Vandalismo, reforços e planos: o que Leila disse em coletiva no Palmeiras
Leila Pereira, presidente do Palmeiras, deu uma longa entrevista coletiva na tarde hoje, na Academia de Futebol, e falou sobre todos os assuntos que rodearam o clubes nos últimos dias.
Veja o que ela disse
Contratações: "Nós tentamos contratar de três a quatro jogadores. Esse ano vieram Artur e Richard Ríos, mas os escolhidos pela nossa comissão não quiseram vir jogar no Brasil. É difícil alguém que esteja no exterior, e performando bem, que jogue no Brasil. O próprio Abel falou que nós tivemos que liberar alguns jogadores por causa disso. Entro nas negociações quando elas não caminham bem, e essa é a grande dificuldade que temos. Palmeiras não contratou porque os atletas que nós escolhemos não querem jogar no Brasil. Por quê? Por causa da violências. Palmeiras não é lugar de aposentado. Vou contratar quem venha resolver. Contratamos algumas apostas que viriam pra resolver, mas demora pro jogador performar. O Palmeiras tem planejamento sim, mas nosso planejamento é feito dentro da Academia de Futebol. Nunca vamos contratar um jogador ou não por pressão da torcida organizada. Eu só contribuo com o Palmeiras.
Atos de vandalismo da torcida organizada: "É inadmissível atos de vandalismo contra um parceiro, contra qualquer que seja, que está há quase nove anos só colaborando no clube. Quando a Crefisa e a FAM foram em 2014, nós espontaneamente viemos aqui oferecer o patrocínio. Nós já colocamos mais de R$ 1,2 bilhão no clube. Eu fiz isso porque sabíamos que conseguiríamos reerguer o Palmeiras. Não é tocando bumbo na porta do CT e no estádio que vou contratar jogadores. É com investimento, trabalho duro e transparente. O vandalismo contra 40 lojas de alguém que só colaborou com o Palmeiras, que durante a pandemia continuou honrando seus compromisso, e não demitiu nossos colaboradores. O torcedor organizado não se importa com o Palmeiras, querem saber deles. Se gostassem do Palmeiras não iam vandalizar o muro do clube. A Crefisa vai processar a torcida organizada criminalmente e no aspecto civil. Temos contrato até dezembro de 2024, e vamos honrar religiosamente até o final. Eu vou ser candidata à reeleição, e aí se o associado continuar confiando no meu trabalho, terei o maior prazer de continuar patrocinando o clube. Nós vamos fazer um bid, uma concorrência, desde que seja uma empresa que existe, e não a Black Star, e que ofereça algo sério e de verdade".
Leila diz que não é dona do Palmeiras: "Nunca me achei dona do Palmeiras, o Palmeiras não é de ninguém. O Palmeiras é dos milhões de torcedores, mas a grande diferença é que eu estou aqui para ajudar o Palmeiras nos momentos bons e ruins. Quando eu reclamo, são dos torcedores organizados, e não os torcedores que encontro diariamente e agradecem pelo nosso trabalho. Eles cobram de forma normal. O que eu faço contra a organizada é BO e andar com segurança".
Conflito de interesses no Palmeiras: "Decidi comprar um avião com o meu dinheiro. Queria que meus atletas pudessem viajar quando quisessem. O Palmeiras não paga nada no avião, economizamos R$ 3 milhões de economia ao Palmeiras e eu pago tudo do meu bolso. Cadê o conflito de interesses? Se eu oferecesse o avião para qualquer clube do Brasil. A maioria dos clubes já me pediu esse avião, eu poderia emprestar. Óbvio que eles iriam aceitar. Quem não gostaria de ter uma presidente que compra o avião e paga todas as despesas da viagem. Esse avião, que compramos para o Palmeiras usar, quando tiver parado, eu posso fretá-lo. Se ninguém fretar esse avião, não muda nada na minha vida. Eu não sou prepotente, sou realista. Quando comecei a investir no Palmeiras, eu sabia que poderíamos voltar ao topo. A questão de avião: onde há conflito de interesses? Eu só pago para o Palmeiras andar de graça. Fora reformas que eu faço em piscina. Não tem o que falar dessa parceria, é muito significativa para o Palmeiras. O Palmeiras volta para a segunda divisão, quem critica de maneira irresponsável a nossa gestão querem o caos".
Caso Samsung: "Isso que me dói que em um clube de futebol o gestor tinha que ser responsabilizado por atos de sua gestão e isso não acontece. Por isso que a maioria dos clubes está em situações catastróficas. Esse caso da Samsung está beirando os R$ 50 milhões, perdemos em primeira, em segunda instância, porque o contrato foi rescindido antes do tempo, mas vamos tentar pelo menos diminuir esse valor nos tribunais superiores. Continua a briga jurídica, mas estamos tentando um acordo".
Patrocínio a partir de 2024: "Até hoje não chegou nada. Estou sempre aberta a propostas, mas o que desejo é que finalize o nosso contrato de patrocínio em dezembro de 2024 e só então que vamos abrir para novas empresas que queiram patrocinar o Palmeiras".
Abel segue no Palmeiras?: "Abel tem contrato conosco até dezembro de 2024, conversei com ele sim que é um desejo muito grande que tenho que ele fique comigo até o final do meu segundo mandato, se eu for reeleita. Ele não fala que sim e nem que não, mas eu vejo que o Abel está muito feliz aqui no Palmeiras. Não há dúvida que ele também fica chateado, que alguns têm a memória muito curta. Abel é o maior treinador da história do Palmeiras, mas ele não tem obrigação de vencer todos os campeonatos. Eu volto a falar da violência. Se chega nos atletas, na presidente, claro que ele tem receio que chegue nele".
Reconhecimento facial: "Muitos me disseram para não fazer, mas eu queria acabar com o cambismo no Allianz Parque. Hoje, o Allianz é modelo para os estádios. Todas as pessoas que entram no Allianz são reconhecidas. Temos que bater forte nessas pessoas".
Anderson Barros: "É uma injustiça muito grande o que o torcedor organizado faz com ele. Ele chegou em dezembro de 2019, ele conquistou nove títulos, sendo duas Libertadores. Ele é o responsável direto da contratação da maior contratação de treinador do Palmeiras. Não tenho dúvida que o Anderson é um profissional que qualquer time queria ele em seus quadros. Temos sorte de tê-lo aqui no Palmeiras. Uma pessoa equilibrada que tenho profundo orgulho de ter ao meu lado. O Anderson é um dos grandes responsáveis por tudo isso. Enquanto eu estiver aqui, o Anderson Barros será meu grande parceiro".
Patrocínio da camisa do Corinthians é superior?: "O jornalista tem que ser responsável, porque são formadores de opinião. Não posso dizer que a camisa de um clube é R$ 123 milhões, você viu o contrato? Você não viu. Então como pode falar que a camisa de um clube vale R$ 123 milhões porque falaram? Tem que ser responsável, tem que ter a certeza de que vale. Me prove que essa camisa do Corinthians estão pagando R$ 123 milhões. Me mostrem o papel que eu pago R$ 123 milhões. Quero que comprove que essas empresas pagam R$ 123 milhões por ano".