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Palmeiras revive trauma nos pênaltis e cai para o Boca na Libertadores

Do UOL, em São Paulo

05/10/2023 23h38Atualizada em 06/10/2023 11h13

O Boca Juniors fez o Palmeiras reviver traumas e avançou nos pênaltis no Allianz Parque. Ao estilo argentino, o time visitante venceu a disputa por 4 a 2, após empate por 1 a 1 no tempo regulamentar, e está na final da Libertadores. O duelo de ida, na Bombonera, terminou empatado por 0 a 0.

Bruno Valdez, Valentini, Figal e Pol Fernández converteram no lado do Boca, enquanto Cavani parou em Weverton. Romero parou Veiga e Gómez, e Kevin e Piquerez fizeram, mas não foi o suficiente. Abel Ferreira abandonou o gramado antes do primeiro pênalti e não acompanhou a disputa.

Cavani marcou o gol do Boca na partida, aos 23 minutos do primeiro tempo — foi o primeiro gol do atacante uruguaio na Libertadores. Piquerez fez para o Alviverde aos 28 da etapa final e levou a decisão para as penalidades.

O Alviverde foi derrotado em seis das sete disputas por pênaltis na Era Abel. A equipe chegou para a partida com um aproveitamento de apenas 16,7% nessas decisões, com triunfo apenas contra o Atlético-MG, pela Libertadores de 2022.

O Boca manteve a hegemonia contra o Palmeiras na Libertadores. Há cinco anos, os argentinos eliminavam o Alviverde na semifinal no estádio palmeirense. Antes disso, a equipe saiu vitoriosa na final de 2000 e na semi de 2001.

Rojo foi expulso no segundo tempo e deixou o time argentino com um a menos no final. O zagueiro levou dois amarelos em 14 minutos e foi ao vestiário quando os visitantes ainda venciam.

O time argentino será o adversário do Flu no Maracanã, que eliminou o Inter ontem no Beira-Rio. A final será disputada em 4 de novembro, no Rio de Janeiro.

O Alviverde volta a campo no domingo (8) para o clássico contra o Santos. O time comandado por Abel Ferreira está na quarta colocação no Brasileiro, com 44 pontos, a oito de distância do líder Botafogo.

Curiosidade: Autor da jogada do gol do Boca, Merentiel pertence ao Palmeiras. Ele foi emprestado ao Boca no início do ano com opção de compra fixada e salários pagos integralmente pela equipe argentina — e por isso pôde enfrentar o Alviverde.

Como foi o jogo

Zé Rafael, do Palmeiras, em ação no jogo contra o Boca Juniors, pela volta da semi da Libertadores Imagem: Ettore Chiereguini/Agif

Abel repetiu a escalação, mas o começo da partida foi diferente do que se viu na Bombonera. Em casa, o Alviverde comandou as ações e acuou os retrancados argentinos, "devolvendo" a pressão sofrida na Argentina.

O Palmeiras não encontrava brechas na muralha adversária, apesar de controlar a posse. Os palmeirenses tinham espaço até a intermediária, mas a bola parecia estar sempre "queimando" em seus pés — principalmente para fazer o último passe.

Já o Boca foi letal. Merentiel aproveitou vacilo de Zé Rafael e Gómez em contra-ataque e deu uma assistência na medida para Cavani. Foi o primeiro chute a gol da equipe. Se os visitantes já não tinham pressa antes, a catimba aumentou.

O nervosismo do Alviverde aflorou e a equipe caiu na pilha dos argentinos. A mentalidade "cabeça fria" dos comandados de Abel foi escanteada com a cera do Boca, que aproveitava todas as oportunidades para atrasar a reposição da bola e atiçar o time da casa.

O Palmeiras mudou no intervalo e o sangue novo desestabilizou. As entradas de Endrick e Kevin deram uma revigorada na equipe. O camisa 9 passou a criar espaços na zaga do Boca e a acelerar o jogo, enquanto o outro sofreu a falta que culminou na expulsão de Rojo.

Piquerez, do Palmeiras, comemorando o gol diante do Boca Juniors pela semifinal da Libertadores Imagem: Staff Images/Conmebol

O empate veio com um chutaço de fora da área e Rony quase virou com uma bicicleta, mas não foi o suficiente. Com o placar igualado e em vantagem numérica, o Palmeiras encurralou o Boca na reta final, só que viu a disputa por pênaltis terminar, mais uma vez, como algoz.

Do inferno verde ao pesadelo

Festa da torcida do Palmeiras antes do jogo contra o Boca, no Allianz Parque, pela semi da Libertadores Imagem: Ettore Chiereguini/Agif

A torcida do Palmeiras abraçou o time desde a saída da Academia de Futebol. Debaixo de chuva, palmeirenses pintaram os céus de verde para iluminar o caminho do ônibus que levava a delegação até o Allianz Parque.

A festa seguiu nas arquibancadas. Os torcedores levaram a folia das ruas para dentro do estádio, soltando a voz para empurrar o time contra o Boca Juniors. Os cantos de apoio só eram interrompidos para vaiar a cera argentina.

Foi de lá que os gritos de "time da virada" vieram logo após o gol do Boca. No entanto, o ânimo começou a dividir espaço com a ansiedade conforme o tempo ia passando e o time foi para o intervalo sob pedidos de raça.

Os torcedores acreditaram até o fim, mas terminaram frustrados com nova queda nos pênaltis. A possibilidade de a vaga na final ser decidida na marca da cal já tirava o sono de palmeirenses desde o primeiro jogo, e a confirmação do retrospecto negativo nas disputas fez o possível sonho virar pesadelo.

Gols e destaques

Primeiro perigo. Aos 14', Gabriel Menino ficou com a sobra fora da área e emendou um chute forte de primeira. Romero defendeu , mas cedeu rebote e foi atingido por Rony. O goleiro argentino ficou no chão após o choque, criando um desentendimento em campo, e o camisa 10 do Palmeiras acabou amarelado.

1x0. Aos 22', Merentiel escapou em velocidade pela esquerda, ganhou de Gómez e invadiu a área e cruzou. Cavani se atirou para desviar para o fundo da rede.

Não valeu. Aos 44', Murilo se complicou na saída de bola e perdeu para Barco, que tocou para Merentiel. Cavani recebeu na área e tocou na saída de Weverton para ampliar. O gol, no entanto, não valeu por impedimento na jogada.

Quase o empate. Aos 13', Endrick lançou Mayke na área, que bateu cruzado e parou em Romero. Na sequência, Zé Rafael ficou com a sobra e arriscou de fora da área, mas o goleiro argentino salvou novamente e espalmou para escanteio.

Romero salva. Aos 28', Piquerez cruzou da esquerda, Rony desviou e Romero defendeu no reflexo, mandando para escanteio.

1x1. Veiga foi para a cobrança, a bola passou pela área e foi até Mayke do outro lado. O lateral acionou Piquerez no meio, que mandou um chute cruzado de fora da área e contou com um leve desvio no meio do caminho para superar o goleiro do Boca.

Quase a bicicleta do Rony. Aos 47', Luis Guilherme mandou a bola para a área e Rony virou uma bicicleta. Ele pegou em cheio na bola e mandou no contrapé de Romero, mas o argentino conseguiu salvar e depois ainda desarmou Endrick.

Ficha técnica
Palmeiras 1 x 1 Boca Juniors [1 x 1 no agregado e 2 x 4 nos pênaltis]

Competição: Volta da semifinal da Libertadores
Local: Allianz Parque, em São Paulo (SP)
Data e hora: 5 de outubro de 2023, às 21h30
Árbitro: Andres Matonte
Assistentes: Nicolas Taran e Martin Soppi
VAR: Leodan Gonzalez
Público: 40.398
Renda: R$ 4.974.909,22
Amarelos: Rony, Gómez, Veiga, Rojo, Fabra, Ezequiel Fernández, Endrick, Jorge Almirón, Medina, Romero
Vermelho: Rojo

Gols: Cavani, aos 23'/1ºT, Piquerez, aos 32'/2ºT

Palmeiras: Weverton; Marcos Rocha (Kevin), Gustavo Gómez, Murilo e Piquerez; Zé Rafael (Fabinho), Gabriel Menino (Flaco López), Raphael Veiga e Mayke (Luis Guilherme); Artur (Endrick) e Rony. Técnico: Abel Ferreira

Boca Juniors: Sergio Romero; Advíncula, Figal, Marcos Rojo e Fabra (Saracchi); Medina, G. Fernández, E. Fernández, Barco (Valentini); Merentiel e Cavani. Técnico: Jorge Almirón

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