Cerveja acaba e comércio de Barueri festeja vendas com jogos do Palmeiras
Pouco mais de uma hora antes de a bola rolar na Arena Barueri para Palmeiras x Santos, diversos palmeirenses que passavam pela Rua Santos Dumont só faziam uma pergunta: "Tem cerveja?".
Comerciantes do entorno encheram seus estoques para atender à demanda da torcida que começa a ter o estádio como uma "segunda casa". Eles comemoraram o sucesso das vendas, impulsionadas pela bebida, em dias de jogos do Alviverde — que tem tudo para ser cada vez mais recorrente.
Point dos palmeirenses
Claudemir 'Miai' é dono do estabelecimento que foi o mais movimentado do pré-jogo. Há quase dois anos à frente da administração da adega que funciona em um sobrado, ele comemorou o agito causado pela presença do Palmeiras no estádio.
Ele comprou 480 long necks de uma marca de cerveja e vendeu todas. A R$ 10 a unidade, o faturamento só com as garrafinhas foi de quase R$ 5 mil. A procura foi maior que a oferta, e só latinhas restaram no comércio.
O comerciante estima que faturou entre R$ 9 mil e R$ 10 mil no dia do jogo do Palmeiras. "Mas não é o lucro", ressaltou, lembrando de considerar o preço da mercadoria e os custos de operação.
"É importante movimentar o comércio. Todo jogo é bom, mas do Palmeiras é melhor", respondeu Miai. Após uma das empresas de Leila Pereira conseguir a licitação da Arena Barueri, a tendência é que o clube dispute no local os jogos que coincidam com o calendário de shows do Allianz — devem ser mais três jogos neste final de ano.
O movimento só não foi melhor porque o comércio fechou as portas cerca de uma hora antes de a bola rolar. Como a Lei Estadual nº 9.470/1996 proíbe a venda de bebidas alcoólicas nos arredores de estádios em dias de jogos, agentes da fiscalização e policiais militares barraram a entrada no local e determinaram o fechamento provisório.
Cerveja esgotada
Outros dois comércios na vizinhança ficaram sem estoques de cerveja. Foi lá onde a reportagem do UOL ouviu a recorrente pergunta do início da matéria.
Cleide vendeu todas as unidades das 20 caixas que comprou. Além da bebida alcoólica, ela também oferecia água, refrigerantes e alimentos como coxinha e lanche natural em um balcão improvisado.
É bom para pagar as contas e sair do vermelho.
Cleide, comerciante
Ela comentou que só não repôs a bebida porque não encontrou quem entregasse mais de última hora. A mulher comandava tudo sozinha e andava de um lado para o outro do espaço alugado para dar conta dos intermináveis clientes que apareciam na porta — e sempre respondendo com um sorriso que a cerveja havia acabado.
O comércio ao lado também ficou sem cerveja, mas mandou um funcionário comprar mais. "Já está chegando, no máximo dez minutos", respondia a funcionária aos palmeirenses. Faltando meia hora para o jogo começar, alguns optaram por não esperar.
Ambulantes de fora
Camisas e demais itens personalizados do Palmeiras vieram diretamente de São Paulo. Enquanto moradores de Barueri comercializavam bebidas e alimentos nos arredores do estádio, os produtos alternativos eram vendidos em sua maioria por paulistanos que se deslocaram para lá — e que estiveram na noite anterior trabalhando na Neo Química Arena.
O ambulante José Trindade afirmou que a Arena Barueri é um dos melhores estádios para trabalhar. Segundo ele, os fiscais são mais abertos ao diálogo e não confiscam a mercadoria de imediato.
O homem de 58 anos levou mais de R$ 2 mil de mercadoria. Ele comercializava regatas a R$ 50 e já tinha feito seis vendas quando conversou com a reportagem.
Rafael Caldas tinha um mostruário com bonés e bandeiras do Alviverde — que custavam R$ 50 e R$ 45, respectivamente. Ele contou que já tinha vendido 25 chapéus e 20 bandeiras e que só ia embora quando acabasse o estoque.
Já Rodolfo lamentou inicialmente que as vendas estavam fracas: "Ainda estão de ressaca pela Libertadores". Ele possuía camisas do Palmeiras nos modelos infantil (R$ 80), tradicional (R$ 110) e uma personalizada para o técnico Abel Ferreira (R$ 130).
Mais tarde, ele já comemorava que o movimento tinha melhorado. Enquanto falava com a reportagem, ele vendeu uma das camisas do modelo Abel.