOL
A namorada não aguentou
A situação toda gerou uma briga entre Caio e a namorada e eles acabaram com o relacionamento na Argentina. A nova 'ex' antecipou a volta e foi embora na sexta, enquanto ele ficou até segunda.
"Terminamos aqui por causa do estresse. Fiquei nervoso com as pessoas, a gente começou a discutir e não tem mais volta"
Ameaças e guarda-costas
Caio passou a investigar e tentar recuperar ao menos parte do prejuízo. O movimento incomodou.
Ele passou a receber ameaças e decidiu contratar um segurança. O profissional o acompanhou até ele embarcar de volta para São Paulo.
"Recebi ligações e mensagens de telefone desconhecido, ameaçando sobre o que eu ia fazer. Amigos daqui começaram a falar que era perigoso, que tinha uma máfia de ingressos, então precisei contratar um segurança".
Proposta perigosa
No meio de toda essa confusão, sugeriram a Caio que ele pagasse propina a policiais para entrar na Bombonera. Sem ingresso para o setor da torcida do Palmeiras, o cambista ofereceu outros lugares no estádio, inclusive no meio da torcida "tranquila" do Boca.
Caio dessa vez foi prudente e não aceitou. Ele acabou assistindo ao jogo na rua, fora do estádio.
O desfecho
Caio conseguiu pegar de volta boa parte do dinheiro. O valor pago pelo ingresso já voltou pra conta dele. Só os mil reais das 'taxas' que se perderam.
O recepcionista está foragido desde o dia do jogo. Ou pelo menos o hotel e a polícia não conseguiram encontrá-lo.
Caio vai processar os envolvidos. Ele vai entrar com uma ação cível contra a rede de hotéis pelos danos materiais e morais e uma outra criminal contra o recepcionista. Caio pediu para seus advogados acionarem a polícia argentina e o Itamaraty.
O Hotel Palladio afirmou em nota que o recepcionista atuou "unicamente como intermediário" entre Caio e a Ticket Master, empresa responsável pela comercialização dos ingressos. O estabelecimento negou que seus funcionários tenham participado de um golpe e ressaltou que tentou solucionar a questão "até o último minuto".
Já a polícia de Buenos Aires não retornou o contato por telefone e e-mail. O texto será atualizado em caso de resposta.
Perdi dinheiro, jogo, namorada. Fiquei mal de saúde, tive que andar de segurança, custos a mais. Estou totalmente abalado por tudo.
Caio Fleischmann
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